O baterista “Philthy Animal” Taylor, que ao lado do guitarrista Eddie Clarke e Lemmi compunha a chamada formação clássica do Mothörhead falece aos 61 anos.
A Morte tem um senso de humor bizarro! Prova disso é o falecimento de Phil Taylor, o caçula entre os membros da formação clássica do Mothörhead. Caçulas são sempre uns pentelhos (Lúcifer taí pra provar essa tese), mas chegaram ao mundo por último, isso deveria ser levado em consideração pela Morte ao decidir quem vai ser levado. Em nossas cabeças o natural sempre é que o mais velho morra antes do mais novo. Infelizmente a Morte não segue essa lógica ao colher as almas, caso o fizesse Phil Taylor só morreria depois de Lemmy (69 anos) e Eddie Clarke (65 anos). Certamente o baterista ainda teria muitos anos pela frente se essa regra fosse seguida pela ceifadora de almas.
O apelido, “Philthy Animal”, antecedendo seu sobrenome Taylor, lembra as alcunhas de grandes pugilistas, reais ou fictícios. Sugar Ray Robinson, Jack Batalhador Murdock, Apolo Doutrinador, Muhamad “The Greatest” Ali, são alguns exemplos. E como um pugilista “Philthy Animal” Taylor sabia muito bem como dar porrada. Seus golpes, contudo, eram direcionados às peças de sua bateria, tocadas com a agressividade e a violência de um animal selvagem atacando e depois devorando sua presa. Essa característica de seu modo particular de tocar deu ao Mothörhead sua sonoridade característica. A introdução de Overkill é pura pancadaria na batera, aquecendo os motores para dar início a uma das músicas que imprime identidade ao som da banda. Além claro de deflagrar o começo de um dos álbuns mais importantes da história do rock. Outro grande momento é Ace of Spade. Música de andamento veloz, frenética e marcada pela violência das porradas deferidas por “Philthy Animal” na bateria.
“Philthy Animal” não foi um baterista virtuose, era apenas o homem certo para o serviço. Substituindo Lucas Fox, baterista original do Mothörhead, nas gravações do álbum Mothörhead, primeiro da banda, de 1975, assumiu as baquetas e só as largou 9 anos depois, em 1984. Nessa primeira fase atras da bateria do Mothörhead, “Philthy Animal”, gravou os principais álbuns da banda: Overkill (1979), Bomber (1979), Ace of Spade (1980) e No Sleep “Til Hammersmith” (1981). Este último ao vivo, marcante para a carreira da banda, pois o show foi tão foda que sua gravação fez com que fosse considerados um dos melhores registros ao vivo do rock.
O apelido “Philthy Animal”, se traduzido para o português seria algo como “Animal Imundo”. Dizem por aí que o apelido diz muito sobre o sujeito, mais que seu nome de batismo, pois é criado para expressar a personalidade do cara da forma como os outros a vêem. Quem mais que os outros para dizer como somos realmente!? Os relatos sobre o estilo de vida do cara atestam essa teoria. E se Phil não fosse imundo, o som do Mothörhead não seria o que é.
Pra finalizar compartilho abaixo o vídeo em que o power trio clássico se reuniu pela última vez. Embora a condição debilitada da saúde de “Philthy Animal” Taylor não tenha o permitido empunhar a baqueta pela última vez ao lado de seus companheiros, fica o registro desse encontro que expressa bem o sentimento que todos experimentamos ao saber de sua morte.