Vanessa Borges, cantora e compositora baiana lançou o excelente single Dandara e já já vem o EP “Eu Sou Da Magia”, conversamos com a artista!
No documentário A Um Passo Do Estrelato (2013) do cineasta americano Morgan Neville, acompanhamos todas as agruras e dificuldades que cantoras que iniciam sua carreira como backing vocais, possuem para emplacar uma carreira solo. Vanessa Borges caminha fortemente para vencer todas essas barreiras, ela que esteve um passo atrás do estrelato. Atuando com muitos nomes importantes como Margareth Menezes e Netinho, a artista amadureceu sua arte.
Com a experiência de quem aos 15 anos já cantava profissionalmente, com uma bem sucedida passagem pelo programa The Voice Brasil, ela caminha em sua carreira solo com bastante desenvoltura e sobretudo qualidade artística.
Vanessa Borges é uma cantora e compositora baiana que traz em seu trabalho uma forte carga de africanidade, não apenas no discurso mas sobretudo em sua sonoridade. Consciente da importância da representatividade que as mulheres negras necessitam, ela lançou recentemente o single Dandara. A canção que exalta o poder e a força das mulheres negras e sua ancestralidade, ganhou um bonito videoclipe, com direção da própria artista em parceria com Mr. Armeng.
Em vias de lançar seu primeiro EP já intitulado: “Eu sou da Magia”, batemos um papo com a cantora para saber sobre suas influências, sobre as dificuldades nesse inicio de carreira. E sobretudo o que podemos esperar desse lançamento cheio.
Confira a entrevista:
Oganpazan – Você começou sua carreira bem novinha, o que lhe levou para a música?
Verdade! Comecei a cantar profissionalmente aos 15 anos à convite de um amigo, mas já com uns 5 anos manifestava essa atmosfera. A música aconteceu naturalmente, é um universo que eu sempre fiz parte.
Oganpazan – Vanessa, conta pra gente como é sair de trás e assumir o comando do palco, como tem sido essa construção?
Quando estava acompanhando algum artista era muito enriquecedor certas vezes, mas estar a frente de um som, de uma imagem, significa muito mais do que atrair holofotes para mim. É afirmar para todos e para mim mesma que eu posso, e mostrar para outras jovens negras que elas podem ser o que elas quiserem. Existem barreiras para todos os artistas, para os negros existem barreiras altas e para nós mulheres negras, são muros enormes. Precisamos de estímulo e representatividade é o maior deles.
Então, como eu disse, para nós mulheres negras e artistas, as barreiras são muros enormes, e o The Voice foi uma escada onde eu subi e consegui chegar um pouco mais perto do limite do muro, RS.
Oganpazan – Quem são suas maiores inspirações na música e porque?
Eu admiro artistas que regam o mundo com música que brota da alma. Que estão num primeiro instante a favor da contribuição na sociedade e na vida das pessoas.
Lazzo Matumbi , Gilberto Gil, Djavan, Nina Simone, Lauryn Hill, Sara Tavares, Sharon Jones, Bob Marley, Areta Franklin, Tina Turner, Elza Soares, Ed Motta, Stevie Wonder e muitos outros…
Oganpazan – Como tem sido esse início de caminhada solo num tempo onde as grandes gravadoras cada vez mais perdem espaço e a independência é quase que a única saída?
Talvez para mim isso não seja uma alternativa tão ameaçadora. Ser independente para uma artista negra é uma caminhada que arde, mas que é necessária e eu acredito que vale a pena. Você poder cantar sem restrições, cantar para as pessoas que você sabe o que elas precisam ouvir. Acho que o mercado fonográfico sempre evolui e muda. E nós estamos pra acompanhar.
Ogapazan- Você lançou Dandara coincidentemente às comemorações do dia das mulheres negras e latinas. Qual o papel que a música tem para você nessa luta de emancipação?
Falar de Dandara e de outras mulheres negras de nossa história é um dever. Pois, aqui estamos, devido a luta intensa dela, que foi apagada da história, que mal fala de Zumbi. As crianças precisam saber quem foi Dandara, e ter uma música que fale dela, com certeza despertará curiosidade e esse conhecimento deverá ser absorvido com mais naturalidade.
Oganpazan – Além de cantar você também compõe, o que podemos esperar do seu EP de estreia, “Eu Sou Magia”? Quem esta contigo nessa empreitada?
Sim, Dandara mesmo é uma música de minha autoria. O Ep “Eu Sou Da Magia”, leva um pouco de tudo que há em mim, trago nesse ep verdadeiramente minha bagagem. Além de musicas minhas, estou escutando alguns compositores amigos. Na produção desse disco estou contando com a parceria do Mr. Armeng junto com a Freedom Soul.
Saquem que lindo esse videoclipe e acompanhem os canais da Vanessa Borges:
Direção: Vanessa Borges e Mr. Armeng
Imagens: Edgar Azevedo
Locação: Vanessa Borges
Edição: Lia Gondim
Make Up & Styling: Caique Borges
Produção Executiva: Freedom Soul
Assistente de Produção (Abaeté): Saulo Pinheiro, Hélio Santana
Elenco : Rosimere Silva ( Ratinha), Elaine, Tainara , Ialê Silva , Rose Catarine, Honara Paixão.