Melhores Álbuns do Ano Moshers Zine 2022

Chegamos ao final de 2022 e não podemos virar o ano sem relembrar o que tivemos de melhor ao longo dele. Confere a lista dos melhores álbuns de som extremo do ano segundo a coluna Moshers Zine!

Fala, Oganautas!

2022 foi o ano da volta dos shows, dos grandes festivais e do retorno das bandas internacionais ao país. Por um lado, tudo maravilhoso, por outro, algumas pessoas acabaram deixando muitos lançamentos passarem despercebidos. Aqui, você que gosta de música pesada vai poder relembrar um pouco desses primorosos trabalhos lançados por bandas nacionais, e ainda conhecer algo que, talvez, tenha estado fora do seu radar.
A Moshers Zine parabeniza e agradece à todos os incríveis artistas por esses belíssimos projetos, e cria um pódio de três níveis, seguido dos demais trabalhos, sem ordem de predileção, que mais nos impressionaram ao longo do ano, sendo uma lista referente à EPs, e outra para discos cheios. E você? Já fez a sua?

LISTA DE ÁLBUNS:

1. THE TROOPS OF DOOM – Antichrist Reborn – Se há 10 anos atrás vivíamos o auge do revival do thrash/crossover, que revelou nomes como Farscape, Nervosa e nosso gigante Violator, hoje, experimentamos mais um momento retrô, com o boom da NWOTHM, com Evening Star, Creatures, Trovão, Electric Poison, etc…
Acontece que o The Troops of Doom, já na seara do death/thrash, resgata o som dos anos 80 sob a ótica de quem esteve por lá, e pode tentar recontar essa história de uma outra maneira, jogando com o brilhantismo das novas tecnologias de estúdio. Jairo “Tormentor” Guedz, o lendário ex Sepultura/The Mist, uma das maiores autoridades em música extrema no mundo, traz o legado dos primeiros dias do Death Metal mineiro, que dominou o planeta, junto a um supergrupo afiadíssimo, para entregar uma mega produção, que faz de Antichrist Reborn um clássico instantâneo do resgate ao death/thrash old school. Baterias e riffs velozes e macabros se aliam às emocionantes vocalizações de Alex Kaffer, que mais uma vez, impressiona, e se coloca como um dos melhores vocalistas da atualidade, dentro do estilo, trazendo em cada linha aquela nostalgia arrepiante pra quem é fã dos tempos áureos de Cogumelo Records e do Big Four do thrash alemão. Destaque para as participações de João Gordo em “A Queda”, e dos irmãos Alex e Moyses, do Krisiun, na estonteante versão de “Necromancer”, do Sepultura. Com certeza, o disco mais forte e completo da música extrema nacional de 2022, e que vem para coroar a assinatura da sonoridade do novo grupo.
2. RATOS DE PORÃO – Necropolítica – Falar de uma das minhas bandas preferidas é muito fácil. Quem me conhece sabe que, pra mim, Anarkophobia é o livro sagrado do crossover, e Necropolítica parece resgatar e lapidar a polêmica sonoridade metálica daqueles tempos, com o melhor da dobradinha certeira do texto cortante do Gordo com a melhor mão direta da música extrema nacional, cortesia do Sr. Jão. Juninho continua dando gás novo à banda, com seu encontro fulminante com a batera do Boka, tudo na dose certa para entregarem o disco mais raivoso e coerente do ano.
3. OPHIRAE – Ophidian – Sem dúvidas, a grande revelação de 2022, trazendo um dos discos mais profundos, intrigantes e sofisticados dos últimos anos da música extrema nacional. A misteriosa banda conta com diversas participações luxuosas, como Luiz Carlos Louzada, do Vulcano, e capa belíssima, mas o que chama mais atenção no projeto ainda é o mix impressionante entre peso descomunal e melodias arrepiantes. Pode-se dizer que o Ophirae está sendo uma das bandas a elevar ainda mais o nível da música pesada feita no Brasil. Impossível não se emocionar com essa obra.
KRISIUN – Mortem Solis – Ao longo dos anos, o Krisiun tem procurado caminhos mais diversos e técnicos, mas, neste primeiro lançamento pós pandemia, traz de volta seus momentos mais diretos, velozes e brutais, que foram, justamente, os que fizeram o trio, desde Black Force Domain, se tornar uma das maiores referências de Death Metal do mundo.

CARAVELLUS – Inter Mundos – Aqui temos um trabalho cheio de conceitos e nuances da pernambucana, tudo bem amarrado, da capa aos timbres, passando pelos convidados, para entregar um prog metal com interpretação genuinamente brasileira, e nordestina, sem soar burocrático ou enlatado para gringo ver, apesar do nível de produção e execução dignos das mais sofisticadas produções do mercado internacional. Atenção para o trabalho incrível de Leandro Caçoilo, que ainda integra o Viper, e tem seu trabalho solo, que é, sem dúvidas, um dos vocalistas mais técnicos e versáteis que temos heavy metal nacional.

 

 

WIZARDS – Seven – Se o power metal já dá sinais de cansaço há alguns anos, o lendário grupo traz mais um trabalho que não os limita ao estilo. Dessa vez, embarcam no AOR e no melodic rock cheio de melodias e refrãos que não perdem em nada para para o bom momento vivido por gravadoras como a Frontiers, e a prolífera cena escandinava.
Os poderosos vocais da lenda Christian Passos são um show à parte, e, aqui, se afastam das influências de Michael Kiske, que também cravou seu nome no AOR, com o Place Vendome, para encontrar a sofisticação de Steve Perry, Jimi Jamison e Joe Lynn Turner. Lembro ainda que, já há alguns anos, quem comanda as guitarras do grupo é o Léo Mancini, que apesar de ter seu nome ao lado de outros gigantes do metal, é o grande embaixador do melodic rock no Brasil, e seus riffs brilhantes só vem confirmar isso nesse novo material.

 

SHAMAN – Rescue – O que todo mundo esperava aconteceu, o Shaman está de volta místico, melodioso e fazendo um tributo justo e sólido ao grande maestro Andre Matos. Muitos momentos nostálgicos mesclados à novos elementos, como comprovamos na solar “Don´t Let It Rain”. Alírio Netto se mostra impressionante, como sempre. Legado respeitado.

 

SINISTRA – Sinistra – O tão aguardando álbum de estreia do Sinistra finalmente chegou para provar que supergrupos podem sim ser super, e que a música pesada pode encontrar meios de construir grandes melodias vocais que sejam eficientes para o uso da nossa língua materna. Um banho de eficiência e musicalidade desse dream team do metal nacional.

 

VULCANO – Stone Orange – Um dos mais importantes nomes da música extrema no mundo retorna com um disco fulminante, e cheio de timbres modernos para atualizar seu clássico e icônico som, sem perder aquela mistura entre o bruto e o épico.

 

 

THE DAMNNATION – Way of Perdition – O trio é a verdadeira confirmação de que o thrash metal pode sim se renovar e encontrar novos caminhos, sem deixar de ser rápido e pesado. Aqui, as garotas apostam em flertes com o death metal e criam sofisticados e soturnos climas para sua base thrash cheia de cadência.

 

MARENNA – Voyager – O principal lançamento de melodic rock do cenário nacional. Rod, lendário expoente do estilo, e sua equipe atacam com um AOR altamente influenciado pelo hard rock, dando muito peso às melodiosas composições, que não tem medo de nos levar direto aos anos 80, sem perder o olho na nova escola europeia.

 

NERVOCHAOS – All Colors of Darkness – Uma das maiores forças do death nacional aposta, dessa vez, em muitos riffs e atmosferas do thrash metal, para adicionar ainda mais potência ao seu som, trazendo à vida, o que pode ser o disco mais pesado e caótico da banda. Ainda tem um cover animalesco do Misfits!

 

CLAUSTROFOBIA – Unleeched – Apesar de, agora, radicados nos EUA, e já flertando, há alguns anos, com elementos do death metal, o Claustro continua sendo uma das bandas que mais definem a sonoridade bruta e cortante do thrash metal tipicamente brasileiro. Unleeched soa moderno, mas a banda consegue balancear isso com muitos dos seus ingredientes essenciais.
BASTTARDZ – Auschwitz Tropical – DFC, DRI, RDP, SOD… todas essas grande siglas já tem no Basttardz a certeza de que a chama da mistura certeira entre hardcore e thrash metal está mais acesa do que nunca. Com esse trabalho, o jovem grupo se consolida como uma das grandes potências do crossover cheio de energia, diversão e positividade, sem esquecer de carregar a mão na importância do discurso.
HOLOCAUSTO WAR METAL – Made in War – Com muitos ecos do Holocausto clássico, referência no mundo inteiro, a banda aposta na mistura entre black, death e thrash metal com aquele tempero mineiro, para entregar um dos trabalhos mais brutais do subgênero do war metal.

Quer reviver esses grande momentos musicais de 2022? Então corre pra nossa playlist especial MELHORES ÁLBUNS DO ANO MOSHERS 2022!

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