Filipe Dimelo Na Cena: Rapper baiano lança faixas do EP Clássicos!!!!

Transitando entre o interior e a capital da Bahia,o Rapper Filipe Dimelo canta sobre os amores e o cotidiano do povo preto

Filipe Dimelo
Entre pontos de ônibus, de um canto para outro de Salvador, Dimelo constrói a perspectiva da sua música através do dia-a-dia da cidade (Foto: Jordan Vilas)

Filipe Dimelo, rapper, poeta urbano e arte-educador que transita entre a capital e o interior da Bahia, lançou nesta quinta-feira (26), no Spotify e demais plataformas de streaming de áudio, o single Clássicos. Desde o dia 20, a música está disponível no YouTube. A nova música segue Dendê Não é Glacê, lançada no dia 16 de dezembro de 2022. As faixas são parte do EP Clássicos, que conta com a produção musical do beatmaker Jhoy Kzadavea, do estúdio soteropolitano Kzadavea.

Dimelo, como é mais conhecido no cenário Hip-Hop, já foi integrante do SouldPreto, um trio de rappers formado em Valença, no Baixo Sul da Bahia, com outros dois MC’s, Lucky e Krull. Na cidade, o rapper atuou na organização de batalhas de rima, como a Batalha da Pista, e integrou as bancas Zero75 e Realin. Em 2019, lançou o seu primeiro single solo, Preta, Seu Preto Te Ama, e, no mesmo ano, participou do projeto Relato, lançando o videoclipe Corre do Jaguar, ambos  disponíveis no YouTube.

Estudante de filosofia na UNEB e pesquisador da Música Preta Brasileira, Dimelo se inspira em intelectuais negros como Frantz Fanon e Abdias do Nascimento para compor a sua visão de mundo, e em artistas musicais como Cartola, Edson Gomes e Racionais MC’s. Atualmente morador da periferia da região metropolitana de Salvador, suas canções e poemas falam sobre o cotidiano de comunidades periféricas, vidas negras, amores pretos, luta social e antirracista, bem como outros temas que versam sobre o dia-a-dia do povo negro na diáspora.

“Eu modifico o mundo e me modifico a cada momento e a cada música que vou fazendo desse EP”, conta o artista sobre a relação que criou com a sua nova criação. “É Clássicos porque vem das dualidades do cotidiano, mas ao mesmo tempo quer fazer modificações. Faz uma crítica do que é considerado clássico. Pixinguinha e Luiz Gonzaga são clássicos tão, ou até mais, que Mozart, como disse o maestro Ubiratan. O Ba-Vi é clássico”, completa fazendo referência ao professor, maestro e arranjador baiano Ubiratan Marques, idealizador da orquestra Afrosinfônica. 

Filipe Dimelo
Autor de lovesongs como Preta, Seu Preto Te Ama, Dimelo volta com mais um retrato de amor afrocentrado quando canta “Somos clássicos que nem BA-VI”. Na poética de Dimelo, o amor preto é resistência (Foto: Jordan Vilas)

Dualidade, ou até mesmo multiplicidade, é um conceito que realmente faz parte não só do novo lançamento de Dimelo, como também da sua experiência artística e íntima. Interior e capital, caos e paz, raiva digna e tranquilidade, celebração e luto, lutas na cidade e no campo – Dimelo cita a importância da Reforma Agrária em Dendê Não É Glacê -, se encontram na dinâmica das suas letras. Samba, Reggae, Baião, Jazz, Blues e Rap se complementam no universo material e simbólico do futuro professor de filosofia, barbeiro – mais um talento do poeta – e MC. 

“A composição é sempre elaborada a partir da minha vivência, de uma rotina interiorana dentro da capital, então penso nas barreiras e nas minhas evoluções. Viajo entre o sagrado e o profano, penso os conflitos entre cidade alta e cidade baixa, esses movimentos no EP sempre vão acontecer. Ele circula dentro dessas dualidades, concepções e informações”, explica Dimelo sobre o que move a sua caneta

Assim como o cotidiano é espaço público e coletivo, onde vários agentes constroem e são construídos, a trajetória de Dimelo é tecida por várias mãos. Artista independente, trabalha com amigos. A sua designer é Jéssica Melo, irmã caçula, enquanto a sua produtora é Manu das Rimas, parceira desde quando gravar era apenas um sonho na cabeça do menino da Vila Operária, e a sua Social Media é Jenny Cruz, companheira há quase uma década. “É um EP que tem dificuldades por ser independente, mas isso resulta em uma coletividade imensa, que resolve várias etapas e percorre vários percursos. Foi a força da coletividade que me permitiu dizer ‘estou aqui, estou vivo, estamos prontos pra qualquer embate, nossa cultura é viva e constrói”.

Dimelo na cena, trazendo consigo um mundo de afetos, batalhas e bailes!

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Por Rafique Nasser

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