Zarashi é cria da Vila Penha e do Morro da Fé e vem apresentando um trabalho sólido, trocamos uma ideia com ele para saber um pouco mais:
Não que o rapper carioca seja um total desconhecido, na verdade ele transita por vários meios artísticos e consegue assim ter uma boa prospecção. Contudo, tem passado batido pelas mídias do lado de cá do mapa. Sendo assim, vamos conhecer um pouco de Zarashi nessa entrevista exclusiva para o Oganpazan.
Dudu (Oganpazan): Salve irmão, tudo bem? De início nos conta qual sua trajetória na música. Como iniciou? Como enxerga sua carreira do começo até o atual momento?
Zarashi: Salve, irmão! Salve tropinha!
Cara, nasci no meio da música. Meu pai cantava, e a gente cresceu ouvindo sempre muita música, indo para os karaokê dos bairros, desde pequeno fui incentivado a cantar, mesmo que como hobby até então.
Aí eu cresci, aprendi violão e posteriormente guitarra, em um curso que tinha no bairro gratuito, que era o São Martinho, lá na vila da Penha! Daí pra frente é história, viu? Montei minha banda de rock, ganhei uma bolsa pra uma das melhores escola de música do país, que é a Vila Lobos, cursei, mas no final, mesmo amando o rock, eu sempre tive uma ligação muito forte com o Rap. Além da identificação natural que rola por eu ser preto, cria da Vila da Penha, do Morro da Fé, ver de perto essa realidade todos os dias, eu sempre senti muita energia improvisando rima, sempre gostei muito.
Nunca fui muito bom em batalha de sangue não kkkk, mas sempre tive o freestyle muito bom!
Dudu (Oganpazan): Voce é cria da Penha, muito famosa pelo Baile da Gaiola, você também foi influenciado pela cultura do funk? É frequentador do baile? Se sim, é esse fervor todo mesmo?
Zarashi: Sim, sou cria ali da Vila da Penha e do Morro da Fé, que faz parte do complexo.
Estudei minha vida toda em colégio publico, mano. A gente cresceu vendo os grupos dos manos mais velho dançando funk, das mina montando grupo, cresci na época de Smith, Tikao no auge! Menor do Chapa, vários mano!
Então sim, cresci ouvindo e consumindo funk, frequento baile e aquelas coisas né?! Pai rabisca. Kkkkkkkk
Dudu (Oganpazan): Em “Joga pro Pai”, você vem com umas linhas nervosas e num estilo mais pra frente. Já em “Magma”, que teve clipe lançado recentemente, parece tudo mais suavizado. O Zarashi de 04 anos atrás já era, ou ainda podemos esperar um rep mais pra frente, mesclando com lovesongs e músicas de baile?
Zarashi: Sempre pode se esperar tudo do Zarashi!
Aquela época eu estava experimento coisas, me descobrindo como artista, vi que as possibilidades eram infinitas e aí eu só parei quando achei minha atual identidade, que realmente não é um trap de festa e sim muito mais estético. Mas nada me impede de amanhã lançar um drill, como fiz em “senhor do tempo”, ou qualquer outra vertente. Basta eu e minha equipe cismarmos, até pela minha versatilidade como músico, pode se dizer que sim, imprevisível como a tempestade.
Dudu (Oganpazan): Você tem um estilo bem arrojado, preto chique cheidimarra, sempre curtiu moda?
Zarashi: Sim, sempre gostei de moda, de inventar moda, sempre fui o que se vestia mais extravagante no rolê, sempre achei que a arte de passar quem você é, como se expressa, através da maneira de se vestir uma coisa muito forte!
Hoje tenho como referências diversos artistas que são explicitamente ligados à moda, tanto como donos de grifes ou como modelos das mesmas. Entre minhas principais influências em questão de estética hoje estão o Asap Rocky, Young Thug.
Dudu (Oganpazan): E que tipo de trampo tem feito no mundo da moda? Como é transitar por esse mundo?
Zarashi: Ainda não faço tantos trampos com moda. Algumas fotos pra uma marca de roupa local aqui, umas fotos pra um fotógrafo ali, meu foco mesmo é a música, a moda acaba sendo um hobby muito útil também pro meu trabalho.
Dudu (Oganpazan): Anteriormente eu falei sobre a suavizada das músicas, mas os clipes estão cada vez mais pesados! Produção e roteiro impecáveis, e uma estética bem gangstar. Como tem sido o processo de produção desses vídeos?
Zarashi: Tem sido bem louco me arriscar como roteirista nos meus clipes. Minha equipe me dá total liberdade e me apoia bastante! Fazem de tudo pra cumprir minhas loucuras kkkk.
Acaba que é uma chance a mais de eu deixar meu imaginário falar alto. Não só na música, eu acredito que tudo tem que se falar. Do Beat, as cores usadas. O roteiro precisa falar com o som, contar a mesma história de uma outra perspectiva da música, isso da vida ao trabalho e eu tenho achado realmente maravilhoso conseguir entregar esse trabalho com tão pouca grana e muito esforço de geral que acredita e tá envolvido com a gente.
Dudu (Oganpazan): Quais suas influências musicais? As que afetam diretamente seu trampo?
Zarashi: Minha principal influencia musical atualmente é o papai Travis, não tem jeito! Kk
Acho que a forma como ele consegue trazer pra outro nível um álbum, te transportar pro mundo daquele determinado trabalho, seja um single ou uma mixtape, eu acho que ele é o maior e trabalha com os maiores em questão de produção musical.
Dudu (Oganpazan): Quais os planos futuros? Shows? Turnê? Lançamentos?
Zarashi: Vish, Tudo isso! Agora saiu “Sem leme” que é um single com meu mano Semente.
Tô participando também do disco da N.I.N.A, com a primeira música do álbum saindo agora em março.
Também, além de dois clipes novos no mês de março! Um saindo pelo canal dos meus amigos de Manaus, TETOPRETO REC, onde cantei num Beat do meu mano RV e do meu mano Altran. Clipe foi gravado pelo Zugo, meu mano. E mais um aí saindo no nosso canal no finalzinho de março pra vocês, meu primeiro clipe gravado em São Paulo.
Além disso, a agenda estar aberta pra shows, então a rapaziada tem que ficar de olho aí que a qualquer momento eu posso brotar na tua cidade!
Sobre a turnê, eu tô me planejando pro lançamento do meu primeiro EP. Nossa tropa já está mobilizada pensando em tudo, estética, e eu já tô escrevendo os sons, enfim. Acho que tudo depende de como o público vai aceitar esse nosso trabalho. Se as coisas continuarem caminhando bem, a gente pretende correr show pelo país logo após o lançamento do EP.
Dudu (oganpazan): Apesar de ser do RJ, você vem contando com um apoio da Tábata, rapper paulistana que fazia um som bem diferente do qual você desempenha. Qual sua relação com SP e o que acha dessa treta maluca que sempre tentam criar entre as duas capitais, que acaba prejudicando alguns artistas?
Zarashi: Eu gosto muito de São Paulo! Da cidade em si! Muito movimento, terra de trampo, fazer girar o dote! A rapaziada de São Paulo, principalmente os homens, são meio puto com a gente, carioca. Não sei se é o sotaque, por que as paulistas sempre me tratam muito bem pelo mesmo motivo, kkkkkk.
A questão é que rixa sempre vai existir, nós como artistas que não podemos ficar perpetuando uma bobagem dessas. Não vou gostar menos de um fã por que ele é de lugar A, B ou C, tenho carinho por todos da mesma forma. Mas é natural que quando duas coisas muito grandes ou muito espetaculares estão perto uma da outra, gere comparação. Assim como o Rio, São Paulo também é maravilhoso, e eu sempre sou muito bem recebido quando vou pra lá pra SP. Principalmente pelas paulistas. Kk
Dudu (oganpazan): Deixa um recado final para os leitores e leitoras do Oganpazan.
Zarashi: Não usem drogas em demasia, bebam água, transem, e me sigam nas redes sociais pra ficar por dentro de tudo! Inclusive no Spotify.
Redes sociais Zarashi:
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Spotify:
Contato para shows:
(21) 97010-7433
-Bolodoido Musical entrevista: Zarashi (RJ)
Por Dudu