Uma tarde em Itapuã com as Time Bomb Girls

As Time Bomb Girls visitaram Salvador, fizeram shows e de quebra gravaram um clipe de um dos seus hits, a música “Quando Eu Crescer”. 

Sonhos realizados e planos concretizados

Tive o prazer de fazer uma live com a baixista das Time Bomb Girls, Deia Marinho, em 2020. Por conta da pandemia, o Oganpazan iniciou uma agenda de lives que durou até meados deste ano, 2022. Entre as muitas revelações, uma se destacou, a vontade de tocar no Nordeste.

Esse desejo se realizou este ano. As Time Bomb Girls se apresentaram em Salvador e Feira de Santana. Ficaram hospedadas na casa dos irmãos Gagliano (Rodrigo e Rogério) no idílico bairro soteropolitano de Itapuã. Havendo faz anos uma amizade entre as Time Bomb Girls e a Ivan Motosserra (banda dos Gagliano), que já haviam recebido os baianos na capital paulista inúmeras vezes, nada mais natural que retribuir a cortesia e hospedá-las em terras baianas.

Quem conhece Rodrigo Gagliano sabe que o rapaz é inquieto. Está sempre dando uma de Cebolinha e maquinados “planos infalíveis”. A diferença com o personagem do Maurício de Sousa está no fato dos planos de Rodrigo sempre terem sucesso. Tendo as Time Bom Girls debaixo do seu teto, pensou em fazer um clipe com elas tendo a belíssima praia de Itapuã como locação. 

Um clipe bem humorado e ensolarado

Time Bomb Girls
As Time Bomb Girls em Itapuã.

Minha música favorita das Time Bomb Girls é Quando Eu Crescer. A música trata com humor um problema que aflige as meninas educadas em famílias que seguem a cartilha educacional da tradicional família brasileira. Uma espécie de Conto da Haia que acontece embaixo de nossos narizes, mas que não percebemos por ser uma prática arraigada nas estruturas da sociedade patriarcal. E sendo assim, acabamos naturalizando esse tipo de educação reservado às meninas. 

Quando Eu Crescer é a marreta que dá sua contribuição para demolir esse arquétipo patriarcal que visa produzir em escala industrial mulheres belas, recatadas e do lar. Cuja embaixadora maior é a esposa de vampiro Marcela Temer. Fonte: Veja.

Deia Marinho (baixo) e Camila Lacerda (bateria) não tiveram maiores dificuldades para elaborar o roteiro. Isso porque a letra da música é bastante imagética. Daí foi só construir as cenas e montá-las seguindo as orientações da letra.

O clipe se divide em dois momentos. O primeiro deles está pautado nas estrofes que narram o ideal feminino patriarcal. Com ironia e humor, cada uma das integrantes interpretam a condição feminina, nesse arquétipo moralista da bela, recatada e do lar. As cenas são montadas para mostrar a angústia, o sofrimento e a náusea da mulher enquadrada pelo ideal feminino patriarcal.

A segunda parte é o momento de libertação. Representado pelo foda-se dado a essa formatação, expresso quando elas se despem dessa roupagem e assumem a postura de “garotas de biquini com metralhadora”, referência à música Bikini Girls With Machine Guns dos Cramps e à sua guitarrista Poison Ivy.

A partir daí o clipe transcorre sobre o sol invernal soteropolitano em meio à famosa praia de Itapuã. Essa imagem se coloca como antítese do ideal feminino patriarcal. Os rostos ganham expressões de alegria e felicidade. Temos as TGB curtindo a praia e tocando de forma visceral, até o encerramento do clipe. 

Ficha Técnica

Gravado em Itapuã – Salvador-Bahia
Roteiro – Camila Lacerda e Déia Marinho
Imagens – Rodrigo Gagliano
Direção – Time Bomb Girls e Rodrigo Gagliano
Edição – Rodrigo Gagliano

Mais sobre as Time Bomb Girls no Oganpazan:

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Time Bomb Girls, Quando Eu Crescer (2019)

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