Beats e Rimas Vol.1 do produtor e MC Munhoz, completa 2 décadas do seu lançamento como um dos maiores documentos históricos do Rap Nacional.

Discos são documentos históricos e no caso do Beats e Rimas Vol.1 do Munhoz & Prof. M. Stereo, temos em mãos um dos maiores “retratos” de uma geração essencial para a história do rap nacional. Geração essa que nunca teve o devido reconhecimento histórico, que muitas vezes são difíceis de se rastrear pela internet, pela mais pura ausência de informações e sobretudo de resenhas de discos que compuseram uma virada estética decisiva no rap feito no Brasil.
Já há alguns anos venho insistindo que o Rap Nacional não possui sua história devidamente registrada, inicialmente essa questão se levantou para mim, pelo fato inexorável de que se desconhece local e nacionalmente o Rap feito fora do Eixo Rio-São Paulo. O que eu não esperava é que mesmo no eixo, a ignorância histórica sobre o que foi e é feito fora do mainstream se impusesse com tamanha veemência.
O caso “Munhoz” comprova esse fato, pois seu trabalho junto ao cenário coletivo underground dos anos 2000, só são referenciados à boca miúda. É uma espécie de músico dos músicos, alguém amplamente respeitado entre os seus, mas pouco ou totalmente desconhecido do grande público. A sua lista de serviços prestados é grande e decisiva para o que foi feito em SP de 2000 até 2014 mais ou menos. Ascendência Mista, Contra Fluxo e Zulumbi são grupos dos quais Munhoz fez parte.
É curiosa a mentalidade imperializada dos formadores de opinião e de parte do público do Rap Nacional, pois a geração da qual Munhoz fez parte é a verdadeira Era de ouro do Rap no Brasil. Mas preferimos referenciar A Tribe Called Quest, The Roots e outros nomes, a pensar em nomes como Rua de Baixo, Esquadrão Zona Norte e outros que revolucionaram o rap feito nos anos 90.
-Leia no site a entrevista e a resenha dos 12 anos do disco de estreia do Gelleia
Deveria ser parte do debate público da cultura Hip-Hop local, o fato de que o jornalismo cultural que se debruça sobre o Rap Nacional teria como foco um duplo movimento, de por um lado analisar o máximo de trabalhos lançados no presente, mas ao mesmo tempo, voltar-se para o passado a fim de jogar luz sobre as histórias não contadas.
Neste 20 anos de Beats & Rimas Vol. 1, do “duo” Munhoz & Prof. M Stereo, buscamos conversar com o Tiago Munhoz para sabermos um pouco da sua trajetória e dos seus aprendizados nos modos de produção musical que deram a luz a esse paradigmático trabalho. Um disco autoral e ao mesmo tempo com um sabor de “coletânea” de toda uma geração.
Temos no disco do Munhoz Beats & Rimas Vol.1, o que era e o que viria a ser o rap feito em São Paulo Capital e Interior em termos estéticos. Trazendo MC’s como Criolo (não é o mesmo Criolo Doido), Lurdez da Luz, Elo da Corrente, Kamau, Primeira Audição, Rodrigo Ogi, Gelleia, Parteum, Rick, Contra Fluxo, Mzuri Sana, Rua de Baixo. Além de Shawlim (Quinto Andar), Medrado aka Xandão Cruz e o paranaense Hurakan. Só por esse elenco, o disco já mereceria toda a reverência possível. Confira abaixo a longa entrevista que tivemos a honra de fazer com o Munhoz.
-Leia no site o artigo que publicamos sobre a carreira do Rodrigo Ogi
Oganpazan – É somente após o festival Du.Loco (1999) que você começa a produzir e rimar? Ou você já vinha exercitando?
Munhoz – Na verdade, o DuLoco foi um divisor de águas, no sentido de poder ver ao vivo um monte de gente que a gente gostava. O Renato Venom é meu amigo de infância e a gente tinha uma banda de RapCore chamada Killombo ali no fim dos anos 90. Até então, minha formação de rap é o que a gente apelida de “rap de roqueiro”. Umas coisas mais dos 80 como Public Enemy, Run DMC, Beastie Boys e aí Cypress Hill, House of Pain, etc… coisas que não eram tão pop, mas que tiveram um certo sucesso nos 90.
Num hiato da banda, comprei uma bateria eletrônica da Zoom (que também tinha uns timbres de baixo) e um 4 canais e eu e o Venom começamos a fazer algumas coisas. Ao mesmo tempo, o Duenssa do Rua de Baixo era conhecido nosso do bairro desde que a gente era moleque e tinha mais conhecimento de rap gringo (ele e o Espião tinham uma coleção conjunta que somava mais de 300 disco de rap, o que na época era MUITA COISA) e começou a mostrar um monte de coisas pra gente, gravar umas fitinhas.

Oganpazan – Nesse seu começo nas produções, quais equipamentos você utilizou para o disco do Ascendência Mista e depois no Beats & Rimas? E quais eram suas principais influências de produtores e de MC’s?
Munhoz – Li numa entrevista do Marcelo D2 que o “Eu Tiro é Onda” (que era um disco que esteticamente, na minha opinião, até então não tinha nada feito no Brasil que soasse parecido, foi o primeiro disco que tinha uma sonoridade “de rap gringo”, apesar dos samples quase todos de música brasileira.), tinha praticamente sido todo feito na MPC 2000 e que era um sampler que custava 500 dólares e eu fiquei com isso na cabeça e comecei a pesquisar. Na época o dólar tava bem favorável (não tenho a cronologia muito clara na minha cabeça, mas o dólar em 2000 não chegou a R$2). O fato do DuLoco acontecer tão grande e com tantas atrações aconteceu, em parte, por conta desse câmbio favorável. Eu peguei uma rescisão de trampo e tentei tirar meu visto pros EUA pra comprar uma MPC 2000XL mas meu visto foi negado, Nesse meio tempo, eu tinha convencido um amigo que já tinha visto a ir comigo (o primeiro DJ do Ascendência) e no final ele foi e comprou a MPC e trouxe na mochila, nas costas. Os beats do Ascendência foram praticamente quase todos feitos nela, tirando a M.U.N.H.O.Z. que eu fiz na primeira versão do Reason.
-Leia no site o artigo sobre os 25 anos do clássico disco do Marcelo D2
Oganpazan – Você teve algum mentor para esses primeiros passos de aprendizagem, produção dos Beats e nas composições das Rimas?
Munhoz – Cara, um mentor eu não consigo dizer. Eu tinha uma mentalidade muito punk e DIY (Do It Yourself ou em português Faça você mesmo). Acho que foi um conjunto de circunstâncias favoráveis.
Eu tinha um trampo que me pagava bem, gravar em computador estava ficando mais barato e acessível, apesar de muito rudimentar ainda. O disco do AM a gente gravou e mixou numa versão do Pro Tools que chamava Pro Tools Free e que só possuía 4 canais. Hackearam ela e tinha alguns plugins e 16 canais. Era instável, travava pra cacete, mas a gente foi na cara e na coragem. A gente não tinha grandes ambições, só queria fazer.
No final, todo mundo aprendia com todo mundo. Tava todo mundo aprendendo e passava o que tinha de conhecimento, pelo menos entre a galera que a gente conhecia. O Kamau já manjava um pouco de MPC (tava produzindo umas coisas com o Bomba do SP Funk) e passou alguns toques pra gente. O Espião ensinou muita coisa pra gente, porque ele tinha bateria eletrônica, sampler, sincronizava via midi e gravava uns loops na fita cassete. Aí, em um som com dois tape decks, colocava a fita com a base num deles e gravava no outro.

Eu já trabalhava com 4 canais, tecnicamente era mais “avançado”, ou tinha mais facilidades, mas aprendi com ele essa filosofia de tentar extrair o máximo do equipamento e das limitações do mesmo, que é uma coisa que os produtores de hip hop fizeram a vida toda, usar a máquina de uma maneira que muitas vezes ela não foi projetada, exemplo, samplear em 45 RPM e baixar o pitch pra ter mais tempo de sample.. Nenhuma das máquinas que se tornaram ícones da produção de Hip Hop como a Emu-SP1200, Akai S-950, todas as MPCs da 60 aaté a 3000, o Ensoniq ASR-10, foi feita para se produzir hip hop. E essa mentalidade DIY, punk até o osso, foi uma das coisas que me atraiu para produzir minhas primeiras coisas.
-Leia no site Raplogia uma entrevista com o grupo Ascendência Mista
Oganpazan – De 99 à 2005, foi um período muito prolífico na sua carreira artística, né? Entre o começo com o Ascendência Mista, depois o Contra Fluxo, o Rhima Rara e a sua mixtape de estreia… muita coisa sendo produzida e acontecendo. Como você hoje vê esse período da sua vida?
Munhoz – Em retrospecto, eu costumo considerar que minha “carreira” teve 10 anos – de 2000 a 2010 – apesar de até 2014 eu ainda estar me apresentando com o Zulumbi, onde eu era mais um “hype man” do que qualquer outra coisa. E em muitos aspectos, esse período é um borrão. Parece uma outra existência até, de tão distante. Em 2001 perdi um emprego que eu ganhava bem (por conta do estouro da bolha das empresas ponto.com) e fiquei bem deprimido. Tive que voltar pra casa da minha mãe e só me sobrou a música. Meu computador quebrou e como o pouco dinheiro que eu ganhava era gravando e mixando discos, vendo minha MPC pra consertar meu computador.
Foi uma época de muito perreio e a falta de grana te tira completamente a autonomia e te paralisa. Ao mesmo tempo a gente tinha uma pequena “fama”, era conhecido na cena, então se quisesse tava no rolê de segunda a domingo. Entrava de graça nas festas, bebia de graça. Então, te tira um pouco a perspectiva, porque você tá fodido, mas tem a ilusão de que tem uma vida que muita gente só sonha. Durante boa parte dessa década toda, foi um período de altos e baixos e basicamente de subsistência. Ali na virada dos 2000, não tinha dinheiro pro rap que a gente fazia, o cenário era dominado pelo chamado “rap nacional” e que tocava nas rádios, no Espaço Rap, na RCP e nas rádios comunitárias e que seguiam a mesma lógica – a do jabá – das grandes rádios. Você pagava pra tocar ou era artista das gravadoras ligadas às rádios. E a gente, por ser de um período de transição, acreditava na internet, mas não sabia exatamente como extrair proveito. A internet era muito incipiente na época, as ferramentas ainda não estavam maduras. E a gente tinha alguns “vícios” do modelo antigo, de querer ganhar dinheiro com disco físico de alguma forma, etc… Eu ganhava o que dava produzindo e gravando discos, vendendo minhas mixtapes e com o cachê eventual de um show ou outro, mas era muito pouco.
Eu nunca gostei de palco, não me sentia muito confortável e o dinheiro nessa época tava em ser MC de festas. Dava pra ganhar uma grana na época fazendo freestyle e animando festas. Quando comecei a tocar ao vivo com o Mamelo Sound System (por volta de 2005, antes de sair o Velha Guarda 22 de 2006) começaram a rolar mais shows e as coisas melhoraram um pouco, mas era sempre no limite. E também trabalhei como educador na Fundação Casa de 2005 a 2007 (período que eu e o Ogi meio que desenhamos o conceito do que viria a ser o “Superação”) E aí, quando a gente lança o Superação em 2007, a gente tenta fazer o máximo de coisas que surge, faz alguns festivais, bem no surgimento do Fora do Eixo, eventualmente sai de SP.
Esse período poderia ser mais prolífico ainda, mas eu tenho uma tendência a demorar demais a lançar as coisas e simplesmente perco elas. Nesse período de 10 anos perdi pelo menos uns 3 discos rígidos com muita coisa. Num período da minha vida eu fazia entre 3 e 5 beats por dia. Dá uns 1000 beats por ano. Muita coisa era lixo, o exercício pelo exercício. Mas tinha umas pérolas ali no meio. Mas nessas horas eu penso como um fatalista islâmico. Se eu perdi, é que não era pra ser.
Oganpazan – Sobre as gravações de Beats & Rimas Vol. 1 entre 2003 e 2004, onde elas ocorreram? E como você foi construindo a estética da mixtape?
Munhoz – Na casa da minha mãe, que foi o apartamento que eu morei por anos. montei minha cabine de gravação lá e era a sala de casa, meu quarto e o estúdio. Sou de uma geração que os álbuns contavam uma história. A sequência das faixas, o posicionamento delas, os climas, etc… Então era essa minha preocupação, mais do que uma estética clara. Eu tava lançando um disco de produtor e chamei quem eu tinha mais próximo e que estava disposto e disponível. Teve muita gente que podia ter participado mas que ficou de fora. Até por isso, batizei de Volume 1, porque tinha faixas que ficaram de fora ( e que me causaram desafetos). As bases de rap eram feitas no FL Studio e os instrumentais no Reason.
Mas era isso, eu queria fazer tipo um Soul Survivor do Pete Rock. E aí criei esse alter ego, o Prof. M. Stereo pra ser o encarregado das produções e da parte instrumental do disco.
-Leia no site artigo sobre o Parteum
Oganpazan – Cara, os beats do Prof. M. Stereo são uma doideira ducaraio, em vários momentos nos leva a impressão de que possuem elementos tocados por instrumentistas, mas sabemos que não é o caso, como você os produziu em específico?
Munhoz – Eu tenho zero formação como músico, então tenho lacunas absurdas na minha formação. O computador é uma ferramenta que me permite tornar essas ideias uma realidade.. Esses instrumentais sempre partiam de tentar emular algo que eu gostava. Amor Perdido, por exemplo, é eu tentando ser o Azymuth. É lógico que passa longe. Mas basicamente é isso, eu tento pensar numa ideia, numa sonoridade e aí saio em direção a ela com as ferramentas que eu possuo e no final acaba sendo uma expressão muito pessoal, por conta do meu temperamento, limitações, etc…
Uma coisa que eu fazia era muitas vezes, depois que a faixa estava estruturada, eu tocava cada instrumento (tirando as baterias) do começo ao fim. As músicas possuem muitos erros de execução que eu deliberadamente escolhi manter, para que esse elemento mais humano, falho, ficasse nas músicas, ao contrário da coisa extremamente quantizada e anódina que uma música feita no computador, sem a interação com outros seres humanos pode terminar tendo. Mas não tinha um processo claro, era só alguém que não fazia a mínima ideia do que estava fazendo, tentando emular ou imitar seus ídolos.

Oganpazan – A faixa “Bicho de 10 Cabeças” foi gravada como Freestyle? Quem são as dez cabeças do Rhima Rara?
Munhoz – A “Bicho de 10 Cabeças” foi um convite do Parteum do Mzuri Sana pra gravar num beat dele num CD que seria encartado na Revista 100% (uma revista de skate da época). Acho que a gente só definiu o tema e cada um chegou com a sua parte. Não era freestyle. Mas talvez a gente tenha escrito coisas no estúdio pra fazer as transições entre os MC’s. Mas era uma “posse cut” da Rhima Rhara, ou cypher como chamam hoje em dia.
O Rhima Rara são nessa faixa: Parteum (Mzuri Sana), Is-Tar (o Caio do Elo da Corrente), Secreto (Mzuri Sana), Munhoz, Pitzan (Elo da Corrente), Zorack (Ascendência Mista), Duensssa (Rua de Baixo), Renato Venom (Ascendência), Espião (Rua Baixo) (são 9 rimadores, a décima cabeça era o Suissac, DJ do Mzuri Sana).
-Leia em nosso site a resenha sobre o último disco do Elo da Corrente
Oganpazan – Acredito que passados 20 anos do lançamento, Beats e Rimas Vol.1, mereceria um volume dois, isso é possível e porque?
Munhoz – O Beats e Rimas Volume 2 nunca vai acontecer. Por uma série de motivos, mas um deles é minha preguiça de lidar com MC’s. E segundo, porque o jogo mudou, uma mixtape dessa não possui o mesmo impacto ou relevância que poderia ter há 20 anos. Não faz sentido, na minha cabeça. Hoje em dia qualquer moleque de 18 anos consegue colocar sua música no Spotify e ser ouvido pelo mundo. E quando eu desisti de tentar viver de música, quando ela deixou de ser um imperativo financeiro na minha vida, eu passei a me dar ao luxo de fazer o que me dá na telha, inclusive nada.
Mas em 2020, no auge da pandemia, eu tava num local bem sombrio, os trampos desapareceram e eu retomei minhas músicas. E de lá pra cá, fiz um álbum todo instrumental, do que seria uma evolução do Prof. M. Stereo. Eu ainda estou pensando como vou formatar esse projeto, mas é um mergulho no universo do Prof. M. Stereo.
Então, tem esse elemento também, a música é algo em que eu orbito com mais força em momentos que estou mais desesperado, angustiado. De alguma forma é uma válvula de escape que eu uso quando preciso. Mas, a real é que na época eu acreditava numa “cena” e com o disco eu queria tirar um instantâneo de um período. É uma foto, uma perspectiva, um pequeno recorte da cena de rap/hip hop de São Paulo um pouco depois da virada do milênio que eu fazia parte. Não é muito mais do que isso. Acho que os artistas do disco de alguma forma dialogam entre si.
Oganpazan – Essa virada na estética e temáticas do Rap Nacional, que já engatinhava ali por volta de 97, 98, floresceu bastante nos anos 2000. Como você vê esse momento do rap nacional e a sua contribuição nesta época?
Munhoz – A real é que não dá pra mensurar o tamanho da contribuição. Não gosto de me levar muito a sério nem de ficar achando que deixei uma contribuição enorme, isso é pros outros. Na época eu era muito ingênuo e achava que seis meses depois do AM sair todo mundo ia começar a lançar discos feitos em casa. Mas o Ascendência fez mais barulho entre os grupos do que entre o público.
As pessoas não tinham acesso aos equipamentos, informação e nem gana de fazer as coisas por si só e a gente não tinha alcance, não atingia as pessoas. Essa geração da virada dos 2000, de alguma forma é “invisível” ou quase inexistente pra grande maioria do público. Porque a geração que veio depois, se influenciou, mas meio que apagou, quase que ignorou a existência. O que eu achei que ia demorar seis meses, essa coisa da produção de discos em casa, em massa, demorou alguns anos. E a gente nunca teve muito alcance, então virou uma coisa meio “cult”, isolada num período de tempo. Faz parte da memória afetiva de algumas pessoas, mas não teve um impacto tão grande.
Oganpazan – Qual o legado do Beats & Rimas, 20 anos após lançado e porque ele não está nas plataformas de streamings?
Munhoz – Como eu disse, é um instantâneo de um momento. E de uma perspectiva muito única, que era a minha. Tirando quem eu perdi contato ao longo dos anos, eu considero a maioria das pessoas que estão no disco meus amigos. Acho que o legado é esse, mostrar o que estava acontecendo num espaço específico num determinado lapso temporal. Acho que isso é uma coisa que deve ser reforçada, que é um instantâneo do MEU PONTO DE VISTA, não se presta a ser muito mais do que isso. Não tá nas plataformas, porque seria uma dor de cabeça burocrática pela quantidade de pessoas envolvidas que eu não quis encarar. Tem muitos samples, a chance de tomar um strike é enorme. Nunca tive energia pra encarar essa empreitada. Já pensei mais de uma vez em como lançar isso. Já me propuseram lançar em vinil mas nunca levaram a conversa adiante.
-20 anos da clássica mixtape do Munhoz – Beats e Rimas Vol. 1, arquiteto do underground
Por Danilo Cruz