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Singles Rap BA, Cada Vez Maior, Cada Vez Mais Forte!

Singles Rap Ba cumpre a função de visibilizar diferentes produções dos quatro cantos da cidade, selecionando diferentes estilos e artistas!!

Grafite do grande Eder Muniz

 

Por Mylena Bressy

O ano de 2017 é definitivamente o ano do rap nacional, até o momento. Repleto de lançamentos, colocando o nosso ritmo e poesia no topo do topo, com sua qualidade já conhecida. E já que representa uma parte do rap no país, por que não ser também o ano desta música numa das cenas mais ricas, senão a mais rica, do Brasil? O rap Ba sempre veio forte e só tem evoluído. Comprovamos tudo isso com o grande número de produções e lançamentos que este ano tem surgido com uma enorme força.

Confira alguns raps genuinamente baianos de 2017:

1. Dazideia part. Tibe – Chegou a Hora

Siso tá ligado na inclinação para o mal que o ser humano tem, e a partir daí traz as mazelas que acontecem em nossa sociedade, tendo em vista essa condição. Muito descaso com a periferia, com os pobres, faltando informação ao nosso povo; “periferia de Salvador, já sabe né parceiro”? Casa da dor”. Mas “o Dazideia ensina você a nunca desistir”, e na junção desses caras que estão no rap há miliano, Tibe (Okaris) e Siso, é anunciado o momento certo de agir.

“Chega de falar, chegou a hora de fazer!”. Hora da reação, já basta de conformação! “Chegou a hora de pensar, tá na hora de crescer/ Chega de apanhar, tá na hora de vencer”.

2. High Mc – Visão No Mundo

Integrante do grupo Contenção 33, High lança seu primeiro single solo, intitulado “Visão No Mundo”. O mc discorre em cada estrofe, sobre sua perspectiva no mundo real, como a turbulência desse mundo o afeta, critica o sistema, além de fazer relatos pessoais e sobre o cotidiano da favela. High deixa o rap como sugestão para fuga de todo esse caos. A música trata de um dos itens mais importantes para quem vive nesta sociedade: visão. Quem nasce na favela já nasce com ela, e não pode deixar escapar, porque um vacilo pode ser o fim. É preciso estar sempre ciente.

“Com responsa nas palavras sem ideia torta, um passo em falso eles me cortam, nosso movimento te incomoda, eu sei que é foda.”

3. D!G$ part. Bino Bills – Cantando Perigo

Em mais uma produção do coletivo Otra Fita, D!G$, o Vigarista lança este videoclipe com a participação de Bino Bills nos vocais. Embora a paisagem seja de relaxamento, não se engane: a música canta o perigo. Sem mais essa de romance, a vida é muito mais dura, onde:

não existe empate/ um apanha enquanto o outro bate”; e quem vive seus corres, corre o risco“.

4. Oddish – Jovens Visionários (Prod. Degraus Beats)

Lírica inconfundível, toda sua habilidade de escrita e de criar metáforas, o visionário Oddish nos apresenta mais um som com muita informação e passagens do cotidiano que pareceriam sutis, se não fossem aos olhos de um poeta. É sobre sentimentos, vícios, conflitos e tudo mais…

“Viralize sua audácia, comercialize seu choro / Transforme o medo num salto, e a sua desgraça em ouro”

5. Grafi Mc – Não Há Mais Saída

Um bom boombap, produzido por Servo Beats e King Daka, traz consigo uma das mais recentes letras lançadas das músicas citadas neste seleta, “Não Há Mais Saída” é um relato triste do que o povo preto e pobre sofre constantemente. No que os bairros periféricos se tornaram com o abuso do poder da polícia e a falta de ação dos políticos. Grafi Mc num papo reto:

“Esgoto a céu aberto, praça sem iluminação/ Sem trampo e sem estudo, vários de nós vai virar ladrão”

6. Vandal – DISKORDIAH

Atitude e adrenalina, Vandal ez ou não ez? É sim! Diretamente dos guetos de $alcity, “New City, Cidade Nova em crise”, Van é muita verdade e pouca emoção. Valoriza sua vida e a família, tem gratidão por todos que representam e pelos que já se foram. Em menos de 3 minutos, entre idas e vindas, subidas e descidas, perdas e ganhos, o rapper relata um pouco de sua vida em mais um de seus traps originalmente hardcore.

“Chorei com o padeiro na Barra porque seu irmão só pensava em matar, UG me ligou me dizendo que se eu quiser vai sair pra pegar, família em primeiro lugar, preciso parar pra pensar, vingança em segundo lugar preciso parar pra pensar.”

7. Caixão Lacrado – $em Diss Puta

Numa letra cheia de trocadilhos, apesar da controvérsia da expressão “puta”, Mc Pequeno demonstra toda sua atitude ao cantar sua aversão às famosas diss, enquanto o nosso povo continua sangrando. O Caixão Lacrado pede mais união, menos cifrão; mais ação em vez de ataques. Apelo às causas reais, usar o rap para impulsionar a revolução, essa seria a verdadeira essência do ritmo e poesia. Dessa forma, ele também critica os rappers que não seguem essa linha de pensamento, que investem mais na própria imagem e na criação de diss, do que na luta por condições ideais de vida.

“Nosso sangue ta na tela, tá no morro, no jornal. Só quem é veste a camisa do bonde original”

8. Gold CBX – Reaja (Prod. Victor Haggar)

Gold chega pesado sem muito papo pra dialogo, produzindo um rap que visa apenas e somente a revolução. Com produção de Victor Haggar, as baixas particulares do rap Gardenal, Brow e Cydrak são lembradas, mas a mira é naqueles que matam indiscriminadamente, sendo preto e pobre tá valendo.

Explosão, sem tempo pra passeatas pacificas, o rapper convoca para a ação direta. 

“Oprimido comemora vitória da casa grande, você escolheu então tome, não reclame do banho de sangue”

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