Oganpazan
Área Punk, Destaque, Discos, Lançamentos, Música, Notícias, Resenha

Snoozing All This Time, tributo a uma banda que parecia não ter fim … e não tem

A Snooze manteve-se em atividade por décadas, parecia que duraria para sempre. Mas o fim chegou e brindou os fans com um puta tributo! Snoozing All This Time, baby!

Chega a ser emocionante quando nos damos conta da existência de bandas na cena independente que estão em atividade por décadas a fio. Sabemos das dificuldades de manter uma banda viva quando novas demandas surgem na vida de cada integrante e a banda passa a não estar entre as prioridades.

Quando se é jovem e a esfera social se reduz apenas à cena na qual se está inserido, a banda se apresenta como um tesouro a ser preservado a qualquer custo. A mente está totalmente voltada para esta entidade que une um grupo de pessoas ao seu redor e dá sentido a suas vidas.

Mas o tempo passa, as condições sociais nos levam a fazer escolhas e com elas novas responsabilidades surgem, de repente contas aparecem embaixo da porta da casa que já não é a de seus país, mas de um estranho que recebe de você uma quantidade mensal para que você possa continuar morando ali. Nesse momento se faz necessário ter uma fonte de renda, sabemos bem que ter uma banda na cena independente não vai gerar rendar suficiente para que você possa ter nela sua atividade principal, aquela que lhe permitirá preencher o perfil das redes sociais reservado a profissão como músico. 

Mas existem bandas que conseguem sobreviver aos trancos e barrancos superando todos esses obstáculos. A Snooze faz parte desse seleto grupo de resistência. Fundada entre os anos de 1992 e 1993, a banda, que ajudou a estabelecer as bases da cena independente de Sergipe, deixou um legado de excelentes álbuns ao longo de seus cerca de 25 anos de existência.

Entre os quais podemos citar o primeiro registro da banda lançado em 1995, Demo Snoozelançada no formato K7. Temos ainda os álbuns Waking Up… Waking Down  de 1998 e lançado pelo selo Short Records, Let My Head BLow Up de 2012 e lançado pelos selos Short Records e Monstro Discos. Este disco está diponível no Spotify.  Não podemos esquecer do EP Empity Star lançado pela Trinca de Selos (Brechó Discos, Bigbross Records e São Rock Discos – EP) em 2012.

Diante deste legado deixado pela banda nada mais justo que homenageá-los com um tributo. A ideia surgiu da cabeça de Gus Machado, publicitário, músico e produtor musical sergipano e fan da Snooze. Foi amadurecida ao longo de dois anos em conversas com integrantes da Snooze para fazer um levantamento das bandas que deveriam entrar no line up do projeto que receberia o emblemático título de Snoozing All This Time. Usaram como critério de escolha a ligação da Snooze com as bandas, seja por via de admiração ou por terem dividido palco ao longo dessas décadas de estrada. S

ão 15 faixas que compõem esse álbum, executadas por 15 bandas de diferente estilos. Portanto temos versões bem diversificadas das faixas originais. Existe um site destinado ao projeto do Snoozing All This Time (clique aqui). Lá é possível saber como cada banda conheceu a Snooze e quais as razões de escolher determinada faixa para gravar no tributo.

Tem conterrâneos nossos no tributo, os caras da Pastel de Miolos, aquele power duo punk lá de Lauro de Freitas que todos adoram. Vamos usar os caras para saber como funciona o esquema para escolha da banda e da música lá no site. A Pastel de Miolos disse ter conhecido a Snooze “através da 1ª demo tape, tenho um selo e na época, ajudamos na distribuição da fitinha. A Snooze sempre foi uma referência pra gente, um exemplo a ser seguido”. À pergunta “Por que escolheram a música?“, responderam da seguinte forma: “Não houve nada especial na escolha, gostamos de todo trabalho da banda, fomos ouvindo as músicas e buscando elementos que poderíamos readaptar para nosso formato duo, foi dessa forma chegamos em “Emptiness”. Lá também aparece a ficha técnica de cada música. A produção gravação, mixagem e masterização de Emptiness ficou a cargo de Irmão Carlos & PDM trabalho feito no Estúdio Caverna, aqui mesmo em Salvador – BA. A PDM é André PDM (Baixo/Vocal) e e Wilson PDM (Bateria/Backing Vocal).

Parecia que a banda duraria para sempre, bom, de certa forma durará. Quem se interessa pela música independente brasileira sempre vai chegara à Snooze,  sejam os novos ouvintes, sejam os que tem na banda o componente sonoro de seu cotidiano. O legado da banda a consolida dentro da história da música independente brasileira e esse tributo é uma forma de fazer reverberar ainda mais o seu nome. Nesse sentido, bandas como a Snooze não acabam jamais. 

Matérias Relacionadas

Arte Bastarda e LVC em uma collab histórica

Danilo
5 anos ago

Vieira lança o ensolarado Parahyba Vive (2018)

Danilo
7 anos ago

Teagacê lançou o melhor disco do ano no rap nacional? Um potiguar no topo!

Danilo
5 anos ago
Sair da versão mobile