Widespread Panic – Street Dogs

O tempos nos molda a fazer as coisas de uma maneira metódica. Criar um esquema para programar e realizar as tarefas é algo interessante, mas se esse mecanismo encontra o excesso, o que antes era uma solução, pode se tornar um o problema.
E por mais estranho que pareça, esse fenômeno também está presente na música. Quando uma banda completa 10, 20 anos de carreira, é bem normal vê-los seguir a mesma métrica na hora de gravar um disco, por exemplo. Em boa parte das vezes os envolvidos nem percebem, mas estão se perpetuando como medalhões e parando no tempo.

Tente pensar em algumas bandas que estão capengando hoje em dia. Grupos que gravam da mesma forma só que não acertam a mão faz tempo… Pensou? Agora conclua o óbvio: eles não avançam por que fazem a mesma coisa, querendo obter resultados diferentes ha mais de duas décadas ou mais.
Einstein disse que fazer algo da mesma forma e querer resultados diferentes é um indício claro de insanidade, uma ideia bastante lúcida. Por isso, fique com o exemplo do Widespread Panic, os caras estão na ativa ha mais de três décadas e mostram, disco após disco, como é possível manter a jam fresca.

”Street Dogs”, o décimo segundo trabalho de inéditas da jam band (lançado no dia 25 de setembro de 2015), é um sopro de ar fresco após cinco anos sem material, e comprova que ainda é possível seguir brilhando, basta trocar as lâmpadas periodicamente.

Line Up:
Jimmy Herring (guitarra)
John Bell (guitarra/vocal)
John Hermann (teclado/vocal)
John Keane (vocal)
Domingo Ortiz (percussão)
Dave Schools (baixo)
Duane Trucks (bateria)

Track List:
”Sell Sell”
”Steven’s Cat”
”Cease Fire”
”Jamais Vu (The World Has Changed)”
”Angels Don’t Sing The Blues”
”Honky Red”
”The Poorhouse Of Positive Thinking”
”Welcome To My World”
”Tail Dragger”
”Street Dogs For Breakfast”

Depois do aclamado ”Dirty Side Down”, a cozinha do Widespread fez o que sabe de melhor: sair em turnê. É notável perceber que depois da entrada do fantástico Jimmy Herring, que a banda se renovou completamente. Desde 2007 com ”Free Somehow” que o som ficou mais fluente em vários aspectos, desde os improvisos até a variedade de estilos.
Só que o mais interessante é que nada se manteve fixo, a banda sempre tocou de tudo, mas nos últimos 3 trabalhos a liberdade se fez presente de uma maneira diferenciada, esse disco, por exemplo, possui vários climas e muito do que acontece depois do play se deve ao clima das gravações.

Gravado ao vivo nos estúdios, como uma banda de verdade deve fazer, ”Street Dogs”, não só marca o retorno dos caras ao recinto das gravações, como também utiliza as 10 tracks desse trabalho para pagar sua enorme base de fãs (com juros) e correção.

Aqui temos a essência de uma banda que sabe se reinventar. Um som que nos mostra que, mesmo após 30 anos, ainda é possível evoluir. E para o proposíto de Darwin o que não falta são boas passagens.

Temos a infusão Jazz/Folk de ”Angels Don’t Sing The Blues”, a fluência sofisticada da guitarra de Herring com ”The Poorhouse Of Positive Thinking”. um boogie venenoso para ”Street Dogs For Breakfast” e o épico climão de New Orleans para as festividades de ”Cease Fire”.

É bom saber que o mundo gira e os grandes mestres tentam acompanhar a velocidade. O Widespread nem precisaria se ajustar perante os novos padrões, pois eles sempre o fizeram naturalmente, mas ver que a banda se preocupa em estar sempre na crista da onda… Rapaz, esse é o feeling que nos faz colocar as veias funkedas de ”Sell Sell” no repeat. Excelente… pra variar o Jimmy Herring arrebenta!

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