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Oto Gris Em Práticas De Mergulho-Voo

Oto Gris lança seu primeiro clipe com a atuação e direção de Tuane Eggers, correspondência certeira nesse combo estético de imagens e sons!!

 

Em outubro do ano passado conheci a banda Oto Gris, que se lançou junto com seu primeiro disco: o Avôa. Nove meses depois da estreia, a banda já tocou nas principais casas de São Paulo (o finado Puxadinho da Praça, Casa do Mancha, Sensorial Discos, Jai Club, Ozzy, Neu Club), além de já ter tocado em São Carlos, Mogi das Cruzes e no Dragão do Mar em Fortaleza. O Ceará é a terra natal dos integrantes da banda: Davi Serrano (voz e guitarra), Jonas Gomes (baixo) e Victor Bluhm (bateria).

Saiu ontem o clipe da faixa “Práticas de mergulho-voo”, composta por Davi Serrano, com direção e atuação da fotógrafa Tuane Eggers, dirigido por ela, Biel Gomes e Antônio Ternura. A canção que fala da perda de alguém (ou algo, ou um amor) num contexto de estafamento, típico dos trabalhadores sugados das grandes cidades, como em Sampa, tem um clima tenso promovido pela altercação de duas notas principais. O baixo marcante da Oto Gris não está nessa faixa e a simplicidade aparente de sua construção é desmascarada pelo clima dramático que ela traz. O clipe vai ao encontro dessa atmosfera, porém indo contra toda imagem citadina da letra que descreve alguém vendo “por entre torres quadradas/brilhoso céu que se afasta/num espiral de caras cansadas”. O clipe carrega muito do estilo característico de Tuane, que atua e dirige o clipe.

 Filmado todo no sul do país, de onde Tuane é (natural de Lajeado) e vive, seu clipe vai na esteira do seu já consolidado trabalho. Além de conhecida por seu trabalho fotográfico, Tuane participa do coletivo Aura e atuou no filme Os famosos e os duendes da morte (2010), dirigido por Esmir Filho, com roteiro baseado no livro de Ismael Caneppele.

No clipe de “Práticas de mergulho-voo”, Tuane dirige e também atua nas cenas surreais e quase bucólicas que dão o tom da narrativa. Digo quase bucólicas porque apesar da intensa imersão na natureza, nada em suas imagens evocam ingenuidade. Pelo contrário, as sobreposições e fades autorais somados à atuação leve da fotógrafa levam o espectador a uma outra dimensão da cotidianidade.

Creio que a cena musical estava mesmo precisando de uma cara nova, de uma estética nova na música e no audiovisual. Combo bem sucedido na parceria da Oto gris com Tuane Eggers. 

Escute o disco de estreia do Oto Gris – Avôa (2015)

Por Perola Mathias

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