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The Red Hot Chili Peppers – Freaky Styley

Todos nós temos algum ídolo dentro da música, e se eu tivesse uma banda, o meu maior sonho seria ter um disco produzido pelo meu ídolo… Dentro do meio musical eu conheço apenas um caso onde isso ocorreu, e os ”infelizes” que tiveram esta sorte foram os americanos do Red Hot Chili Peppers…
O ano era 1985 e o Red Hot Chilli Peppers não era um grupo conhecido na época, tendo lançado apenas um disco em 1984 (o debut dos caras). Depois de verem que as vendas do primeiro disco não foram muito bem eles decidiram se afundar nas influências Funky e criar algo com base nisso, pois os caras se alimentavam de Funk, todos da banda tinham o Groove como pão de cada dia, e misturar o Funk de seus ídolos com a sonoridade mais ”atualizada” daquele tempo pareceu ser uma grande ideia.
Depois que os caras decidiram mergulhar de cabeça no Funk faltava escolher o produtor, neste caso não se tratava muito de escolher pois eles não tinha todo esse know how, mas por outro lado eles tinham um sonho.
Quando se pensa em Funk é quase que inevitável não pensar no senhor ai da foto, o pai do Funk, o mestre George Clinton. Só que querer por muitas vezes não é poder, e se toda a banda pudesse ter o produtor que quisesse isso facilitaria muito o processo criativo, e de gravação também, por que rola uma química, é diferente trabalhar com alguém que quer a mesma coisa que você e sabe como fazer você atingir este nível, e George Clinton era o homem perfeito para esta tarefa. 
Quando perguntados pelo agente da banda, todos os integrantes disseram que queriam que George os produzisse, e apesar de saberem que seria muito difícil de conseguir que o Dr Funkeinstein escolhesse o Funk selvagem do grupo eles não desistiram, até que George topou e deu sua contribuição para o que pra mim é o melhor disco da banda, o selvagem ”Freaky Styley”.
Line Up :
Anthony Kiedis (vocal)
Flea (baixo/vocal)
Cliff Martinez (bateria)
Hillel Slovak (guitarra/vocal)
Steve Boyd (vocal)
George Clinton (vocal)
Benny Cowan (trompete)
Larry Fratangelo (percussão)
Shirley Hayden (vocal)
Robert ”Peanut” Johnson (vocal)
Lous ”Bro” Kabbabie (vocal)
Pat Lewis (vocal)
Maceo Parker (saxofone)
Mike ”Clip” Payne (vocal)
Gary Shider (vocal)
Joel Virgel (vocal)
Fred Wesley (Trombone)
Andre Williams (vocal)
Track List :
”Jungle Man”
”Hollywood (Africa)” – (The Meters)
”American Ghost Dance”
”If You Want Me To Stay” – (Sly Stone)
”Nevermind”
”Freaky Styley”
”Blackyed Blond”
”The Brothers Cup”
”Battleship”
”Lovin’ And Touchin”’
”Catholic School Girls Rule”
”Sex Rap”
”Thirty Dirty Birds”
”Yertle The Turtle”

Antes do senhor apertar Play eu acho muito importante ressaltar que a sonoridade desse disco é completamente diferente dos discos mais famosos do grupo, aqui é Funk desde o primeiro segundo, um Funk quase que Punk-Rock em alguns momentos, tamanha a violência dos slaps de Flea ou da rapidez frenética da guitarra de Hillel Slovak, mas se você assim como eu curte um bom e velho Groove, meu chapa você vai se surpreender com esta cozinha !!!
Abrindo os trabalhos nós temos um dos grandes hits da carreira da banda ”Jungle Man” e logo de cara o que muitas pessoas pensam é algo parecido com isso : ”que baixo do caralho”. É eu sei… Fiquei até assustado, a violência do Groove do nosso amigo Flea é impressionante, e junto com os riffs precisos de Hillel Slovak e da bateria sólida de Cliff Martinez, os vocais de Athony seguem completamente imprevisíveis, é um puta som, infinitas possibilidades !!! Logo depois nós temos um cover do The Meters, e que cover, ”Hollywood (Africa)” o riff dessa música ficou na minha mente durante semanas, e os metais ao fundo são fantásticos, parece até uma filial do Funkadelic… O George Clinton é um gênio !!!
Agora é a vez da minha música preferida da banda, em todos tempos nenhum som do Red Hot tocou tanto em um celular quanto ”American Ghost Dance”. É a música mais Funky da história da banda, os metais seguem sensacionais, os vocais de Anthony seguem tinindo, mas nada se equipara ao Groove latente do baixo de Flea… Puta que pariu que coisa linda !!! O Funk segue seu caminho meu chapa e agora nós temos mais um cover a ótima ”If You Want Me To Stay” funkadelicamente eternizada pelo grande mestre Sly Stone, e muito bem tocada nesta versão.
Depois desta faixa, os caras inauguram a parte mais ”suja” do disco, eles começam a misturar o Funk com o som característico da banda, que era quase que um Punk-Rock (à época), e depois que começa ”Nevermind” a barulheira só para quando o disco acaba, selvageria pura meu amigo, com intervalos singelos, como por exemplo a progressividade Funk da faixa que deu nome ao disco, ”Freaky Styley”.
O fato é que aqui, o Punk encontra o Funk, e é uma mistura surpreendentemente bacana, um grande exemplo disso é ”Blackyed Blond”… Um dos melhores Slaps que Flea já criou, e os vocais nada ortodoxos de Anthony e companhia enfatizam mais ainda a pancadaria meu chapa, aumenta isso aí.
Dando sequência ao disco nós temos ”Brothers Cup” que acalma os ânimos com um som menos Punk, destaque para os metais novamente, Fred Wesley fez um grande trabalho !!! Depois de uma faixa mais ”relax” os caras emplacam outra pedreira no seus ouvidos, a frenética ”Battleship” que intercalando momentos de pura insanidade como por exemplo em ”Lovin’ And Touchin”’ guia o Funk neste caminho nebuloso até atingir mais um dos hits do disco, a pesada ”Catholic School Girls Rule” que te faz mergulhar no Mosh, um som realmente empolgante, que junto com a sacana ”Sex Rap” embalam o Groove dentro de uma atmosfera caótica, encerrada com a faixa de ”transição” ”Thirty Dirty Birds” que te deixam dar aquela respirada antes da despedida com a interessantíssima e deveras bem humorada ”Yertle The Turtle” um som mais calmo, um  Funk mais bem tratado, fechando um disco que também não foi o que alavancou a carreira da banda, mas que é um puta álbum, um disco que (segundo os membros da banda) foi muito bacana de trabalhar, por que afinal de contas não é todo dia que nós podemos nos dar ao luxo de sermos produzidos por George Clinton.
Falando nisso segue abaixo um vídeo muito bacana das gravações desse álbum, coisa rápida, cinco minutos de uma Jam cavernosa com o mestre do Groove !!!

As faixas que eu destacaria :

”Hollywood (Africa)”

”American Ghost Dance”

”Yertle The Turtle”

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