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Enquanto houver machismo, MARÇO NÃO BASTA!

Março não Basta! porque o machismo segue vitimando mulheres em todos os estratos da sociedade. Não é diferente nas várias dimensões ligadas à música.

Convencionou-se que no dia 08 de março devemos comemorar o dia da mulher. Durante muito tempo a data foi tratada sob a perspectiva masculina, um olhar que não retira a mulher do lugar em que sempre fora colocada pelo patriarcado. Tornou-se um hábito e sinônimo de reconhecimento da importância da mulher lhe oferecer flores como gesto de felicitação pelo “seu dia”, sempre acompanhadas de uma abraço e um meloso discurso permeado por uma miríade de clichês. Esse loop ainda não teve fim, mas aos poucos vai deixando de se movimentar.

Um dia para a mulher não basta, assim como MARÇO NÃO BASTA! Já não basta pelo fato de que a mulher assumiu o protagonismo a custa de muita luta, mobilização e ativismo. Posicionam-se contrárias ao que a data se tornou enquanto direcionada pelos interesses masculinos em relação ao papel social da mulher.

Nada de flores, abraços e frases preconcebidas recheadas de obviedades sobre a importância da mulher na vida dos homens.  Nada de ressaltar aquilo que para nós é sua virtude e para elas sinônimo de repressão. Portanto, nada de elogiar a beleza feminina, sua paciência, sua docilidade, sua fragilidade, características que nós homens usamos para moldar o ideal feminino que melhor nos agrada e melhor nos serve.

MARÇO NÃO BASTA! para demolir toda essa crosta envolta sob a concepção masculina da mulher. O Oganpazan ao longo dos seus quatro anos incompletos busca ressaltar o protagonismo feminino em várias vertentes da música, da popular ao jazz ao metal ao rap ao hardcore ao punk e ao que surgir. Procuramos, a partir das conversas tidas com inúmeras mulheres ligadas ao movimento feminista, entender de que maneira poderíamos fazer do site um instrumento de empoderamento da mulher no campo musical.

Abrimos a porta do site e assim a deixamos para a publicação de matérias feitas por mulheres interessadas em discutir pautas ligadas ao feminismo e o espectro musical, bem como dar visibilidade ao trabalho de bandas e artistas femininas solo e matérias feitas por mulheres. Foi de estrema importância o trabalho da professora e filósofa Leidiane Coimbra ao cobrir o evento Faça Você Mesma Vol 1, concebido e realizado por Ana Lima e Débora Molina, dupla que fez a matéria sobre o Faça Você Mesma Vol 2. Junto da Jamile Marques, Ana e Débora falaram sobre o preconceito e a opressão que as mulheres ainda sofrem no meio underground graças ao machismo que insiste em permanecer por ali

Destacamos também as matérias feitas pela jornalista e zineira Paula Holanda, responsável pela publicação do Porão Zine, que faz excelente cobertura da cena musical independente. Paula nos concedeu uma entrevista onde falou sobre a produção independente e realizou uma entrevista com o soundsystem feirense Roça Sound e com a banda também de Feira de Santana Iorigum

Na coluna A Força Feminina do Jazz buscamos ressaltar o trampo de grandes jazzistas mulheres dentro de um gênero musical aparentemente sob predominância masculina. Destacamos a jovem saxofonista alto Camilla George, a pianista veterana Aki Takase e uma matéria mais que especial, mais uma entrevista com a sax tenorista sueca Cecília Wenerström, líder da lendária banda feminina de jazz Salamander. Rolou ainda uma entrevista coma a jovem baterista cubana Yissi Garcia

Ouvimos e resenhamos os lançamentos do duo feminino Sixkicks e das punks Ratas Rabiosas. Não podemos deixar de ressaltar a cobertura feita ao trabalho das mulheres no hip hop, entre as matérias feitas estão aquelas que destacam o trabalho de Nega Faya, Rap Plus Size, NOBLAH, Cíntia Savoli, dentre muitas outras. Basta digitar mulheres no rap em nossa busca na página inicial do site para acessar todas as matérias. 

Cientes da importância de nos posicionarmos acerca das questões envolvendo o machismo em nossa sociedade, em destaque no campo musical, nós do Oganpazan nos colocamos ao lado das mulheres no que diz respeito ao combate da violência simbólica, material e física imposta às mulheres. Queremos ser um canal em que as mulheres possam assumir seu lugar de fala e expressar seu ponto de vista sobre o modo como são tratadas nos diversos ambientes culturais. Seja como espectadoras, seja como artistas, produtoras, jornalistas culturais, seja naquilo que avaliarem ser o melhor para o empoderamento feminino também no campo artístico/ musical.

#marconaobasta

Segue abaixo nossa Playlist no stpotify inspirada na concepção do Março Não Basta. Confira lá e deixe seus comentários abaixo da matéria nos informando sobre as bandas e artistas que ficaram de fora da lista, mas que deveriam constar nela. 

 

 

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