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Hoje Você Morre lançava seu disco de estréia em 2008 – Memória Bolodoido

By Dudu
junho 11, 2021

Hoje Você Morre lançava seu primeiro disco, e quem tava lá? Recordar é viver e com excelentes shows e discos é viver bem!

O ano era 2008 e eu ainda tinha aquele pique jovial para escrever resenhas de shows. Na verdade eu escrevia mais resenhas de shows do que tudo, foi assim que comecei nisso de escrever sobre música.

Tudo que era buraco que tinha shows e que achava interessante colar eu invadia, pra quando chegasse em casa metermão nas resenhas, gostava da expectativa das pessoas sobre o que iria sair sobre sua banda ou sobre o evento em si, mais divertido ainda eram os comentários ofensivos na página, ou seja qualquer xingamento que você pense em fazer com relação a minha pessoa ou minha coluna já foi feito antes, entendem porque eu não ligo muito?

Mas vamos lá, 2008 e a Hoje Você Morre lançava seu único disco, o Nada é tão ruim que não possa piorar, para marcar esse lançamento os caras trouxeram a Salvador os polêmicos mineiros da UDR, eu estava lá e escrevi sobre:

O evento por ser o lançamento do tão esperado CD da Hoje você Morre já era garantia de coisa boa, quando saiu a lista de bandas que participariam veio a confirmação de que seria um excelente evento. O que me deixou preocupado/desconfiado foi o fato do evento ser num domingo, imaginei logo um estrondoso atraso e eu tendo que perder bandas que estava com vontade de ver. Estava enganado.

A YUN FAT não foi de uma pontualidade britânica, mas começou a soltar os acordes do seu metal irreverente cedo. A banda faz uma mescla de Bossa Nova/Metal/Death core com uma competência jamais vista em Salvador, não tenho medo em dizer essa é a melhor banda que Salvador tem atualmente. Os caras tocaram algumas canções do CD Action Movie Stunts Get to die (Tortofonogramas) e apresentaram algumas músicas novas, além de covers das bandas Cissa Guimarães (“Jesus ranque minha cara com um facão) e U2 (“Sunday bloody Sunday”).

Os anfitriões do Hoje Você Morre sobem ao palco do Boomerangue (Nota do redator: A Boomerangue foi uma casa de shows situada no Rio Vermelho, ficava onde atualmente é a San Sebastian) para demonstrar um pouco o que se pode encontrar no seu primeiro lançamento – Nada é tão ruim que não possa piorar – que saiu pelo selo do baterista da banda, Jera Cravo, Atalho Discos. E o que se viu foi uma banda simples e intensa. A HOJE VOCÊ MORRE, faz um show rápido, devido também à duração das músicas, bem rápidas, impecáveis quase não se percebe erro na banda, e o vocal de Roberto Gomes teve uma evolução estupenda. É rasgado e mesmo assim consegue-se entender o que ele canta, o que demonstra que o mesmo não está apenas gritando. A banda executou cover/versão da Vanessa Carlton “A Thousand Miles”, trilha do filme As Branquelas. Em suma a banda fez um bom marketing de si, me fazendo adquirir o CD que estava sendo lançado naquele momento.

UDR. Diretamente de Minas Gerais, a dupla veio curtir as praias e drogas soteropolitanas pela segunda vez. Nada de novo, apenas algumas piadas novas e criadas ali mesmo, no melhor freestyle. A temática de sátira dos caras mudou um pouco o enfoque, agora zoam muito mais com os “manos do rap” do que que com os metaleiros cabeludos – não que esses não continuem sendo zoados – O metaleiro da vez que foi pego para Cristo foi o Louis (Baterista/Yun Fat), que devido ao seu passado negro, leia-se black metal, foi personagem de alguns comentários dos mineiros. Músicas como “Bonde da orgia de travecos” e “Pentagrama Invertido” foram os momentos de ápice da apresentação dos caras, que apesar de serem muito engraçados fizeram um show bem morninho.

Fim de show da UDR.

Mas ainda tinha muita coisa boa por vir. ÓDIO A PRIMEIRA VISTA. O currículo dos caras fala por si só. Membros de bandas ícones do underground soteropolitano se juntaram e formaram a Ódio à Primeira Vista. Grind/Metal, é isso e apenas isso. Sequência manjada de bateria (Quem disse que isso é ruim?), vocal gutural e abrupto de Paulo Meireles e impressionantes melodias nas duas guitarras, Ailson e Felipe. Momento de êxtase do show dos caras foi o cover da Fragor, muito bom ouvir coisa boa.

Finalizando a noite, eles os incríveis HOMEM METEORO. Filmes, agonias, tristeza, dor, desespero. Isso é apenas um pouco do que é a Homem meteoro, um som caótico e bem experimental que mesclado com o excelente vocal de Andrei torna-se algo bem interessante de se ouvir. A banda adiciona elementos de Jazz, Frevo, grind, metal e bate tudo no liquidificador, põe num copo e senta-se para degustar assistindo um bom filme, o resultado pancadaria sonora de melhor qualidade. Homem Meteoro ainda executou covers de “Cobrador”, da banda cearense Facada; “Colas de Rata”, Brujeria; uma tentativa de tocar “Insipidez”, Contenda – essa com a participação de Roberto Gomes e Marcelo Adam, ex-contendas – e no fim uma jam session com Gil (Cissa Guimarães/Los Canos) tocando clássicos do Planet Hemp. Ainda sobrou tempo para mandar um freestyle da música “Animal” da Ulo Selvagem, uma verdadeira homenagem ao rock baiano.