Chegamos ao final de 2022 e não podemos virar o ano sem relembrar o que tivemos de melhor ao longo dele. Confere a lista dos melhores álbuns de som extremo do ano segundo a coluna Moshers Zine!
Fala, Oganautas!
LISTA DE ÁLBUNS:
Acontece que o The Troops of Doom, já na seara do death/thrash, resgata o som dos anos 80 sob a ótica de quem esteve por lá, e pode tentar recontar essa história de uma outra maneira, jogando com o brilhantismo das novas tecnologias de estúdio. Jairo “Tormentor” Guedz, o lendário ex Sepultura/The Mist, uma das maiores autoridades em música extrema no mundo, traz o legado dos primeiros dias do Death Metal mineiro, que dominou o planeta, junto a um supergrupo afiadíssimo, para entregar uma mega produção, que faz de Antichrist Reborn um clássico instantâneo do resgate ao death/thrash old school. Baterias e riffs velozes e macabros se aliam às emocionantes vocalizações de Alex Kaffer, que mais uma vez, impressiona, e se coloca como um dos melhores vocalistas da atualidade, dentro do estilo, trazendo em cada linha aquela nostalgia arrepiante pra quem é fã dos tempos áureos de Cogumelo Records e do Big Four do thrash alemão. Destaque para as participações de João Gordo em “A Queda”, e dos irmãos Alex e Moyses, do Krisiun, na estonteante versão de “Necromancer”, do Sepultura. Com certeza, o disco mais forte e completo da música extrema nacional de 2022, e que vem para coroar a assinatura da sonoridade do novo grupo.
CARAVELLUS – Inter Mundos – Aqui temos um trabalho cheio de conceitos e nuances da pernambucana, tudo bem amarrado, da capa aos timbres, passando pelos convidados, para entregar um prog metal com interpretação genuinamente brasileira, e nordestina, sem soar burocrático ou enlatado para gringo ver, apesar do nível de produção e execução dignos das mais sofisticadas produções do mercado internacional. Atenção para o trabalho incrível de Leandro Caçoilo, que ainda integra o Viper, e tem seu trabalho solo, que é, sem dúvidas, um dos vocalistas mais técnicos e versáteis que temos heavy metal nacional.
Os poderosos vocais da lenda Christian Passos são um show à parte, e, aqui, se afastam das influências de Michael Kiske, que também cravou seu nome no AOR, com o Place Vendome, para encontrar a sofisticação de Steve Perry, Jimi Jamison e Joe Lynn Turner. Lembro ainda que, já há alguns anos, quem comanda as guitarras do grupo é o Léo Mancini, que apesar de ter seu nome ao lado de outros gigantes do metal, é o grande embaixador do melodic rock no Brasil, e seus riffs brilhantes só vem confirmar isso nesse novo material.