Quando o sucesso cantou para Léo da Bodega 

Léo da Bodega e o seu “Trap de Olinda” chegou após observação e estudo, e o resultado dessa preparação já está sendo sentido!

Léo da Bodega

Eu sempre quis escrever sobre artistas em ascensão no exato momento em que estavam se tornando fenômenos. Geralmente, nesses anos redigindo para sites musicais, sempre fiz matéria sobre os dois extremos: ou artistas já consolidados ou artistas desconhecidos, mas nunca o meio termo. 

Como se avalia quando um rosto não é famoso pelas grandes mídias a nível nacional mas ao mesmo tempo não é mais anônimo no seu estado? Esse questionamento me fez entender que, finalmente, chegou o momento de discorrer sobre Léo da Bodega.

Intitulando seu som como “Trap de Olinda”, o olindense de 25 anos, vem sendo o principal nome do underground rumo ao mainstream, aposta semelhante de vários lados. Lançando seu primeiro trabalho solo em abril de 2020, a agitada e festiva  “Lareira” (Prod. RômuloB), surpreendeu com grande repercussão levantando boas críticas. Logo depois foi a vez de “Anjo” (Prod. Dreiz), um som menos frenético e romântico que afirmou mais um acerto, e para finalizar o trio de lançamentos, “Fica Essa Noite” (que tem a colaboração e produção de Akzinho) com uma vibe disco 70’s coroando uma aclamação já prevista. 

As três músicas foram planejadas para catapultar num momento importante: Lançamento da “Mixtape Léo da Bodega”. Com beats de Ak Beatmaker e Jovem Ralph e masterização de Bruno Giorgi, o compacto mistura o trap com influências sonoras olindenses que torna um produto comercial sem deixar de ser conceito. As quatro faixas inéditas “Os Caras Querem Me Apagar”, “Eu sei que passa, véi.”, “Nada Penso” e “Revirando a casa” nada mais são (e aqui não estou reduzindo a qualidade) do que músicas sobre o que acontece no cotidiano das ladeiras de Olinda. É bairrista? Sim. Mas essa é a intenção. Mostrar que é a prata da casa. E vem dado certo. 

Voltar rapidamente no tempo é necessário para entender acertos consecutivos. Além de uma assessoria inteligente, apoio de amigos que formam sua banca, criar network com diversos produtores culturais e carisma (certamente), por um longo tempo o trapper ficou de “stand by” observando, produzindo e estudando o momento certo de se lançar oficialmente. Participou de eventos sem ter um som lançado oficialmente, testando músicas e analisando reações e comentários. Fez colaborações em trabalho de outros artistas e assim criou uma teia de vínculos que resultou no acolhimento e simpatia de um grande número de pessoas e também, obviamente, em comentários ardilosos que julgam o arremate do artista como “sorte” ou puramente “privilégio”. 

Hoje, beirando as 200 mil visualizações totais, o canal dele vem sendo comentado e acessado no intuito de acompanhar os shows gravados para festivais online e últimos lançamentos como “O Canto da Sereia” (Prod. Albano 6c). O mais novo trabalho foi financiado por meio da Lei Aldir Blanc e tem no clipe/música a narrativa sobre alguém ouvir a voz de uma sereia chamando para mergulhar mar adentro e, sem medo, aceita não lutar contra e submergir. Ouso dizer que a figura mística representa o “sucesso” e desse cantar, Léo da Bodega, alguns não escapam.

-Quando o sucesso cantou para Léo da Bodega 

Por Soffio

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