The Red Hot Chili Peppers – Californication B-Sides

Depois que o John Frusciante saiu do Red Hot, o barco dos caras teve que aguentar tempos de ressaca, de fato, o marasmo foi violento. Na época de sua saída, John alegou que não estava preparado para lidar com a pressão da fama que ”Blood Sugar Sex Magik”, seu segundo disco com a banda (e o quinto de estúdio no total), acabou trazendo para o front da jam.
Em diversas entrevistas, quando perguntado sobre as possibilidades de sucesso de seu grupo, o guitarrista sempre deixou claro que não gostava da ideia do estrelato. No seu infinito particular o RHCP seria um grupo de porte médio… Tocaria em teatros e etc e tal, mas como sabemos, isso não aconteceu, muito pelo contrário. 
Só que o problema foi a maneira com a qual ele lidou com a situação. Enquanto o disco explodia nas rádios, vendendo 7 milhões de cópias em território americano, o guitarrista seguia aumentando suas doses de heroína e começou a procurar problemas onde não existiam. Primeiro ele começou discutindo com os outros integrantes da banda sem motivos aparentes e depois não fez o mínimo esforço para esconder seu desconforto durante os shows.
Deu no que deu, em 1992, após não cumprir algumas regras impostas pela própria banda, como, por exemplo, levar namoradas em turnê, Frusciante largou tudo no meio da perna japonesa da tour mundial e voltou para sua casa na ensolarada Califórnia, pronto para começar a jogar sua vida no ralo. 
Foram 7 anos longe dos Chili Peppers, o talentoso cidadão só retornaria em 1999 para a gravação de mais um clássico, seu retorno triunfal em ”Californication”. Só que antes da consagração ainda teve Dave Navarro gravando as (excelentes) guitarras de ”One Hot Minute” (1995), e muita falta de tato por parte da crítica, afinal de contas os ”sinônimos de consumo” malharam o judas num disco que hoje, finalmente teve seu valor reconhecido.

A viagem Funk-Rock dos caras foi uma grande odisséia de loucuras. Foram várias e  vertiginosas alterações de altos e baixos que, se não tivessem trancorridos da maneira que conhecemos, talvez nunca tivesse originado o clássico que ”Californication” se tornou.

Line Up:
Chad Smith (bateria)
Flea (baixo)
Anthony Kiedis (vocal)
John Frusciante (guitarra/vocal)

Track List:
”Instrumental #1”
”Bicycle Song”
”Teatro Jam”
”Bunker Hill”
”Eskimo”
”Slowly Deeply”
”Fat Dance”
”Fortune Faded”
”Gong Li”
”How Strong”
”Over Funk”
”Quixoticelixer”
”Runaway”

Se você se ligar, verás que nenhuma dessas faixas está na versão final de ”Californication”. Antes que o senhor xingue o escriba, já irei me retratar. Com o passar dos anos, a internet foi servindo de caixa de pandora para que vários B-Sides do Red Hot Chili Peppers vazassem.
Hoje é relativamente tranquilo encontrar todos eles na rede mundial de computadores, mas o melhor é que é possível encontrar os B-Sides divididos por disco, um excelente termômetro para se compreender de onde saíram os temas que não ficaram mofando nos estúdios.

E como a banda sempre foi bastante criativa na hora de compor novo material, existem várias sobras de estúdio. Algumas delas saíram como lado B em alguns compactos, outras estão no Youtube, mas de maneira geral, essa ”versão Bootleg” do ”Californication” é desconhecida e depois do play você verá que foi um pecado fazer um disco simples, o quarteto deveria ter zerado os rolos e lançado tudo.
Esqueça o termo ”sobras”, o que temos aqui é um Funk venenoso, cheio de nuances, faixas instrumentais e baladas que ocupariam os postos mais altos das paradas sem problema nenhum. Depois do fim do play é praticamente impossível não comparar esses temas com os 15 que chegaram na versão final, mas faz parte da vida.

Faça o experimento e conclua o óbvio: os B-Sides são tão bons (ou melhores) que o disco que nós conhecemos e, composições como ”Over Funk” e ”Quixoticelixer”, comprovam este fato.

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