Volupia estréia na potência de uma Real Bitch (2020), a aracajuana chegou com os dois pés na porta, e mandando um Trap retíssimo, e é pokas!
A mana chegou pesado num beat do freezenosbeatz e num videoclipe que agradou bastante a muitos e chamou a atenção de alguns dos portais do hip-hop nacional. A produção do audiovisual ficou por conta de Bluesvi Filmes, mais é fruto do corre independente da Volupia que como muitas mulheres na cena, sabe que precisa se dividir em mil para colocar seus sonhos na pista.
Em 2019 muitos nomes femininos ascenderam na cena do trap e do rap nacional, foi um ano bonito apesar de tudo. Agora em 2020 Volupia busca se inserir e levar o seu estado que é local de várias outras manas do rap que tem produções dignas de figurar em nível nacional. Real Bitch (2020) é um bom single de estréia e sobretudo mostra um empoderamento necessário para as lutas por igualdade e independência das mulheres na cultura hip hop.
A força dessa estréia se deve em boa parte à lírica que a mana insere no trap, elemento comum ao gênero musical onde as mulheres subvertem toda a tradicional objetificação sofrida no rap de modo geral. A auto afirmação como real bitch é a de uma independência diante de todos os esteriótipos de que mulheres livres são vagabundas (bithc). O mesmo não seria originalmente um insulto para homens, “vagabundos natos”.
Volupia assume a vagabundagem como um modo de vida, onde mulheres vivem a rua, muitas vezes mais do que os “fake trappers”, fazem um corre tendo que fugir de diversas armadilhas de abuso, são desvalorizadas pela cena de modo geral e ainda assim, produzem com muita qualidade. Se mantém muitas vezes e ainda sustentam suas crias, quando não são elas próprias arrimo de familia.
Enfim, a MC sergipana estreia com bastante força, e agora nos resta compreender a importância de valorizarmos as mulheres no rap/trap, porque elas não estão brincando, de norte a sul do país!
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-Volupia estréia na potência de uma Real Bitch (2020)
Por Danilo Cruz