Átrio e o Rap Jazz no Baderna – Resenha sem foto #1

Átrio e o Rap Jazz no Baderna – Resenha sem foto #1 é mais uma criativa solução que Guilherme Espir criou para registro sem pausa dos grooves

 

Tem dias que a correria não permite que o jornalista volte pra casa e busque seu equipamento. Com isso, a experiência de comunicar e explanar o groove ao vivo (pensando no relato da gig) acaba ficando prejudicada. No entanto, foi pensando nesses corres que surgiu a ideia dessa série, “Resenha sem foto”.

Nessa edição de estréia, debutamos com um relato sobre a primeira edição do Rap Jazz no Baderna. Abrindo a porteira de colaborações grooveadas de 2020, o Átrio – um dos trios Jazzeados mais cabulosos de São Paulo – voltou para o seu quintal (o Baderna Bar), pra mostrar que as experimentações com o Rap-Jazz estão longe de acabar.

Um dos picos mais requisitados da cidade, as quintas-feiras de Rap Jazz no Baderna estão cada vez mais concorridas. Com direito a pré e pós groove com Vitão Moralez pilotando a nave com o puro creme do bom gosto na SELECTA, o trio formado por Rob Ashtoffen (baixo) jogou em casa com uma formação diferenciada.

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Contando com Gabriel Gaiardo (maestro) nos teclados, o trio foi complementado pela presença de Andressa Pazzuolo (que chegou pra somar na jam no lugar de Renato Pestana), baterista titular do projeto que estava doente e foi brilhantemente substituído.

A condução da Andressa deu outra dinâmica no som. Com o show no formato de sempre – com duas entradas pra lá de envenenadas – o trio tocou como se a Andressa estivesse no projeto há tempos! A percepção musical dela ajudou a endossar os belos rudimentos que renderam belos embates instrumentais, sempre acentuando o groove com grande facilidade, fluência e muita classe.

No baixo, “Robnight” fez miséria. O polivalente meliante que se divide entre o corre de testar o som, groovar e ainda garantir que o show comece com pontualidade londrina (das 20:00 até às 22:00), fechou uma sessão rítmica muito bonita com a senhorita Andressa e fez o baixo roncar com destreza.

Nos teclados, Gabriel Gaiardo mostrou AQUELE bom gosto que já lhe é peculiar, enquanto a intersecção entre o Jazz e o Rap de mensagem ficou sob a batuta de Dow Raiz e Nego Max. Foi com essa dupla incendiária – encurtando as distâncias entre Curitiba e o Vale – que os 2 chegaram com temas autorais, versões de Wu Tang Clan e até Racionais MC’s.

Foram 2h de rolê e quem estava no recinte – na cara do gol da estação Sumaré do metro – ouviu um som soberbo. Como diz o sábio DJ Vitão: só teve jogador caro e o Jazz, o Hip e o Hop agradeceram encarecidamente. Jazz, muito flow e altos improvisos. Quando o Nego Max começa a improvisar, parece que tem uma escuta no ouvido do mano… É foda, em termos de energia o negrão talvez seja um dos meliantes mais explosivos do rolê. 

E a lírica do Dow Raiz? O curitibano talvez seja um dos MC’s mais musicais da cena. A versatilidade do Rasta man impressiona e em 2020 o curitibano vai chegar com disco novo pra seguir fazendo barulho. 

É poucas, papai. Essa é pra debochar legal. 

Rap-Jazz, às quintas-feiras no Baderna.

Só se fala em outra coisa.

-Átrio e o Rap Jazz no Baderna – Resenha sem foto #1

Por Guilherme Espir (para mais vídeos e outras mumunhas vai no insta desse meliante)

 

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