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Relatos, Richie Havens

Woodstock & Richie Havens

O Woodstock é um marco dentro da história da humanidade e quanto a isso não existe discussão. Porém, semana passada estava revendo um grande momento que aconteceu depois do festival e não pude me calar a ponto de não digitar um sílaba sobre o ocorrido. Traço atemporal que além de reafirmar a importância desses dias de amor e paz para a história da humanidade, tenta convencer os céticos, se é que ainda existia algum tipo de dúvida.

Os senhores muito provavelmente estão familiarizados com Richie Havens, o homem encarregado de abrir o maior festival de todos os tempos, uma senhora tarefa diga-se de passagem. Mas enfim, prosseguindo.

O americano não só abriu o evento como além disso cravou seu nome na história da música e foi responsável por um dos maiores shows já vistos, tocando por três horas até ficar sem músicas e improvisar uma versão de ”Motherless Child” que acabou virando sua marca registrada e um sinônimo da força de Woodstock como um todo.

Conheci Richie depois de ver um DVD que relatava toda a odisséia que foi o festival de Woodstock. Me lembro que chapei no show do Santana, Janis Joplin, Ten Years After, Joe Cocker, Sly… Acho que não teve um show que não tenha feito meu cérebro virar do avesso.
Teve CSNY, Mountain, Canned Heat, Grateful Dead, Creedance, Who, Jefferson Airplane, The Band, Johnny Winter… Praticamente tudo que hoje é cultuado foi estabelecido gradualmente em forma de mito nesta festividade suprema, fora que nunca aprendi tanto vendo nada em minha vida tal qual aprendi e ainda aprendo, com esse momento.
Mas depois de ver a performance acima e de relatar minhas impressões, é que venho com o que vai realmente estabelecer a ponte de raciocínio para com o entendimento sonoro que este texto-tese visa obter: Richie Havens.
Nunca, nunca, nunca, nunca… Em mais de 19 anos de vida, jamé ouvi e puder ver takes de alguém com mais força sob um palco do que este cidadão. Tudo que construia sua imagem era único, desde suas afinações ortodoxas, até a forma como tocava sua viola, passando por suas mãos lotadas de anéis Hippies.
O que Havens fez em Woodstock foi muito celebrado na época e tempos depois, mas hoje em dia ninguém lembra do banguela e isso é um absurdo para com a memória de um dos maiores músicos que já tivemos neste plano. Dentro da aresta Folk considero que ele está acima de muitos nomes e o motivo é a sinceridade e realidade com que sua música flui. Seja ao vivo ou em estúdio, nós sempre nos lembramos da vibração Woodstockiana quando ouvimos esse cara e a força de sua presença era uma granada.
Quando Woodstock fez 40 anos de vida, um evento comemorativo foi feito para festejar as bodas e o Folk man foi chamado para reconstruir a performance de ”Freedom”, tema que tanto o consagrou. Foi realmente deslumbrante ver o velhaco naquela posição, por que mesmo com o sucesso que sua música merecidamente obteve, todos os fãs do barbudo sabem que ele não é lembrado o quanto deveria e que esta gravação talvez tenha sido seu último grande momento antes de nos deixar, em 2013, aos 72 anos de idade.
Sei que sua pessoa não está mas entre nós, porém acho absolutamente válido destacar seu nome e não pretendo fazer o mesmo de maneira saudosista. Conhecer este som e assimilar a diferença de tempo e novos padrões estabelecidos pelas óbvias novas épocas, é o meu convite. Sentir e conhecer a mesma música, só que em diferentes períodos históricos e acima de tudo, ver toda a beleza e plasticidade de um dos maiores performers da históra da música.
Woodstock ontem, hoje, amanhã e para sempre – Richie Havens: o eterno start do festival em minhas memórias.

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