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Victor Xamã soltou Aula de Geografia, aprende aí rap nacional!

Victor Xamã soltou Aula de Geografia, aprende aí rap nacional! Uma produção muito bonito como tudo que o Mc fez até aqui, sente-se e aprenda

O norte é mais do que uma mera localização geográfica, ele também se configura como um sentido poético, político e musical, quase como uma entidade quando percebemos a força que de lá emana. O que primeiro nos assaltou foi o Victor Xamã, não tenho certeza pois a memória falha um pouco agora, mas se não me engano pelas mãos generosas de Robson Veio. Logo no primeiro ano do nosso site, tivemos a oportunidade de escrever um pouco sobre o excelente Janela (2015). 

Um pouco depois o manauara que morou aqui em Salvador colou pelas áreas e tivemos a excelente oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. Não vamos atestar aqui a boa conversa, a tranquilidade e as vivências que tivemos a oportunidade de ter com esse mano, mas essa breve introdução é muito importante para vermos o quanto a cegueira e a ignorância exila grandes artistas do nosso horizonte. 

Costumo pensar que todo artista é uma porta, um atravessamento para um campo maior, que pode ser a sua obra, sua escola, suas referências, sua época, etc… No rap nacional, Victor Xamã é um mateiro, sua poesia, sua música, vem aos poucos abrindo breves picadas pela mata da ignorância do rap nacional, uma ora ele apresenta sua tribo: Qua$imorto, outra hora ele nos apresenta o Ian Lecter, mas sobretudo ele plasma o norte. E que norte é esse? É um território rico demais para estar localizado em fronteiras e ou em estados e cidades. É uma potência, que no hip-hop é uma miríade que pode ser vislumbrada em seu disco V.E.C.G.(Verde Esmeralda Cinza Granito) (2017), mas que infelizmente o rap ncaional não está possuindo capacidade de perceber. 

A sensibilidade e as ideias, a sintaxe que lhe é própria são aulas sempre, com trabalhos importantes sendo lançados nos últimos 5 anos, e que a meritocracia do cenário não absorve mas sobretudo tem medo. O norte é uma sombra que vem crescendo sobre o resto do país, quando se trata do rap, e essa sombra – no caso do Victor Xamã – deve ser assustadora para quem curte se autoproclamar como portador de algum tipo de cajado lírico. 

Seu flow, suas referências e sobretudo sua poesia é o novo sempre, quando se trata de lançamentos em comparado com o grosso da produção. Você precisará de um tempo para absorver aquilo que ele lhe entrega. Um misto de lutador de MMA com um feiticeiro urbano, suas poesias musicadas, nos atingem com um potência transformadora, na mesma violência de um soco. Sempre colando com outros tantos artistas para produzir audivisuais que estejam a altura de sua imagens poéticas. Aqui também teve um auxílio luxuoso no beat, sim ele canta, rima e faz beats. 

O clipe de Aula de Geografia (2020) não traz dois dos traços que talvez tenham melhor definido sua arte até aqui: Melancolia e Serenidade. É uma porrada, aqui num audiovisual dirigido por Dan Stump e com produção de Ramon Ítalo que captura com muita qualidade o contexto, o ambiente, assim como a performance de um dos melhores Mc’s do país em seu habitat natural. O beat que sem sombra de dúvidas é um show a parte, tem o Neguim no feat com o Xamã, que beat vei, eu fico apenas imaginando essa aos vivos!

Enfim, já falamos demais, e o lance é você botar essa pra rolar na Quarentena!

 

-Victor Xamã soltou Aula de Geografia, aprende aí rap nacional!

Por Danilo Cruz

 

 

 

 

 

 

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