VANDAL NAZTYH (2018) Lançou um grime sujo para anunciar que vem disco, muito aguardado por sinal agora esse ano, vários lançamentos no pente
Quem acompanha grupos de discussão na internet, em si tratando de rap e cultura hip hop, sabe que o trabalho do rapper baiano Vandal já não é mais um destaque apenas da cena baiana, mas nacional. Citado por diversos mc’s do país, a exemplo do carioca Thiago El Niño e do pernambucano Diomedes Chinaski, como um dos grandes mc’s da atualidade, esse reconhecimento profissional é também muito forte entre o público mais antenado.
Numa caminhada amplamente reconhecida e que em sua terra, em Salvador, já o coloca como figura plenamente estabelecida, Vandal começou o ano de 2018 botando pra fora do “poço de disposição”, uma trinca pesada de canções: HEADSHOTH, MIMIMIH e TIRASUAPAZH. Sempre carregado com a cultura de rua da sua cidade, é incrível como o seu trabalho dialoga tranquilamente com qualquer gueto do país, na mesma medida, em que é mais particularmente Bairro da Paz ou Largo do Tamarineiro. Periferia é periferia em qualquer lugar.
Essa universalidade talvez se explique por dois fatores, de modo dialético, na forma e no conteúdo apresentados, o artista baiano consegue sempre fazer passar uma força que é pouco vista. Prova disso é o single lançado na noite de ontem, NAZTYH (2018), onde o mano utiliza signos diversos, nacionais, internacionais e locais, e consegue fazer passar uma critica e uma afirmação da cultura do gueto.
Utilizando-se de referências díspares e conseguindo produzir uma síntese que ao mesmo tempo não recorre a essas referências para se afirmar, Vandal demonstra muita consciência das “estéticas” que aborda. Ao mesmo tempo, pra quem acompanha o seu trabalho, é possível perceber uma curva ascendente e regular no que se refere a temas.
A reescrita da palavra inglesa Nasty, no código linguístico do rapper se transforma em NAZTYH, que mantém o significado orginal sujo, desagradável e dialoga com a cultura e o beat grime (sujeira em inglês), e com o grupo inglês Nasty Crew. Sujo e desagradável, trap, grime, boombap, MPB (música pra bagaçar), mas sobretudo ligeiro para trabalhar com a expressão “Tega na Manteiga“, utilizada no funk carioca (Mc Magrinho e Mc Rodson) e que ficou famosa em Salvador numa música do grupo de pagode baiano La Fúria de acordo com nossas pesquisas.
Signos em rotação, mas que no final das contas é Vandal, sua arte, suas enunciações curtas e definitivas, algumas pitadas de humor e uma estética que hoje é uma das mais originais e versáteis no cenário rap nacional. Capaz de dialogar com diversos públicos e linguagens, adaptando-se com tranquilidade à estética muito própria do Baiana System com quem colabora, ou fazendo letras mais ácidas e combativas, ou mesclando politica e amor, problemas de relacionamento, como em NAZTYH.
A linha ascendente e regular acima mencionada atravessa produções menos conhecidas como na participação em Instinto Selvagem (Agô Sistema de Som) e Vem Ni Min feat feito com o ATTOOXXA, até a recente MIMIMIH, trabalham aspectos do relacionamento amoroso. Em NAZTYH não é diferente e parece-nos um prologamento da faixa anteriormente mencionada, será que o cadelo desligou o modo hard?
Quem tem acompanhado sabe que esse single lançado é apenas mais um prenuncio do que vai sair em 2018, conversamos com Vandal e ele mandou avisar: “PODEH FALLARH KIH TEMH VARIOZH LANÇAMENTTOZH VINDDOH EH DIZKOH TBMH!”
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