Pevirguladez & Carlos Dafé em Quero Juntar Minha Literatura Com a Tua (2018), chegam num clipe em busca de romance, com muita poesia e ritmo!
O rapper carioca Pevirguladez traz um grande mestre Carlos Dafé para o segundo ato que precede o lançamento do seu disco Manual Prático da Malandragem Vol. 2. Juntos a nova e a velha guarda da malandragem carioca chegam em um vídeo clipe bem produzido e dirigido, por Higor Cabral e Camila Guimaraes.
Com a elegância e a beleza da modelo Érica Matos, que encarna no audiovisual a musa buscada pelos dois malandros. Nesse sentido a música “Quero Juntar Minha literatura Com a Tua (2018)” chega faceira, sedutora e certeira. Nos passando aquela boa sensação de enfeitiçamento e transe que sentimos ouvindo boa música e ou buscando conquistar a amada.
Pevirguladez já havia lançado um primeiro single no final do ano passado e já ali, escurecia muito bem o papo que vai ser dado no disco. A música Direito de Rimar feat. Waltuir (2017), primeiro single, já começa a emular a temática que estárá presente no segundo volume do Manual Prático da Malandragem (2018) que será lançado esse ano.
Na faixa em questão, há uma pequena modificação no clássico verso do samba de Batatinha, Direito de Sambar: “É proibido sonhar/Então, me deixe o direito de sambar“, é transformado em: “É proibido sonhar/ Então, me deixe o direito de rimar“. E ali também o grande Wantuir, mestre interprete de samba enredo, era a parceria que ensina com a força de uma carreira dedicada a música.
Nesse segundo ato, a Literatura é o alvo e Carlos Dafé é o companheiro experiente, que poderia ser visto de algum modo como conselheiro no áudio visual. O mestre do nosso samba soul empresta a voz ao mano Pevirguladez, mostrando ainda toda a sedução possível do grande malandro dengoso. A literatura é o alvo, bem entendido, enquanto construção de uma existência a dois, pois aqui se propõem a união existencial. O exercício da conquista como preparação para o Romance, como preludio de uma história a se enfrentar a folha em branco do futuro.
Musicalmente, Pevirguladez também apresenta um resultado sólido e diferente, ao se propor uma malandragem que não estimula esteriótipos. Não parte para o “samba-rap” fácil e nem emula um discurso do jeitinho, pelo contrário, segue a cartilha do Jorge Ben, “a sua teimosia é uma arma pra conquistar”. Que é de resto, a prática ética dos verdadeiros malandros e malandras que o nosso povo gerou, resistente e inventores de possibilidades de existir.
A faixa conta com a produção musical e com o violão do Bruno Danton e o beat ficou por conta de Ariel Haller, que abriu sua caixa de ferramentas, incluindo samples de sanfona e trazendo cores singulares para a produção. Filmado na feira de São Cristovão e no centro do Rio de Janeiro, o clipe dialoga com o povo carioca trazendo-nos um ar bonito e inspirador.
Nos resta agora esperar o disco Manual Prático da Malandragem Vol. 2(2018) chegar as ruas, trazendo uma produção que promete continuar as misturas de estilos musicais diversos, muitas participações e que será toda centrada em temas como amor, sorte, direitos, missão e saudade. Pevirguladez promete trazer um disco mais reflexivo e fugindo um pouco das formulas por ele, desenvolvidas e utilizadas em outros momentos.
Assista ao clipe: