The Galo Power lançou recentemente o single Funkcifrado e mostrou que lá no Centro Oeste o groove também tem seu lugar!
Explorando novas possibilidades.
Ouvindo Funkcifrado, mais novo single dos goianos da The Galo Power, lembre do groove marcante da guitarra do Tom Morelo no Rage Against, aliás, leia aqui o artigo do nosso colaborador Dalton Sanches sobre os 30 anos do icônico álbum da banda que marcou a sonoridade do rock nos anos 90.
A intenção de citar a banda estadunidense não é compará-la com a The Galo Power, mas apenas mostrar que há uma influência ali, mesmo que indireta. O interessante aqui é notar uma mudança nos rumos da sonoridade da banda. Particularmente vejo isso com bons olhos, pois uma banda com mais de dez anos de estrada acaba se tornando enfadonha estando na ativa e acomodada nos “espólios” que já conquistou.
Cá entre nós, quem além dos tiozões carecas cabeludos de bandana ainda se empolgam com o lançamento de um disco novos dos Stones ou mesmo com o anúncio de uma nova turnê da banda passando pelo Brasil?
Pra ficar longe dos tiozões carecas cabeludos de bandana, a The Galo Power explora as possibilidades que os beatkmakers, e o groove do funk podem proporcionar em termos de sonoridade. Além de articular essas sonoridades com críticas políticas e culturais ácidas das letras, pautadas pela condição contemporânea de ambas as instâncias.
Bruno Gallo, vocalista e guitarrista da banda alfineta dá uma alfinetada na massificação perceptiva dos ouvintes. Segundo ele, o grito codificado “exige imunidade ao rebanho para interpretações complexas. As reflexões se concretizam através de mensagens (in)diretas que convidam o ouvinte à construção do sentido”.
Os ouvidos atualmente estão sobre o controle dos algoritmos dos tocadores de streaming, são eles que moldam os gostos dos ouvintes/consumidores. Nesse sentido a fala de Bruno atinge a questão acerca da dificuldade que ouvintes encontram ao serem confrontados com novas sonoridades.
Não à toa os tiozões roqueiros torcem o nariz quando as bandas que curtem buscam novas sonoridades. Esse indivíduo já está completamente alienado acerca do poder de criação da arte, em particular da música. Nesse sentido a The Galo Power assume o risco de frustrar fans da banda que porventura se encaixem nesse perfil. Certamente os caras estão se fudendo pra isso. A prova está no lançamento de Funkcifrado.
A banda
A banda goiana The Galo Power completou 15 anos de trajetória neste ano. O power trio é formado pelos primos Bruno e Evandro Galo (bateria) e o multi-instrumentista Rodolpho Gomes. A banda está preparando seu quinto disco de estúdio e se mantém como uma das mais persistentes bandas do rock independente local.
Em nova fase e nova roupagem, o grupo já apresentou também um outro single, Matoumorro, uma ode à luta do povo brasileiro que flerta com ritmos latinos e africanos permeando a psicodelia e rock duro que sempre foi marca da banda.
Confere essa guinada sonora da The Galo Power na sua plataforma digital preferida, certamente é uma dessas listadas abaixo:
(Spotify) – http://bit.ly/3UzdNO7
(Deezer) – http://bit.ly/3O1dOrS
(Apple Music) – https://apple.co/3WT7tTe
(Amazon Music) – https://bit.ly/3O0hv0J
(YouTube) – https://youtu.be/UoVPZ4cMBD4