Dizem que a prova de fogo para muitas bandas é o segundo disco, momento que seria a hora de firmar e aprofundar uma identidade musical e confirmar as boas impressões de primeiros lançamentos que estouram.
Muitas foram as bandas que sucumbiram a esse desafio. Depois de uma estreia bombástica, tudo degringola e não se consegue repetir a boa impressão e o sucesso do debut.
O primeiro disco do OQuadro é o que se pode chamar de sucesso. Não aquele efêmero que lhe garante uma passagem de ida pro Faustão, ou tocar ininterruptamente no rádio, garantindo que você consiga exaurir ao máximo aquele chiclete sem gosto que as pessoas cantam como mortos vivos. Não entendeu? Ouça aqui.
Não, os cabras chegaram e arrombaram as portas com um golpe de qualidade, digno dos maiores mestres das artes marciais. Como bons capoeiras, estabeleceram um jogo repleto de ginga e com leque amplo de golpes.
Um dos melhores discos lançados nos últimos anos no hip-hop nacional e que os colocaram no cenário mundial com tours pela Europa. OQuadro tem se firmado como uma das melhores bandas brasileiras, inclusive transcendendo o rótulo do rap.
E os últimos lançamentos da banda parecem espantar pra longe qualquer suspeita sobre a tal maldição do segundo disco. Depois de apresentarem Where I’m From (Do Lado Certo) com a participação do nigeriano Afrikan Boy, eles lançaram essa semana a bomba sonora Jesus Cristin.
Neste segundo single a conexão perfeita entre as rimas e o som orgânico encontra a harmonia perfeita com um groove fantástico, um refrão certeiro e obviamente a qualidade do flow e das rimas de Freeza, Jef Rodrigues e Rans Spectro.
Em recente conversa com Jef Rodrigues (entrevista publicada aqui no site) ele nos contou que existe o plano de gravar o disco no segundo semestre, mas que não tem nada certo ainda. Ficamos no aguardo das próximas cenas, as primeiras apontam para mais um épico.