Psilocibina é um power trio instrumental carioca que lançou um viciante compacto duplo pela Abraxas Records LSD/Acid Jam e já preparam álbum
No comecinho do ano, mas exatamente no dia 6 de janeiro o trio carioca Psilocibina lançou um compacto duplo nas redes e depois de algumas audições o estrago estava feito, viciei. Infelizmente, durante esse processo tive o desprazer de ver meu estimado notebook quebrar, e isso justifica somente agora estar traçando algumas linhas pra falar dessa belezura.
A psilocibina é o enteógeno (manifestação interior) presente em cogumelos alucinógenos de efeito similar ao LSD. Bastante consumido nos anos 60 e 70 durante a emergência do movimento hippie, é utilizado em cerimônias sagradas e em culturas tão antigas quanto os Astecas e Maias. Há uma larga discussão sobre a utilização de drogas e as artes, longe de oferecer aqui nesse curto espaço uma discussão mais aprofundada, é fato que diversas drogas tiveram e tem importância para o desenvolvimento das artes, para além de julgamentos morais.
A música rock nos anos 60 e 70 são responsáveis por grandes explorações nesse campo, o do consumo de drogas lisérgicas e a produção de música sob os seus efeitos. Se é verdade que essas experimentações são gatilhos importantes para o auto conhecimento e consequentemente para a exploração de campos inauditos da arte. O power trio Psilocibina consegue produzir musicalmente – sob quais efeitos, não fazemos ideia – uma verdadeira jornada, um tour de force, com o seu compacto duplo: LSD/Acid Jam (2018).
Na primeira faixa “LSD”, o trajeto proposto é todo trabalhado numa mistura de psicodélichardfunkrock, de andamento tanto quebrado quanto cheio de swingue. A música que já desponta desde o seu inicio forte e cheia de reviravoltas, tem um dos seus pontos fortes na negociação entre a cozinha comandada pelo baixo de Rodrigo Toscano e a batera e percussão de Lucas Loureiro groovando pesado. Enquanto isso, as guitarras de Alex Sheeny desfila um wah wah endiabrado acompanhando e dando direção ao groove, com a mesma intensidade em que sola.
Se em seu lado A, a porrada come no centro como aquele momento em que o efeito bate e é preciso seguir os ritmos que nos são propostos por uma desorganização das coordenadas espaço temporais comuns. Acid Jam,o lado B do compacto é o período da contemplação desse novo universo que começamos a desfrutar através de uma outra forma de percepção que se instaura. Com o andamento mais lento e inspiração indiana, porém pouco etérea e por isso mesmo, fugindo da chatice bicho grilo, essa segunda faixa mantém também ao seu modo o punch.
Os meninos do Psilocibina conseguem ao seu modo nos entregar duas peças lisérgicas que foram feitas pra depois do play, nos fazer viajar em sua proposta. Um compacto duplo que anuncia o álbum de estreia ainda sem data de lançamento definida mas que se tudo correr bem nos chegará ali por entre abril e maio deste ano.
Enquanto isso amigos e amigas, se apliquem sem medo, a viagem nesse caso abaixo é inseta de badtrip: