Oganpazan
Colunistas, Destaque, Discos, Música, Resenha

Victor Badaró Jameika Brasiliss [2011]

Victor Badaró Jameika Brasiliss [2011] Um disco que passados 7 anos de seu lançamento, permanece um exemplo de trabalho original e bem executado!!

Letras suaves e doces melodias são os ingredientes utilizados por Victor Badaró em seu álbum Jameika Brasiliss (2011), para temperar sua feijoada musical ao estilo jamaicano. Com um instrumental que transita pelas diversas vertentes da musica afro caribenha, aposta no clima dançante e nas mensagens positivas para conquistar um numero cada vez maior de admirador@s.

Badaró iniciou sua carreira como guitarrista da banda Kayman, que apresentava características da vertente do Reggae conhecida atualmente como New Roots. Logo se destacou pela sua musicalidade passando a trabalhar com diversas outras bandas do cenário soteropolitano.

Lançado em 2011, Jameika Brasiliss permanece bastante atual e contou com a produção do próprio Victor Badaró que também assumiu, com competência, os vocais e guitarras, juntamente com Rafael Pinheiro, responsável pelas programações, mixagem e masterização do álbum. Alguns reforços foram convocados para esquentar o baile como Gabriel Zunga no backing vocal. Também participaram Rafael Ramos nos vocais de apoio em “Mente Sã” e a cantora Cíntia Aguiar na faixa “O sonho”.

Com uma sonoridade que remete bastante às bandas de Reggae que estouraram nas rádios brasileiras no final da década de 90 como Skank, Maskavo e Natiruts, Badaró utiliza bastante criatividade para apresentar um dancehall com sotaque baiano, representando uma inovação no cenário do Reggae soteropolitano, assim como, anunciando uma tendencia posteriormente seguida por diversos grupos na cidade.

O álbum começa a todo vapor com “Pulseira do Reggae”, um reggaeton pra la de dançante, um verdadeiro convite pra esquentar a pista. As qualidades femininas são uma grande fonte de inspiração para Badaró, que não economiza nos elogios ao melhor estilo “Lovers Rockers“. Como podemos apreciar em faixas como “Nêga”, uma daquelas pra derreter os corações das gatinhas mais sensíveis, com uma pegada que remete ao Cidade Negra da época do álbum Sobre Todas As Forças (1994).

Na doce “Iaia”, Badaró aposta na sensualidade do zouk pra declarar toda sua admiração pela mulher desejada. É possível sentir o balanço do mar caribenho na batida da salsa cubana que serviu de moldura para a bela poesia de “Eu olho o mar”.

Ainda na temática romântica seguem “Princesa Jamaicana” e “African Queen”, duas pedradas que exaltam a beleza da mulher preta e que devido a suas características podem ser inclusas na categoria rockstead, movimento musical jamaicano que antecede o reggae onde instrumentais arrojados convivem com mensagens açucaradas, como podemos conferir ao escutar os trabalhos dos grandes nomes desse estilo como Derrick Morgan, Alton Ellis, entre outr@s.

No entanto, nem só de romance vive um reggaeman e, o equilíbrio mental, a espiritualidade, e o combate às desigualdades sociais também servem como matéria prima para a música de Victor Badaró, que manda o seu recado consciente na faixa “Mente sã” contra os padrões impostos às mulheres pela industria do “embelezamento”.

A exploração e as guerras ao redor do mundo também são alvos da artilharia de Badaró em “Tá que tá Jah”. A cultura do reggae e o seu poder de transformação recebem uma singela homenagem em “Lovers Rockers”. E fechando o album em alto astral, Badaró deixa a dica para levar a vida na vibe positiva em “Sorria”.            

Jameika Brasiliss tem a cara do verão de Salvador, daqueles pra escutar na praia e, de preferencia, na companhia de uma belíssima gatinha. Um disco bem produzido, com arranjos criativos, originais e que reúne em um mesmo registro a diversidade da música produzida não somente na Jamaica, mas, em todo Caribe.

Aumenta o som, acenda o Chalice
Fyyyyyyyyyyyaaaaaaahhhhhhhhhh

https://www.youtube.com/watch?v=iIt3QzP–xA

Matérias Relacionadas

Uma Noite de Festa para Almas Livres

Danilo
9 anos ago

África (A Firma): Uma verdadeira carta de amor a mãe África – Desletrificando

Paulo Brazil
3 anos ago

Os 30 anos de ‘Brasil’ dos Ratos de Porão

Dudu
6 anos ago
Sair da versão mobile