Ozzy Osbourne se mantém seguindo pelo caminho da imortalidade em Patient Number 9, álbum que conta com a participação de inúmeros parceiros de longa data do Madman.
Do luto ao Nascimento
Dia 09.09, manhã sombria de sério luto no Reino Unido, e o Príncipe das Trevas nos acorda com mais um 9, como se, talvez, quisesse invocar o número da besta de cabeça pra baixo. No entanto, o tal 9 faz parte do título do seu novo, e improvável, álbum, que já está em todas as plataformas, e, assustadoramente, encabeça todos os charts, não só de rock/metal, diga-se de passagem, feito inédito em sua longeva carreira.
Com Patient Number 9, Ozzy Osbourne, eterno vocalista do Black Sabbath, e dono de uma das poucas carreiras solos que conseguiram projetar o artista para algo maior do que sua banda original, chega ao seu 13º disco, alcançando o primeiro lugar em diversas paradas da Billboard, sustentado por uma grande divulgação baseada na iminência do produto se tornar seu icônico álbum de despedida, e nas participações de peso, entregando momentos, no mínimo, curiosos. Mas se toda essa áurea já tinha sido criada no antecessor, Ordinary Man, de 2020, o que temos de tão diferente na nova entrega do Madman?
O que o casal Osbourne tem tentando nesse novo momento, junto ao produtor Andrew Watt, é, justamente, um formato que funcionou muito bem pro Alice Cooper, desde o grandioso Trash, e o Carlos Santana, a partir do seu arrasa-quarteirão, Supernatural. A empreitada Ozzy & Friends, assim como aconteceu com os músicos citados, pode trazer sensações mistas, à medida que essa chuva de participações, tanto pode gerar colaborações que carreguem o artista principal para caminhos que ele não conseguiria com sua equipe usual, adicionando tempero e frescor à composição, ou acabe, por tirar a atenção do que realmente importa, que, no caso do vocalista, são sua interpretação e personalidade.
Beatles do Mal
Com relação às características que fazem do Madman o que é hoje, no campo musical, lembro muito do Ozzmosis, de 1996, disco bastante criticado, mas que sempre mexeu comigo, por ter uma das melhores formações da banda, com o boss sendo acompanhado por ninguém menos que Zakk Wylde, e uma das minhas cozinhas preferidas da vida, Geezer Butler e Deen Castronovo, tirando sons absurdos. Os timbres e a produção são únicos, é impossível ouvir o baixo e a bateria e não identificar o Ozzmosis em segundos. Pra mim, o projeto ainda tem o feito de definir, realmente, a sonoridade de Osbourne dali pra frente.
No álbum, Ozzy, percebendo que não era mais necessário se utilizar da roupagem americanizada dos anos 80, ou da produção rock de arena do início dos 90, simplesmente se voltou à estruturas e timbres totalmente influenciados pelos Beatles, sua banda preferida e principal inspiração, e carregou tal modelo por todos os trabalhos seguintes, até mesmo fora de sua carreira solo, como podemos observar em sua participação, logo em seguida, na faixa-título do ótimo Vertical Man, do próprio Ringo Starr, e nas faixas inéditas do Reunion, com o Black Sabbath. Podem conferir, os trabalhos estariam facilmente no tracklist de Ozzmosis ou, ainda, do Down to Earth, de 2001.
Acontece que, Black Rain e Scream, seus trabalhos de 2007 e 2010, respectivamente, trouxeram muito das modernas rádios rock, e mostraram composições que se aproximavam do 3 Doors Down, Nickelback e Three Days Grace, em alguns momentos, tentando fazê-lo soar pesado, porém, de acordo com a onda do post-grunge, que rolava na época. A fase ainda marcou o fim da lendária parceria com Zakk Wylde, seu fiel escudeiro por longos anos.
E aí é que a missão do produtor Andrew Watt se faz explícita. Watt é o famoso produtor responsável pelos mega hits da Miley Cyrus, Justin Bieber e Post Malone, razão inclusive, para este último ter participado de Ordinary Man.
Andrew chegou para o público rock, trazido por Julian Lennon, como o guitarrista jovem e promissor, de timbres totalmente setentistas, para juntar forças com Glenn Hughes e Jason Bonham no interessantíssimo California Breed, e, mais adiante, entrou para a realeza do pop, tornando-se um dos maiores fomentadores desse mercado. Dessa forma, conhecendo o melhor dos dois mundos, foi adotado pela família Osbourne para dar uma leitura mais moderna ao som do Ozzy, de uma forma que mantivesse e realçasse suas características mais marcantes, e, também pudesse torná-lo palatável para um público mais jovem e consumidor dos grandes charts, ainda que conservando a majestade do Madman no Reino das Trevas. Tarefa difícil, convenhamos.
O trabalho se torna ainda mais árduo quando lembramos que muita coisa ainda foi feita com as limitações que uma produção na pandemia pode ter, inclusive, quando pensamos nas idades dos músicos envolvidos. Isso tudo aproxima Watt de outros jovens produtores que tem estado no foco do mercado por trabalhos com grandes ícones, como é o caso do Lucas Nunes com Caetano Veloso, e Jamey Jasta, que, claro, dispensa apresentações, mas que tem voltado a chamar muita atenção, renovando as energias de Corpsegrinder, Dee Snider e Tim “Ripper” Owens, entre outros.
No espectro do case, o produtor se mostrou como a decisão mais acertada, já que o Ozzy, sem a ajuda da pompa da gigante MTV do início dos anos 90, do apogeu da cena de Los Angeles 80s, ou do Eddie Munson usando um de seus singles como trilha de seus solos, chegou, pela primeira vez em sua carreira, nos topos da Billboard, em uma era em que mesmo a tal modinha do heavy metal parece algo questionável e volátil, como muito do que se tem visto na geração tiktok. Mas os dotes do produtor não se limitam apenas à conversa com um som mais palatável.
Andrew concorda com a visão sobre a sonoridade fortemente calcada nas melodias e estruturas do quarteto de Liverpool, assumida nos tempos de Ozzmosis e Down to Earth, inclusive tendo-a batizando de “Evil Beatles”, e iniciando seu resgate ainda no álbum de 2020. Para Patient, o produtor, junto com Osbournes, lembrou, que muito do groove e do swing dos fab four, vinha justamente da forma com que gravavam o baixo, que era feito por último, a fim de preencher todos os espaços com as suculentas e pungentes linhas de Sir Paul McCartney. E para criar um álbum mais pulsante e potente em 2022, colocaram baixo e bateria em primeiro plano, fosse no ato das composições ou na mixagem, que os deixou bem na cara.
E se na sonoridade, a tentativa foi de trazer a energia dos grandes clássicos de sua carreira, outra questão fundamental também foi reorganizada para Patient Number 9. Para o conceito do álbum sendo carregado de participações, em Ordinary Man, essas foram bastante questionadas. Claro que nomes como Chad Smith, Slash, Duff McKagan e Sir Elton John foram festejados, mas a presença de artistas que são imediatamente ligados ao novo pop e hip hop, como Charlie Puth, Travis Scott e Post Malone, causavam muitas dúvidas se não seria forçar demais uma relação entre o medalhão setentista e as revelações de um universo totalmente conectado com o adolescente de hoje.
Realeza do Rock
Para o novo trabalho, Ozzy e Andrew se concentraram em continuar com uma cozinha pesada, muitas vezes composta por Duff McKagan, Robert Trujillo, Chris Chaney, e Chad Smith, revezando com o saudoso Taylor Hawkins, entre outros. Junto dessas pulsações, temos um grande desfile de guitarristas icônicos, que aproximam muito mais o Madman do seu fiel público, sem que seus timbres apresentem apenas nostalgia para os roquistas de plantão. O elenco, dessa vez, é impecável, mas é impossível não destacar a volta do Zakk Wylde, para o lugar de onde ele nunca deveria ter saído, e de 2/3 da santíssima trindade da guitarra: Eric Clapton e Jeff Beck.
Se George Harrison, Keith Richards e Pete Towshend marcaram uma geração, ou todas as gerações, por usarem suas guitarras em favor da composição, o Yardbirds foi a primeira banda que jogou a sua composição em favor do protagonismo da guitarra, fato que acabaria servindo de padrão para o rock, até os dias de hoje, e até da criação da figura do guitar hero. E por lá, tivemos, simplesmente, três dos maiores.
Ao lado do George Harrison, Eric Clapton é o meu guitarrista preferido, e com Harrison, criou uma das duplas mais interessantes da história, onde alternavam lirismo e melodias belíssimas, com riffs cortantes baseados nos mais profundos estudos do Blues. Já Jeff Beck, ao lado de Joe Perry, foi o cara que me fez querer aprender a tocar guitarra. Dono de uma técnica única, Beck encontrou no jazz a casa perfeita para seu jeito especial de tocar.
Meu primeiro contato com o jazz foi logo na infância, com a swing music de Sinatra, Bennett, sem falar nos seus discos natalinos, aliados à Quincy, Jobim e a série Standard Time do Wynton Marsallis. São informações do estilo que chegam por osmose, acabam sendo trilhas dos domingos e reuniões de família. Mas o fusion da alma roqueira e selvagem de Jeff Beck foi a ponte natural para Chick Corea e Return to Forever, e Jaco Pastorius e Weather Report, me levando, então, à Miles, Mingus e Coltrane, me fazendo abraçar o estilo, agora, de forma consciente, e dando novo significado aos citados flertes dos primeiros dias de vida.
Acontece que a chegada ao seu som foi justamente com o estonteante Jeff Beck Group – Truth, ao mesmo tempo que descobria seu irmão Led Zeppelin I, o que nos leva à falta do terceiro pilar do Yardbirds, Jimmy Page. Jimmy, verdadeiro grande contador de histórias e arquiteto musical de sua geração, teve sua carreira pós-Zeppelin/Yardbirds, marcada por surpreendentes colaborações com Aerosmith, Black Crowes, Coverdale, Paul Rodgers, até Sean “Puff Daddy” Combs, sem falar na sua cara-metade, Robert Plant. Mas dessa vez, ele, que já vem tendo uma relação estranha com o universo mainstream, declinou, misteriosamente, sem muitas desculpas, o convite do Príncipe das Trevas.
O fato acabou sendo uma das grandes polêmicas envolvendo o processo de produção do disco, e muitos dizem que Page se mostrou avesso a todo o rito de gravações e comunicação através da internet, já que, de fato, pouca coisa foi criada em estúdio, com encontros entre os integrantes, o que seria algo totalmente fora dos conceitos de uma boa jornada para a concretização de um trabalho como esse, na visão do mago das 6 cordas. E este não seria o único convidado que ficaria de fora.
O Paciente Acorda
O sempre controverso Eric Clapton, passou de “God” à persona non grata durante a pandemia, e nem vale a pena relembrar os fatos, mas não seria dessa vez que o Slowhand perderia mais uma oportunidade de causar. Clapton, conhecido pelos seus louvores, ao lado de Steve Winwood, no Blind Faith, quis vetar sua participação após ouvir o resultado final de sua contribuição no single de “One of These Days”, após perceber a linha “it´s one of these days that I don´t believe in Jesus”, colocando em xeque a fé cristã de Ozzy.
Depois de muitos argumentos para convencê-lo de que aquilo era parte do discurso do eu lírico, a fim de representar momentos de falta de esperança, questionamentos que todos os seres humanos tem, e até uma tentativa de alterar a letra para “…I don´t believe in Christmas”, o guitarrista deu o seu “fico”. Mais uma de suas polêmicas infundadas, já que o Black Sabbath foi uma das primeiras bandas dentro do mercado secular a se assumir abertamente cristã, e trazer esse conteúdo para a sua estética e música.
Desde a década de 60, Ozzy e o grupo, mesmo trazendo temas influenciados pela literatura e cinema de terror, que muitas vezes, até se afastavam do horror gótico para se aproximar do horror cósmico de H.P. Lovecraft, como “Behind The Wall of Sleep”, por exemplo, influenciada, obviamente, pela obra Beyond The Wall of Sleep, do autor, a fé e os debates sobre o cristianismo sempre foram o tema principal da banda, desde o mega clássico “After Forever”, até a recente ganhadora do Grammy, “God is Dead?”, e o assunto não poderia ficar de fora em Patient Number 9. Outra bola fora do “God”.
Fato é que “One of These Days” está aí para representar bem a sonoridade “Evil Beatles”, com aquela atmosfera bem sessentista, carregada de orgãos, e a guitarra do Slowhand, que era melhor amigo de George Harrison, e já foi considerado para sua vaga na banda, nos guiando pelo melhor dos seus fraseados, que estão melódicos e dramáticos, como o Clapton dos tempos do trabalho com Harrison, e Derek and The Dominos. Ozzy e Andrew fizeram questão de garantir que ele usasse e abusasse do Wah-Wah, como em seu som clássico do Cream, fazendo com que ele soasse incendiário no solo, como não se ouvia do guitarrista há tempos. Certamente uma das faixas que definem o disco, com um groove sublime.
Os Beatles ainda estão bem presentes nas tracks com Jeff Beck, que também é Beatlemaníaco. Na sacolejante faixa-título, que abre o trabalho e parece tirada diretamente do Ozzmosis, já sentimos o poder da interpretação de Ozzy, que tinha sido muito prejudicado pelas excessivas correções de voz feitas em Ordinary Man, e aqui consegue brilhar outra vez. Jeff, por sua vez, soa roqueiro e cortante como no já citado Truth. Uma grata surpresa, já que, como já comentado, não foi o caminho escolhido para permear sua carreira, mais orientada para uma pegada mais jazzística.
Já em “A Thousand Shades”, ouvimos muito mais dos Beatles baladeiros, com aquela atmosfera etérea dos melhores momentos de George Harrison, até mesmo em sua carreira solo, com Jeff entrando na brincadeira e trazendo de volta seus timbres mais jazzísticos e sua lendária alavanca, soando, por vezes, até como o próprio Harrison. Destaque para o arranjo de cordas que também emula uma peça bem George Martin, e chega a emocionar, e para a produção, que não deixa nada datado, fazendo com que essa atmosfera lembre mais um disco recente dos irmãos Gallagher do que algo abafado das produções sessentistas.
“Parasite” dá início às participações de Zakk Wylde, em um dos momentos mais cheios de frescor do disco. O riff, aliado ao baixo de Trujillo, altamente influenciado por Geezer Butler, tenta trazer algo do Sabbath, mas carrega em timbres que lembram o Queens of The Stone Age, e não por acaso, conduzida pela batera do Taylor Hawkins, nos leva direto para algo dos Foo Fighters, tirando o Ozzy pra bem longe da zona de conforto, e apenas nos colocando no chão, novamente, ao ouvir o solo tão familiar do Zakk.
Wylde ainda volta, como guitarrista, em “Mr. Darkness” e “Nothing Feels Right”, baladas, que se mesclam à momentos mais velozes, que, aí sim, já se aproximam bem mais das clássicas parcerias entre o Madman e o motoqueiro viking, com uma boa dose dos momentos mais blueseiros do Sabbath, e as já tradicionais fritações do barbudo. Faixas complexas, cheias de camadas e mudanças de andamento.
Os riffs de Zakk ainda podem ser ouvidos em outras canções. É o caso de “Dead and Gone”, com clima misterioso, cheia dos famosos harmônicos do guitarrista, e um fato pra lá de curioso: “Dead” traz, ainda, muitos elementos e passagens orientais, que remetem à “Kashmir” e às frases de guitarra de Jimmy Page, me fazendo, prontamente, indagar, se era ela, a composição que imaginavam para a participação do terceiro Yardbird. Teria sido incrível.
“Evil Shuffle” é o puro suco do Black Sabbath, como só Ozzy e Zakk conseguem fazer. Parece vinda dos primeiros discos da banda, tem aquele som grandioso e arrastado, e ainda aquele tradicional jogo de pergunta e resposta do vocal de Osbourne com a cozinha, que viraram marcas do grupo. Mais uma vez, destaque para o baixo, dessa vez, à cargo do próprio Andrew, respeitando todo o estilo de Mr. Geezer Butler, e para a produção, que atualiza o som para o Sabbath do Reunion ou do 13.
ME DESCULPEM! Esqueçam tudo o que eu disse no parágrafo anterior. Patient Number 9 ainda traz outras boas participações, como é o caso do virtuoso Mike McCready(Pearl Jam) na pesada e moderna “Immortal”, e Josh Homme(Kyuss, Queens Of The Stone Age) e Dave Navarro(Jane´s Addiction, RHCP) na tensa “God Only Knows”, mas a cereja do bolo só pode ser mesmo o Iron Man, o senhor de todos os riffs, Mr. Tony Iommi. Verdade, Iommi está entre nós, para fazer o que, agora sim, só Ozzy e ele, os verdadeiros pais do heavy metal (apesar de rejeitarem tal alcunha) conseguem fazer.
A dupla já havia nos emocionado, quando apareceu para a cerimônia de encerramento dos jogos de Commomwealth, em uma apresentação arrasadora. Agora, pra quem achava que seu último encontro ficaria lá no 13, Ozzy e Tony nos presenteiam com “No Escape From Now”, cadenciada faixa que nos faz lembrar de como o Madman é subestimado enquanto vocalista. Sempre digo, é impossível compará-lo à Dio, mas no auge da maturidade do som do Sabbath, no período do Sabotage, as interpretações do vocalista beiravam a perfeição, sempre carregadas de muita força e emoção, colocando-o, neste quesito, no mesmo nível de seus pares da época. Basta pegar canções como “Hole in The Sky” e “The Writ” para comprovar, e aqui, em “No Escape”, com a segura base do Homem de Ferro, Ozzy relembra esse ótimo momento.
Na blueseira e onanista “Degradation Rules”, Ozzy e Tony retornam para entregar um dos momentos mais nostálgicos do projeto. Aqui, estamos diante de uma verdadeira obra do Black Sabbath, nos lembrando, mais uma vez, de como Iommi é o riffmaster por excelência, e em como Osbourne se apoia em seu trabalho, justamente, para criar linhas muito bem sacadas. Tudo lembra o quarteto de Birmingham, seja o timbre de baixo, as viradas de bateria, o solo de guitarra, e até a lendária gaita do vocalista está de volta (ela ainda aparece na sobra do Ordinary Man, “Darkside Blues”, que funciona como fechamento do disco) para nos levar direto em uma viagem no tempo. Emocionante.
Ozzy Imortal
Tá aí, com várias aparições públicas, tour anunciada, primeiro lugar nas principais paradas mundiais, o que parecia impossível aconteceu, Andrew Watt e Sharon Osbourne conseguiram remover a pedra que fechava a carreira do Ozzy, e o fizeram, ao lado de 12 apóstolos, caminhar sobre as águas novamente. Com sonoridade enérgica e letras que tocam até a imortalidade, o Madman entrega um novo recomeço. Se Ordinary Man tinha todos os requisitos do disco de crucificação de Ozzy Osbourne, após a exposição do diagnóstico de Parkinson, a pandemia, a Covid 19, algumas cirurgias, e o retorno ao Reino Unido, Patient Number 9 vem, com fôlego renovado, anunciar, enfim, a ressurreição do Príncipe das Trevas.