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Top 5: Bons discos para escutar em streaming agora #01

Escolhemos cinco bons discos recém-lançados em streaming que certamente merecem a sua atenção. Confira em nosso novo Top 5. 

Nesse trabalho terminamos ouvindo uma quantidade tão grande de bandas e artistas que fica difícil acompanhar o fluxo de lançamentos que gostaríamos de recomendar no site. Como válvula de escape terminamos usando nossas redes sociais para desafogar um pouco a quantidade, mas ainda assim não é suficiente.

Com essa preocupação em mente resolvi utilizar o espaço do nosso Top 5 para fazer recomendações rápidas (mas certeiras, acredite) de discos que acreditamos merecerem a sua atenção. Nessa primeira lista trouxemos bandas de cinco países diferentes sempre de olho em sons diferenciados e de qualidade!

Vamo lá!  

Hurt & The Merciless (2016) – The Heavy 

O grupo britânico The Heavy lançou no início de abril o seu quarto disco intitulado Hurt & The Merciless. O primeiro disco do quarteto saiu nos idos de 2007 trazendo uma proposta de misturar r&b e soul com uma pegada rockabilly bem ao estilo Os Irmãos Cara-de-Pau (1980).

Apesar do bom álbum de estreia, o sucesso veio mesmo com The House That Dirt Built (2009), segundo disco da banda que trazia How You Like Me Now?, música que em pouco tempo se tornou o maior hit da carreira do The Heavy. 

A execução de How You Like Me Now? no programa de David Letterman causou tamanha boa impressão que pela primeira vez na história do talk show o apresentador pediu para que uma banda tocasse novamente a música. Depois do sucesso os caras parecem ter precisado buscar abrigo espiritual e cairam de cabeça na sonoridade gospel em The Glorious Dead de 2012. 

Eis que 4 anos depois The Heavy ressurge com o ótimo Hurt & The Merciless! Disco vigoroso, com a energia e o groove característicos da black music (especialmente aquela dos anos 70). Se essa é a sua praia pode dar play sem receio por que a diversão é mais do que garantida, The Heavy arrebenta!

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IV (2016) – Black Mountain

Boa parte da crítica considerou IV (2016) o melhor disco da banda canadense Black Mountain. Confesso que ainda não escutei todos, mas dos que ouvi certamente é o mais cativante.

Antes mesmo de começar a escutar já dá pra ter uma ideia de quais são as influências em questão. O nome e a capa do álbum remetem diretamente ao Led Zeppelin e, naturalmente, essa influência também pode ser percebida no som.

Porém, as influências não se limitam apenas aos bardos de Londres. Dá pra sentir muito do Pink Floyd e do Black Sabbath também, e o vocal feminino traz uma atmosfera bem interessante que nos coloca em lugares e paisagens inesperadas.

IV é repleto de surpresas agradáveis que vão nos conduzindo até o final da obra com muita naturalidade e quando chegamos lá estamos prontos pra revisitar certos recantos e descobrir coisas novas. 

Stoner rock psicodélico de timbres pulsantes que alimenta-se em fontes sagradas do rock’n roll como impulso para explorar outros tantos baratos. Para ouvir em momentos de intensidade esfumaçada… 

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XÓÕ (2016) – XÓÕ

Essa daqui talvez seja a parada mais deliciosamente louca que você vai escutar hoje. Xóõ é um supergrupo formado por integrantes de 4 grandes bandas do atual rock brasileiro (Ventre, Lupe de Lupe, SLVDR e Baleia), que resolveram se juntar pra fazer um dos discos mais surpreendentes que ouvi esse ano.

Sério! Os caras apareceram com um som surtado daqueles que seu ouvido precisa de um tempo para entender o que está acontecendo. A proposta é ousada e por vezes insanamente ambiciosa. Que tal fazer um resumo da história da humanidade em uma faixa de menos de 4 minutos?

Pois é o que eles fazem logo de saída na música Passado e Futuro que abre o registro! Com uma letra declamada, meio Titãs em Dissertação Do Papa Sobre O Crime Seguido De Orgia do Titanomaquia (1993) a música é uma excelente porta de entrada para o que está prestes a se revelar diante de nossos ouvidos. Acredite, até axé music aparece com a face desfigurada em determinado momento para o horror de ouvintes incautos (como eu).   

Os oito integrantes da banda fazem soar suas personalidades nesse amálgama de punk rock visceral com camadas e mais camadas de ruídos, efeitos e batidas eletrônicas que dão formas bizarras para conteúdos indigestos. Sem meio termos, apostando na radicalização da linguagem para efeito duradouro.

Por sua conta e risco 🙂  

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Alles Nix Konkretes (2016) – AnnenMayKantereit

Ok, aqui já estou me arriscando em terreno perigoso. Posso errar feio mas vou aceitar o conselho do Capitão Planeta e seguir meu coração. De alguma maneira esse disco me fisgou e eu precisava compartilhar isso com vocês.

AnnenMayKantereit é uma banda alemã e, como você já pode imaginar, eu não manjo nada de alemão. Mas tem algo na voz rouca e na intensidade com que Henning May canta que me prende a atenção e quando dou por mim já estou querendo aprender o idioma de Goethe só pra poder cantar junto.

Podia tirar onda e vir com uma explicação sobre a langue e a parole de Saussure para mostrar como a sonoridade e o significado das palavras nem sempre andam juntos, mas foda-se! O que importa mesmo é que Alles Nix Konkretes (que significa algo como Tudo Nada Concreto, numa tradução suja e sem vergonha que fiz ali no google tradutor agora) é um puta disco envolvente.

Imagino que se deparar com um folk cantado com tanta propriedade em alemão não é algo muito comum de acontecer. Mas esse é só um dos atrativos do disco.

Descubra os outros:

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Feelin Kinda Free (2016) – The Drones

O rock australiano se faz presente para finalizar essa lista em grande estilo! Veja bem, trata-se do sétimo disco do The Drones, lançado em março desse ano.

Feelin Kinda Free é um mergulho revelador no beautiful, dark, twisted world de Gareth Liddiard. A banda – que desde o final dos anos 90 vem mudando constantemente de formação – chegou a 8 faixas responsáveis por criar um cenário desolado com predominância de ângulos retos e uma extensa fauna de pontas afiadas.

Contudo, uma poderosa energia melódica habita esse mundo hostil. Ela precisa se esforçar para ganhar forma revesando a ira, a melancolia e o sarcasmo como armas para não se deixar anular pela aridez reinante. Essa atmosfera fantasmagórica e pós-apocalíptica faz excelente uso do silêncio para ressaltar resíduos sonoros suspensos no ar, como cinzas ainda ardentes de um incêndio.

Trilha sonora perfeita para aqueles dias em que você e o mundo não estão lá num relacionando muito amigável. Feelin Kinda Free é uma maneira bastante eficaz de recarregar o Tyler Durden que existe dentro de você, chutar o balde de merda pra longe e lidar com as inevitáveis consequências.

Tá afim?

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