Ferréz, Datilógrafo do Gueto é a campanha de financiamento coletivo lançado pelo escritor para que ele possa acabar esse projeto já começado
Um dos grandes escritores do país, um homem que tem traçado seu caminho, suas linhas por aquilo que se convencionou chamar literatura marginal acaba de lançar uma campanha que precisa da aderência daqueles que o admiram. Romancista, contista, autor de livros infantis, roteirista de quadrinhos e MC, Ferréz é uma das figuras das letras que melhor encarna o 5º elemento do Hip Hop, o conhecimento. Autor dos já clássicos Capão Pecado (2000) e Manual Prático do Ódio (2003), Ferréz já teve seus livros traduzidos para outros idiomas.
Comentarista politico feroz acaba de estrear um programa de entrevistas feito no formato Live, chamado Ferréz em Construção, transmitido ao vivo através da página do site Brasil 247. E o nome Construção é um excelente signo para pensarmos como esse homem, esse pai vem dando gigantes contribuições e não somente através de sua arte. Um intelectual de estirpe nova, multifacetado, um pensador do gueto e para o gueto, um cara que não se resume a pensar mas sobretudo tem se definido pelas suas ações.
Do empreendedorismo pioneiro em sua loja/marca de roupas e acessórios 1 DaSul onde emprega pessoas da própria comunidade do Capão Redondo, até a militância na ONG Interferência onde centenas de jovens tem acesso a programas de educação não formal, que vão da capoeira a oficinas de leitura, um exemplo de militância. Enfim, não bastasse a excelência do seu trabalho literário resta ainda outros tantos pedaços do homem Ferréz na construção de outros mundos melhores.
E diante de todos esses desafios, o escritor e militante do movimento hip hop recentemente lançou uma campanha no site Apoia.se para concluir o projeto há algum tempo iniciado: Datilógrafo do Gueto. Via apoio no formato mensal em crowdfunding, as contribuições vão de 1 até no máximo 50 reais mensais, com suas respectivas recompensas.
Diante de um mercado editorial complicadíssimo em nosso país, é engraçado como a história se repete, pois faz um tempo que gosto de pensar que o Ferréz é o Plínio Marcos da minha geração. Assim como o teatrólogo santista, o romancista do Capão Redondo possui analises sociais afiadas, os dois possuem aproximações consistentes com a música, Ferréz no rap e o Plínio com o samba. São dois grandes das palavras, da criação artística mas não recebem o devido reconhecimento que merecem. E agora, assim como Plínio fazia, ao imprimir e vender seus próprios “livrinhos”, Ferréz também segue a linha da total independência editorial, atualizando o procedimento aos nossos tempos.
Clique aqui e veja direitinho quais as opções estão mais adequadas ao seu bolso e quais as recompensas que você quer. E vamos ajudar quem luta verdadeiramente pela disseminação da cultura e por um mundo mais justo para os nossos.
Aproveite a oportunidade e escute o disco lançado pelo mano em 2003, Determinação:
https://www.youtube.com/watch?v=nnYpiXu9O3U