Testament – Dark Roots Of The Earth

O Big Four é conhecido por conter Megadeth, Anthrax, Slayer e Metallica, mas como em qualquer tipo de lista, esta também poderia estar sujeita à mudanças, porém isso não acontece. Neste ponto, a legislação do Heavy/Trash parece lenta, a música de maneira geral parece não querer se desvincular dos medalhões, mesmo quando estes não estão mais em seu auge.

O Big Four é o exemplo mais claro disso, pois no quesito Trash Metal, a banda que mais impressiona nos últimos tempos não está cotada na lista (!) Precisamos de um Big Five, por que não dá pra deixar o Testament de fora, ”Dark Roots Of The Earth” (lançado em 2012) é um trabalho fantástico.

Line Up:
Chuck Billy (vocal)
Gene Hoglan (bateria)
Greg Christian (baixo)
Eric Peterson (guitarra)
Alex Skolnick (guitarra)

Track List:
”Rise Up”
”Native Blood”
”Dark Roots Of The Earh”
”True American Hate”
”A Day In The Death”
”Cold Embrace”
”Man Kills Mankind”
”Throne Of Thorns”
”Last Stand Of Independence”
”Dragon Attack” – Queen (Bônus)
”Animal Magnetism” – Scorpions (Bônus)
”Powerslave” – Iron Maiden (Bônus)
”Throne Of Thorns” (Bônus)

O Testament ficou conhecido pelo Trash absurdamente técnico e pesado que a banda joga nos falantes desde o debut do grupo, falo sobre ”The Legacy”, lançado em 1987. De lá pra cá muita coisa mudou no Trash, mas isso não é novidade, só que o Testament é pioneiro em olhar pra frente.

Esse disco é o retrato do que teríamos no estilo, isso é claro, se o resto dos peso pesados parasse de olhar pra trás e fugisse da zona de conforto. Isso por que a música, assim como tudo na vida, só tem uma direção evolutivo, e não é indo para trás que iremos alcançá-la.

Esse disco mudou minha opinião sobre Trash em alguns aspectos. Ouvi esse trabalho apenas neste ano, só que foi o que citei no começo do texto, além de muitas bandas não inovarem, a qualidade que esses caras trazem é quase incomparável com qualquer coisa que role atualmente. É pesado, sem ser ensurdecedor e muito mais técnico do que muita banda de Prog por ai.
Em relação ao disco anterior (”The Formation Of Damnation”, lançado em 2008), nós tivemos a troca de baquetas entre Paul Bostaph e Gene Hoglan, o que poderia ter sido um problema, mas não foi. Gene é um dos bateristas com mais nome dentro do Trash e as linhas que o cidadão criou para este discos são um completo absurdo, tem hora que não dá nem pra acompanhar com o dedo!

Mas não só ele, a dupla de guitarras arrebenta e nós temos mais uma amostra do que um músico de Jazz pode fazer com qualquer tipo de música, até mesmo com uma tão extrema quanta esta. Alex Skolnick está ai para não me deixar mentir, sua guitarra vira a música do Testament do avesso como se fosse a coisa mais normal do planeta.

Preste atenção nas construções, ninguém faz isso. O baixo tem seu lugar, a bateria segue como o motor de todo esse caos… Ficou realmente excelente. Escute os vocais de Billy em ”Rise Up”, a dupla de guitarras esmerilhando em ”Native Blood”, baixão na faixa título e uma bateria animalesca nos compassos complexos de ”True American Hate”.

Solos absurdos, feeling de uma forma que poucas vezes pude escutar dentro desta vertente e espaço para experimentações, como em ”Cold Embrace” e ”Throne Of Thorns”. Resultando num disco que se parasse de tocar após ”Last Stand Of Independence”, já estaria sendo absurdamente elogiado, mas não, na versão deluxe com DVD e vinil, ainda temos 4 covers excelentes. Destaque para os toques de NWOBHM no cover de ”Powerslave”, clássico do Iron Maiden. Discaço!

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