Entrevistamos Leo Panço sobre seu terceiro álbum solo, Sombras. Panço estará em Salvador no dia 12 de abril na Bardos Bardos lançando o álbum.
Leonardo Panço é um artista multimídia que teve sua formação construída entre as trincheiras da cena independente e do underground carioca quando fazia parte da banda de hardcore Jason.
Ao longo de sua caminhada Panço vem produzindo incessantemente, dividindo-se entre a composição musical, a literatura e o jornalismo. Na bagagem traz quatro livros publicados: “2001, Uma Odisseia na Europa“, “Caras dessa idade já não leem manuais“, “Esporro” e “ Superfícies“, além dos três álbuns solo: Tempos (2014), Superfícies (2016) e Sombras (2019).
Panço sai de role de buzão e trem pra fazer o lançamento do Sombras em Belo Horizonte, Ipatinga, Vitória, Itabuna, Salvador, Aracaju e sabe-se la por que outros lugares, mostrando a permanência do espírito desbravador e da necessidade dos encontros pessoais.
Confira a conversa que tivemos com Panço sobre o álbum Sombras e mais importante, ouça o álbum.
Carlim (Oganpazan): Panço, Sombras é o seu terceiro álbum solo. Em termos conceituais e de sonoridade, o que muda com relação aos antecessores?
Carlim (Oganpazan): Muitas bandas tem optado por lançar seus álbuns em formatos físicos como o K7 e o LP, mesmo que caminhemos, inclusive, para a quase completa extinção do CD. Em conversa com membros de algumas bandas que fizeram essa opção, ouvi que o motivo está em oferecer um objeto que vai além da experiência da audição, que pode ser feita digitalmente, mas para levar a diferentes usos do mesmo, como, por exemplo, decoração. O que levou você a optar por fazer o lançamento do Sombras em K7?
Panço: Acho que lançar em K7 tem alguns pontos de interessantes como ofertar pra uma pequena parte do público que me ouve, a oportunidade de ter a arte impressa, poder parar pra ouvir. Não são muitas pessoas que ouvem fita, mas é sempre bom dar opções para as pessoas. Quem gosta de som analógico, de colecionar, de colocar na estante… cada um com suas razões.
Carlim (Oganpazan): Sombras conta com algumas parcerias entre as quais a de Rodrigo Chagas (Sputter) vocalista de uma das bandas mais importantes do underground baiano, a The Honkers. Como se deu essa parceria entre vocês?
Panço: Conheço Sputter há alguns anos, mas não tão de perto já que não viajamos mais como antes. Em 2016 ele foi ao lançamento do meu 4º livro Superfícies em SP e levando um incrível presente que foi a presença da Sandra, das Mercenárias. O dono do bar deu mais cervejas para mim já que nem acreditou. E a partir daí nos aproximamos como tudo hoje em dia, pelo zap. Ele foi me mandando uns links, uns textos e no final escrevi uma letra a partir de uma frase dele, em outra faixa escrevi uma frase em português pra uma letra em inglês e usei uma inteira do jeitinho que ele tinha feito.
Carlim (Oganpazan): Nos seus trabalhos buscam agregar inúmeras pessoas se mostrando uma construção coletiva. Como foi esse processo
Panço: Nos dois primeiros discos isso foi bastante intenso e muito bem pensado. Levando o tempo que fosse necessário pra que surgisse a pessoa certo pro momento certo, pra faixa ideal. Nesse novo, no Sombras, eu quis diminuir ao máximo, foi a vez de cantar o disco inteiro, começar a escrever e criar melodias.
Carlim (Oganpazan): Gostaria que você falasse um pouco sobre o título do álbum: Sombras. Por quê a escolha desse nome e de que maneira ele reflete a identidade sonora do álbum?
Panço: O disco teve outro nome durante bastante tempo na minha cabeça e de repente surgiu ‘Sombras’. Acho que tem um pouco a ver com um clima um pouco anos 80, meio Cure, Smiths, Violeta de Outono.
Pra galera de Salvador fica o aviso de que Leonardo Panço fará o lançamento no Bardos Bardos no boêmio bairro do Rio Vermelho no dia 12 de abril. Ainda vai rolar um show com a galera da Rosa Idiota. Então cambada, marque na agenda pra não perder esse role.
Confira o banner do rolê:
Sombras também pode ser ouvido no spotify: