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Snes vs Girl tem muito a dizer sobre o mundo dos games

O alucinante Snes vs Girl inverte os clichês dos games e permite uma boa reflexão sobre o machismo. 

Há pouco tempo me deparei com um vídeo bem interessante na internet. A animação, cujo título aparentemente é Snes vs Girl, brinca com algo comum entre homens que gostam de jogar videogame: os problemas conjugais que esse hobby pode trazer.

Veja, não é que mulheres não gostem de videogames. Uma pá delas não só gosta como entende mais do bagulho do que muito marmanjo por aí. Não existe nada na falsa noção de “natureza feminina” que a incompatibilize com esse tipo de atividade.

O problema está na maneira com a qual a indústria dos games conduziu seus negócios ao longo dos anos, apostando em uma abordagem sexista muito mais voltada para garotos do que para a meninas. A sexualização exacerbada de personagens femininas junto com a falta de representatividade nos jogos ajudaram a afastar as garotas da brincadeira que foi se tornando cada vez mais “coisa de menino”.

Alguém pode até argumentar: “mas existem jogos feitos para meninas também!”. Ao que podemos responder com toda ênfase: “o problema é justamente esse!”. Primeiro que mesmo admitindo que a indústria também tenha interesse em explorar comercialmente o público feminino, os principais jogos da maioria dos consoles são feitos para o público masculino e muitas vezes refletem o machismo da nossa sociedade.

Mas o principal elemento aqui está no fato de que não deveriam existir jogos para meninos e jogos para meninas. Esse aspecto (que extrapola o mundo dos games) tem um papel fundamental na construção de gênero das crianças e de uma maneira geral procura incutir em suas pequenas cabeças quais são os papéis mais apropriados para cada um; e sabemos qual o papel reservado às mulheres pela sociedade patriarcal. 

Em Snes vs Girl (pra quem não tá ligado Snes é a abreviação de Super Nintendo) uma garota dá um videogame para o seu namorado, mas o rapaz desaparece misteriosamente enquanto jogava. Tentando entender o que aconteceu ela é transportada para dentro do aparelho e agora vai ter que passar pelas fases do jogo para salvar o seu amado.

Logo de cara Snes vs Girl já propõe uma inversão ao mexer com um grande clichê dos videogames: o herói que precisa resgatar a mocinha de algum tipo de perigo. Mas vai além disso, colocando a heroína para enfrentar um desafio extremamente difícil. Sério, eu nunca conseguiria zerar aquele jogo.

São várias fases bem cascudas que causam a morte da “jogadora” várias e várias vezes. Mas como em todo bom jogo de plataforma, a repetição leva à perfeição. Esqueça aquela ilusão machista de que meninas não têm habilidade para jogar videogame, se elas tiverem uma boa motivação podem ser tão boas quanto qualquer outra pessoa.

E aqui é preciso destacar o papel importantíssimo da música que acompanha e pontua toda a jornada da personagem. Desde o início a música ajuda a contar a história numa simbiose perfeita com a animação. O resultado é empolgante e é bem provável que (gostando ou não de games) você não consiga desgrudar seus olhos da tela.

Em poucos minutos acompanhamos o crescimento da tal “Girl” do título em sua epopeia virtual até um desfecho bem criativo e significativo.

Nada mal para um vídeo despretensioso de apenas sete minutos de duração. 

P.S.: Eu disse no início do texto que o nome do vídeo era “aparentemente Snes vs Girl” porque não consegui encontrar maiores informações sobre a obra. Se alguém souber quem é o autor (ou quem são os autores) por favor comente abaixo; e isso vale pra música também.

Assista Snes vs Girl e tire suas próprias conclusões: 

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