Rafael Galeffi abre os trabalhos para o seu disco de estreia com Tapurimã, um single que vai buscar na língua dos pataxós uma boa definição!!
O instrumentista Rafael Galeffi vem desenvolvendo uma caminhada muito bonita dentro da nossa música, ex – integrante do grupo Pirombeira e atualmente no trio Matita Perê. Vem também junto ao desenvolvimento de sua arte militando na produção cultural da cidade de Salvador desenvolvendo projetos de vulto como o recente Ensaios da Central e na ilha de Itaparica foi o responsável por dez edições do Ilha da Música (Arte e cultura em Itaparica).
Ainda na perspectiva da militância cultural é um dos sócios da Bim Bom Records, que tem produzido registros de jovens nomes da música instrumental e popular e disponibilizado em seu canal no youtube. Sua carreira de compositor pode ser vista também nas telonas, com a trilha sonora por ele produzida para o filme Maré Vazante com direção de João Alvarez e Carlos Baumgarten, além da trilha feita para a Revista Barril, na leitura critica do “Livro em Pessoa” do Igor Albuquerque.
Com esse currículo o single esclarece e nos leva a compreensão do nome do seu primeiro single solo, “Tapurimã”, que na língua pataxó significa “jovem guerreiro”. Dono de um violão temperado de influências sobretudo brasileiras, Rafael Galeffi soltou esse primeiro trabalho e nos chama atenção pela alta qualidade da composição apresentada.
Acompanhado de um time de responsa composto pelos excelentes músicos Gabriel Rosário (bandolim), Felipe Guedes (baixo), Borega (guitarra), André Becker (flautas) e o Marcos Santos (bateria), a composição nos entrega um grupo azeitado e coeso, em dialogo entusiasmado e virtuoso.
A linguagem musical apresentada é certamente fácil de identificar, pois esse dialogo acima referido é de uma liberdade conquistada coletivamente através das forças de expressão individuais. E se o jazz nos entrega o acordo tácito entre os músicos no estúdio, os enunciados todos são de ritmos brasileiros, desde o samba até certo colorido da música nordestina. Um nordeste que aqui é preenchido através do reconhecimento de nossa herança negra e indígena.
Preenchida por solos muito inspirados de violão, flautas, guitarra e bandolim, a música encontra seu porto seguro na segurança não menos virtuosa da cozinha. Tapurimã, é talvez não apenas a expressão do jovem guerreiro Rafael Galeffi mas talvez a força desses jovens aqui reunidos em louvor da música.
O single lançado é também o anúncio da sua estreia com o álbum solo A Casa do Sol Poente (2018), o disco que tem previsão de lançamento para esse primeiro semestre vem todo instrumental com exceção de uma canção. Rafael Galeffi é um dos excelentes nomes da nossa sempre e insistentemente música instrumental, um jovem compositor e instrumentista que com seu trabalho nos ensina muito sobre a força da nossa tradição instrumental e ao seu modo a leva para frente.