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Tribute to the Martyrs: a Imponência do Steel Pulse

Um dos maiores clássicos do Steel Pulse completa 40 anos, Tribute to the Martyrs segue como um libelo contra a opressão.

Criada em 1974 no bairro inglês de Handsworth, Steel Pulse é uma das bandas mais conhecidas e respeitadas de todos os tempos. Devido as suas letras anti sistemas de opressão, o Steel Pulse alcançou popularidade entre o público Punk Rock, se apresentando ao lado de bandas como The Police e The Clash. Conquistou a admiração ate mesmo de Bob Marley, que os considerava uma das bandas de Reggae mais impactantes daquele momento. 

Tribute to The Martyrs (1979) é o segundo álbum da banda e um dos quatro álbuns clássicos do Steel Pulse compostos ainda com sua formação original, responsável por uma sonoridade bastante peculiar, fruto de uma mistura entre os vocais vibrantes de David Hinds, as guitarras rock de Basil Gabidon, as levadas jazzisticas de Steve Nisbet (RIP) e percussões afrocaribenhas de Phonso Martin, além das linhas de contrabaixo com acentos rítmicos nada convencionais de Ronnie Macqueen.

Essa combinação conferiu ao Steel Pulse uma identidade musical única, como fica evidenciado em canções como Unseen Guest, Jah Pickney- Rock Agaisnt Racism e Blasphemy (Selah). O disco também conta com a participação do produtor e engenheiro de som Karl Pitterson, responsável pela mixagem de discos clássicos como Kaya (Bob Marley), Blackheart Man (Bunny Wailer) e Social Living (Burning Spear), entre muitos outr@s. 

A canção que dá nome ao disco, Tribute to the Martyrs traz em seu instrumental a imponência das grandes civilizações africanas e em sua mensagem toda a força das lutas de libertação dos Africanos e seus ascendentes. O álbum é um verdadeiro manifesto Pan Africano e uma justa homenagem a revolucionários como o estadunidense George Jackson, o “soledad brother”, e Steve Biko, um dos principais combatentes contra o sistema de Apartheid na África do Sul, ambos mortos no carcere, e cujas memórias estão imortalizadas nas canções Uncle George e Biko’s Kindred Lament.

Em Tribute to the Martyrs encontramos canções que se tornaram clássicos como Sound System e Babylon Makes to Rules, esta última composta pelo tecladista Selwin Brown, que também interpreta a música como seu timbre de voz marcante, dando início às intervenções que se tornarão sua marca registrada nos shows da banda.

Após 40 anos, Tribute to the Martyrs permanece um clássico obrigatório para quem quer conhecer as raízes de uma das principais bandas de Reggae de todos os tempos. Referência pra 10 entre 10 bandas de Reggae em qualquer lugar do planeta, não somente pela criatividade que os consolidou como uma das bandas mais inovadoras musicalmente, mas também pelas mensagens de conscientização politica, que levaram a banda a ser convidada a tocar na cerimonia de posse do presidente estadunidense Barack Obama.

Aumenta o som! Acende o Chalice! 

Fyyyyaaaaahhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!


– Tribute to the Martyrs: a Imponência Musical do Steel Pulse

Por Bobo Tafari

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