Wender Zanon e a cena em: This is Canoas not POA/ Entrevista!

Wender Zanon produziu um documentário fantástico sobre a cena de Canoas, This is Canoas not POA, e batemos um papo com ele!

Wender Zanon
Kamila Lin

Não sei vocês, mas eu amooooo documentários musicais, dos mais diversos possíveis. Então, dia desses estava lendo a Revista O Inimigo e lá tinha uma matéria massa sobre dois documentários lançados com incentivo da Lei Aldir Blanc, um deles foi o This is Canoas not POA! De cara eu me amarrei no nome do Doc, o que me fez correr atrás de assistir.

Comecei a seguir o perfil do filme no Instagram e nesse lance de interação conheci o diretor do filme, Wender Zanon. Descobrimos amigos em comum, gostos em comum e tivemos mais uma vez a certeza que não importa se estamos em pontas diferentes do mapa, sempre terá um garoto ou uma garota com insatisfação suficiente com o mundo para se inserir na cena hardcore.

Trazer todas as horas de conversas que tive com Wender é complicado, então fiz uma entrevista com ele para falarmos um pouco sobre o documentário This Is Canoas Not POA!

Dudu (Oganpazan): De início, nos conta como foi essa ideia de fazer um documentário da cena de Canoas, mas com um recorte temporal bem amplo?

Wender Zanon: Acho que a sementinha da ideia pra mim começa com um sentimento de “tenho uma dívida com meus amigos” e preciso pagar ela de alguma forma, saca?

Acho que o filme é um registro documental não só do rock da cidade, mas acaba sendo um documento social, cultural e afetivo. Quando eu comecei a frequentar os shows da minha cidade, logo notei que muitas das bandas que eu tava vendo virariam “lendas urbanas” em breve. Se tu não tem condições de gravar, fazer foto, fazer clipe, tudo isso auxilia pra que tua história seja mais curta, saca? Quem viu, viu. E quem não viu só vai ouvir uns relatos mesmo. Como vou apresentar o som da minha banda daqui há 20 anos? Eu ficava pensando nisso quando comecei a frequentar os shows. Eu vi uma banda que tocava com uma intensidade monstruosa pra 20 pessoas e aquilo mudou minha vida. Não só a postura da banda, mas as letras e todo o contexto de cooperação e união proposto por essa banda e pelas outras pessoas que estavam ali. Enfim, é aquele papo clichê de que a música, o underground é uma escola, mas é real. Isso sempre me cativou muito e foi pautando minha vida e meu interesse pelas coisas. Eu aprendi a ter essa preocupação de gravar com todas bandas que eu tive. Precisamos deixar registrado esse momento que estamos vivendo e fazendo esses sons, saca? Muita coisa legal aconteceu em Canoas, mas existe esse problema da falta de documentação e também a falta de grana das pessoas em ter condições de bancar um material legal. Até o início dos anos 2000s era difícil gravar, né? E isso envolve grana, planejamento, tempo, dedicação e por aí vai… Acho que a ideia inicial do filme foi essa de conectar as gerações da cidade. Vejo o filme meio que nesse sentindo de uma ponte entre as gerações. A maioria das bandas ali dos anos 80 não chegou a gravar, mas agora com essa divida pessoal paga, o registro da história tá ali pra galera não esquecer e também, quem sabe, influenciar outras pessoas e as novas gerações. Saca?

Dudu (Oganpazan): E qual a inspiração do nome do documentário?

Wender Zanon: A inspiração é da coletânea “This is Boston, not L.A” que foi lançada em 82. Eu fazia uns shows na cidade com o Coletivo B.I.L e quando sai do coletivo e comecei a produzir meus próprios eventos precisava pensar em nomes, e aí fiz uma série de shows com esse nome “This is Canoas, not POA”. Quando comecei a trabalhar na ideia do filme resolvi aproveitar que já tinha esse nome e que fazia também sentindo se virasse um filme.

Dudu (Oganpazan): Eu descobri o documentário através de uma matéria no site da Revista O Inimigo. Confesso que fiquei maravilhado quando vi que tinha 2 horas de duração, de pronto pensei na quantidade de histórias boas que o documentário poderia me apresentar, e não me decepcionei. Acho o This is Canoas um dos documentários musicais mais completos feitos no pais. Porém, um trampo desse tamanho requer tempo e muita mão de obra, além de grana. Como foi esse processo de pré produção e produção do documentário ?

Wender Zanon: Pow! Obrigado mano. Vejo que o filme tá criando uma vida própria a partir das conexões e pontos de vistas de cada um. Essa matéria do O Inimigo propõem esse olhar da cultura fora das capitais fazendo a conexão com outro doc de Caicó, né? Achei demais.

Cara, acho que da ideia inicial de “tá, vamos fazer um filme” até o resultado pronto foram sete meses. É pouco tempo pra tanta coisa que foi feita, mas aí também nesse caminho tem o lance de eu conhecer do que eu tava falando. Eu sou de Canoas, tenho banda na cidade, eu vivo aquilo ali. Então, eu tinha uma certa segurança e tipo zona de conforto, saca?

O primeiro passo do filme foi fazer uma pesquisa online que chegou em umas 130 pessoas que citaram uns 80 lugares de shows na cidade, umas 300 bandas e compreendia um período dos anos 80 até ali 2018. E essa pesquisa pautou o filme. Serviu pra entender quais seriam os personagens, quais os lugares seriam apresentados no filme e por ai vai. Por exemplo, os meus amigos mais velhos são do movimento punk da cidade e sempre falavam muito das histórias do Gullys. Eu sabia que o Gullys tinha que tá no filme, mas eu precisava dessa afirmação de outras pessoas pra saber se fazia sentindo mesmo, saca? E a pesquisa serviu de comprovação de algumas ideias e espaços, também serviu pra apresentar coisas novas. A geração dos anos 80 surgiu através da pesquisa inicial. Quando pensei em fazer o filme, pensei que ia começar direto nos anos 90, no movimento punk e no Gullys.

Aí depois da pesquisa foi a hora de montar o projeto para submeter aos editais da Lei Aldir Blanc. O filme foi financiado através dessa lei. Então, teve esse período de pesquisa inicial e de projeto. Aí quando saiu o resultado e o filme foi aprovado foi a hora de começar a organizar as ideias. Marcar entrevistas e começar a pensar mais na estrutura do filme mesmo. Até então era só um sonho fazer o filme mesmo. O lance é que essa pesquisa inicial deu muita segurança pra gente. Já acabou gerando uma expectativa na galera da cidade também. No filme foram entrevistadas 60 pessoas, em um período de um mês. Aí eu volto a falar o lance de que foi pouco tempo, é complicado fazer tudo isso, mas eu também conhecia algumas pessoas, saca? Eu tava falando de um assunto que eu conhecia e isso coopera muito também, né! 

Wender Zanon
Dafny Zanquetta

Dudu (Oganpazan):  Por questão pessoal, a parte que mais me interessou foi quando começou a falar um pouco sobre a cena hardcore/punk local, qual sua ligação com essa subcultura? Pelo visto tem ligação direta, haja vista o nome do documentário.

Wender Zanon: Quando eu comecei a ir nos shows aqui da cidade e conhecer as bandas foi direto nesse bolo do punk/hardcore. Na época, tinha a galera da B.I.L (Bandas Independentes Locais), que tá na ativa até hoje, que é um coletivo de bandas que em sua maioria são bandas de punk/hardcore. Foi ali que comecei a me envolver com música, sair e conhecer pessoas. E aí o cara é contaminado, né! A música abre portas, né? Ou melhor, as pessoas envolvidas ali com música abrem portas! Eu era tri jovem e não conhecia nada de nada haha. E eu lembro de ir em evento, ter palestra e as pessoas conversando sobre coisas legais e eu ficava olhando assim de canto e com admiração. Enfim, acho que tudo que eu conheço hoje em dia tem alguma relação com som. Direta ou indiretamente, sabe? Me interessei por cinema por causa da música. Conheci muitas pessoas, muitas culturas e lugares, tudo isso através de uma visão ampla e livre que a música proporciona. E é aquilo que disse anteriormente que o underground é uma escola, uma visão, um estilo. Se tu quer fazer algo é só tipo pensar, planejar e fazer, saca? Não dá pra fazer do jeito ideal, mas se faz com o que tem. O importante é fazer, viver, interagir, propor, saca? Esse conceito é apaixonante. Acho que esse sentimento tá muito visível no filme também e talvez seja o sentimento que ligue todas as histórias e gerações.

Pra mim o punk mora nesse sentimento de encontrar dificuldades, mas foda-se… Algo precisa ser feito.

Dudu (Oganpazan): Massa!!! E atualmente, a parte que não entrou tanto no filme, Como é a cena independente de Canoas?

Wender Zanon: Nos últimos anos, os dois espaços que abriam pra som autoral fecharam. E antes da pandemia a cidade tava nessa seca de espaços. O que é foda e também é cíclico, né! O filme mesmo é composto de histórias de lugares que influenciaram, mas não conseguiram sobreviver. Hoje em dia, Canoas é um lugar com muito pub que abre espaço pra cover. Isso é o reflexo de um monte de coisa, né!

Vários elementos são necessários pra uma cena acontecer. Tem que ter espaço pra show, estúdio pra ensaiar, loja de instrumentos, loja de discos e por aí vai. Mas aí é aquela coisa, mesmo que falte algo, sempre vai ter um grupo entediado que vai querer fazer um som e se reunir em algum lugar pra escutar música, saca? Também é cíclico.

Canoas tem umas bandas clássicas que tem tipo uns 30, 20 anos. A minha banda Paquetá tá fazendo seis anos em 2021, haha. E tipo tem uma gurizada que tá fazendo um rock. Ali no filme os jovens tão representados pelo Cleiton Rodrigo que tocou na The Fliers e toca na Semilunar, que são umas coisas mais psicodélicas, indies. E o Henrique Deprá que toca na Death Ecstasy que é um thrash/death. Mas sabe o que eu acho? Que o rock não dialoga mais tanto com a juventude. Eu vejo que a cena de rap, trap, funk tá muito em alta. E os sentimentos e necessidades são as mesmas. A galera do rap ocupa espaços públicos promovendo batalhas de rimas, e isso é uma cena que tava rolando muito forte aqui. Todo bairro tinha sua batalha. Só que eu acho que hoje em dia existe muito som sendo feito em casa e que não há propostas de conexões e interações.

A galera não faz show porque não tem pico ou não tem equipamento adequado. Essa era uma vivencia bacana das bandas punk que me ensinaram que se não tem um espaço adequado ou um equipamento pra tocar…. cara, toca com o que tem! Saca? Claro que o cara vai querer sempre o melhor, tocar num lugar legal, com equipa bom, mas nem sempre essa é uma realidade. E acho que entre fazer e não fazer, só existe uma opção mesmo.

Banda Lepra

Dudu (Oganpazan): Você citou a Paquetá, que você toca, e me bateu curiosidade sobre outras bandas atuais de Canoas. Poderia indicar para nossos leitores e leitoras?

Wender Zanon: Então, atualmente todas minhas bandas viraram grupo de whats. Haha. Mas eu toco na Paquetá e na Conflito (que daí é de Porto Alegre). E em Canoas já toquei na Vida Torta também, que durou pouco tempo, mas tem disco gravado e lançado.

Das bandas atuais de Canoas… Cara, eu gosto muito da Analepse:

The Fliers, que eu não sei se já acabou até:

Death Ecstasy

Subterrâneo 12, que é do Rodner figura que já tocou em diversas bandas de hardcore da cidade e hoje em dia tá fazendo rap:

Cat Arcade, que é uma parada mais post-punk, que tem a Nina e Paulinha que são de Canoas:

Acho que de novidade, bandas que tem pouco tempo de atividade, e que eu gosto mesmo são essas.

Dudu (Oganpazan): Ia chegar nesse ponto, como a pandemia afetou a produção cultural em Canoas

Wender Zanon: O que já não tava bom, piorou. Haha. Já não tinha espaço pra show e agora com a pandemia acho que dificulta uma perspectiva de que vá ter algo em breve. Enfim, o que vai se manter em pé provavelmente são os picos que cobram caro pra tu consumir. E a interação, a conexão, ao menos pra mim, ocorre no mundo-fisico, no encontro das pessoas e nas trocas de ideias.

Bom, mas teve uma coisa muito boa que foram os editais da Lei Aldir Blanc. A descentralização de recursos proposta pela lei foi extremamente positiva aqui. O filme foi feito através disso, saca? Quando que eu ia conseguir ganhar um edital estadual ou nacional pra falar da história do rock na minha cidade, saca? Cara, teve muito projeto sendo construído em Canoas nos últimos meses. Choveu cultura, saca? Aqui tem muitos grupos bons de teatro, além das inúmeras bandas. Muita gente foi beneficiada por essa lei. Mas daí é aquilo. Teve uma vez e estão na pressão pra um desdobramento da lei e que também os próximos editais da área da cultura sejam descentralizados assim. Agora o tempo vai dizer como a coisa vai ocorrer. A galera que trabalha com cultura conseguiu uma grana pra se manter. Só que aí é muita coisa nesse oceano que é a internet, né! Esses editais eram para projetos que ocorressem em um ambiente online. Aí também tem o lance de que nem todo mundo tem acesso a internet, ou um plano pra navegar e também as vezes é necessário um estimulo pra que as pessoas acessem o teu conteúdo, né! É muita informação rolando.

Dudu (Oganpazan): E com relação ao filme, ter lançado ele em plena pandemia dificultou as coisas? Como tem sido do retorno do púbico, já que ainda não foi  exibido em nenhuma sala de cinema?

Wender Zanon: Cara, eu não posso dizer que dificultou. Eu nunca tinha feito um filme então não tenho como comparar haha. Claro que eu queria ter exibido num cinema, em um boteco, com a galera junto. Mas eu acho até que a exibição gratuita no youtube deu uma impulsionada no filme. Tipo, o filme chegou até aí na Bahia, foi pro Rio Grande do Norte, pra São Paulo, saca? Na internet não tem fronteira, né. Nesse caso foi positivo.

O filme tá rodando legal e recebendo muitos comentários positivos e já tá até me fazendo conhecer pessoas. E isso é demais! Todas as minhas expectativas foram superadas em dois dias de filme no ar. E acho que o filme de resgate de história veio em um momento legal. Vai dizer que não dá uma vontade de tocar depois de assistir? Haha Desde o inicio, eu não queria fazer um filme de tipo “viva o rock´n roll” ou de “no nosso tempo as coisas eram melhores”, eu não queria exaltar o rock. Queria mostrar minha admiração por pessoas que se juntam e fazem as coisas. E acho que nesse período de distanciamentos e que muitas pessoas não estão vendo seus amigos, o filme acaba vindo numa boa hora. Um dos elogios mais bonitos que eu recebi foi no dia da estreia do filme que um camarada falou “cara, pode ter certeza que muitas pessoas vão dormir mais felizes hoje depois de terem assistido o filme”. Isso é foda! Emocionante e o tipo de elogio que faz valer a pena todo o tempo investido. Não é só a grana que importa, não só o trabalho e o tempo investido, mas sim como isso tem atingido positivamente as pessoas. E acho que isso se deve ao acesso gratuito do filme, aí respondendo a sua pergunta, saca?

Infelizmente, o circuito do cinema me parece ser muito fechado e restrito. Eu adoraria circular por festivais e mostras online de cinema com o This is Canoas, mas muitos festivais pedem que o filme seja inédito. Aí não vou poder levar o filme pro público do cinema, dos festivais, mas também o meu público e o público que falou ali no filme não tá nesses festivais, né! Tá em outros lugares. Então, acho que nesse sentindo a exibição na internet só cooperou com a vida do filme.

Dudu (Oganpazan): E quais os planos futuros para o This is Canoas e para você como diretor? Isso é, rola de fazer planos futuros?

Wender Zanon: Esse ano ainda vai sair o álbum digital com a trilha sonora do filme. São mais de 60 sons ali! Senti que a galera se interessou. Então é nisso que tô trabalhando nesse momento.

Como foram 60 entrevistados também, eu ainda tenho tipo umas 38 horas de material inédito. Isso eu vou largando como extra do filme ali no canal do youtube, mas isso vou fazendo no tempo livre e sem muita pressa. Haha. Então, pode e deve demorar. As legendas em espanhol do filme estão sendo feitas. Eu acho que existe um meio independente na américa latina que vai entender a viagem do filme também.

Eu quero levar o filme pra todo lugar, né! Haha Acho que esses são os próximos passos. Acho que existe (na minha cabeça e na melhor das boas intenções haha), mas acho que o This is Canoas vai inspirar muita história aí pra ser contada. Teve um amigo de Gravataí que disse que o filme fez reacender nele a vontade de contar a história musical da sua cidade. Então, acho que talvez rolem alguns desdobramentos nesse sentindo, saca? Do filme servindo de exemplo pra outras coisas acontecerem. A gente só escuta a história oficial, a história da banda famosa, a história da capital, existem poucos registros que contam essas histórias “anônimas” e de bandas e lugares desconhecidos, saca?

E pra mim, como diretor, cara, já to doido pra fazer alguma outra coisa. Eu tenho ideia, hahah mas não comecei a trabalhar ainda em nada. Vou com calma e vou curtir mais o momento do This is Canoas ainda. Não fiz nenhum plano, mas ideia o cara sempre tem né!

Dudu (Oganpazan): Foda!!! Gostaria de lhe agradecer pela disponibilidade e pedir para deixar um recado final para os leitores e leitoras do site.

Wender Zanon: Pow, muito obrigado pelo convite e interesse. Fico muito feliz mesmo que o filme tenha chegado aí e te atingido de uma forma tão massa. Acho que o melhor recado que se pode passar é aquele voltando aos clichês, né! “Façam seus filmes, façam suas músicas, contem suas histórias”. É repetitivo, né? Mas acho que sempre vai fazer sentindo. Eu fui atingido por isso quando comecei a dar rolê na cidade. quando tinha uns 16 anos e isso até hoje é o lema que guia minha vida. Hahah.

Gostou do filme? Saiba que você também pode contar a história da sua cidade! Haha. É isso. Obrigado pelo espaço e pela troca de ideias

Ficha técnica:

Direção, produção, roteiro e pesquisa: Wender Zanon
Produção executiva e Co-autoria: Roger Neres
Direção de fotografia e câmera: Renato Chama
Assistente de câmera e captação de som: Izza Balbinot
Montagem e finalização: Pedro Rheinheimer
Direção de arte: Daniel Hogrefe  
Mixagem e masterização: Jonas Dalacorte
Suporte de pesquisa: Gabriela Garcia

ASSISTA O DOCUMENTÁRIO ABAIXO:

-Wender Zanon e a cena em: This is Canoas not POA/ Entrevista!

Por Dudu

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