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O baque azeitado do Vintage Caravan

Assim como grandes atletas em formação, o mundo da música também possui suas apostas, está criando seus craques, seus gênios. Enquanto falamos uma banda pode ter passado de promessa para realidade. E se nos anos setenta bandas como Grand Funk Railroad por exemplo explodiam tão cedo, hoje em dia ainda temos grupos que surgem e conseguem estourar cedo, tal qual o grupo do Schacher.
Os anos 60 ficaram pequenos para o ”Granfa”, os 70 estouraram, e é nessa pegada que o Vintage Caravan encara os anos 2000, é tanta naturalidade que parece a praça da vila dos caras, tem muita banda do cenário atual com medo desses moleques, tem muito atleta consagrado tremendo na base. ”Voyage” assusta, mas assusta de uma forma boa, lembrei muito do Grand Funk, senti uma energia monstra, lembrei da minha primeira audição do vermelhão… Coisa linda esse ”Voyage”, Islândia no mapa em 2014.

Line Up:
Óskar Logi (guitarra/vocal)
Guajón Reynisson (bateria)
Alex Orn (baixo)

Track List:
”Craving”
”Let Me Be”
”Do You Remember”
”Expand Your Mind”
”M.A.R.S.W.A.T.T”
”Cocaine Sally”
”Winterland”
”Midnight Meditation”
”The Kings Voyage”

O que temos aqui é um power trio de tirar o chapéu, com uma sonoridade de puro revival dos ’70 baby. Minha alusão do começo do texto foi algo muito pessoal e autobiográfico, mas esses caras bebem sim da água clássica, só que trazem isso de um jeito novo, que ninguém faz: De forma atual e com muitas influências fora do Rock, também. Tem Funk, quem escuta sente um Sly aqui, tem Hard, sinto um Cactus feelings forte nessa Jam…
Rola umas passagens Psicodélicas MONSTRUOSAS, senti um Dead e umas salpicadas de Doors na jogada, e o resto é a jovialidade do grupo, é a vontade, é o Fuzz no talo, o Wah-Wah, é quebradeira, e mesmo que os membros da banda sejam jovens e blá blá blá Wiskas sachê, a destreza que cada um dos envolvidos agrega para seus respectivos instrumentos é fantástica. Sem elo mais fraco, firme demais, um som que chega a intimidar pela qualidade e que é extremamente vibrante.
Sobre a árvore genealógica dos caras temos o seguinte. A banda nasceu na gelada Islândia em 2006 mais especificamente em Reykjavik. O grupo se manteve sempre como um power trio, sendo que a única mudança foi a chegada do baixista Alex Orn, músico que apareceu num momento chave para o grupo, exatamente quando as coisas começaram a se desenrolar.

Depois do ano de 2009 (quando a banda ficou famosa dentro da cena local e começou a fazer muito barulho dentro do Underground), o trio conseguiu chamar a atenção do maior label de Heavy Metal da atualidade, a Nuclear Blast (responsável por lançar o debut do grupo mundialmente) e deixou a Islândia pequena para este som, recolocando o país no mapa depois de muito tempo!

A banda tem dois discos lançados, mas como ambos saíram pelo Label antigo, quando eles assinaram com a Nuclear Blast eles regravaram o segundo CD e relançaram com uma qualidade de produção bem melhor e com um alcance incomparável na questão de exposição de imagem e de vendas. Se você procurar bem ainda dá pra encontrar ”Voyage” (2012) na versão antiga, e o Debut auto intitulado (2011) também, dá trabalho, mas no Itunes tem tudo completo.

O disco vem recheado com nove músicas e não tem UMA ruim, começando forte, bombeando sangue pra cabeça com uma trinca de abertura matadoura, só no repeteco de recarga da escopeta: ”Craving”, ”Let Me Be” e ”Do You Remember”. Sempre com feeling, ótimo instrumental e uma levada muito versáril, citando gigantes da música como Simon & Garfunkel, mesclando a psicose da Bay Area, indo pra galera num hard mais festeiro, ou até misturando tudo isso, sem aquele som quadradão, uma quebradeira swingada, riffs com mobilidade.

Jams cavernosas como em ”Expand Your Mind”, baixão presente, batera seca, guitarra na caruda, dá pra sacar que esse som não é fácil de fazer. Rock ‘N’ Roll bem tocado e com músicos que apresentam uma técnica realmente acima da média. O baixão é sempre meu destaque, mas a batera não faz feio, e a guitarra dilacera riffs sempre precisos e temas como ”Cocaine Sally” e ”Midnight Meditation” deixam o disco com aquele clima de greatest hits matador.

Rola até uma instrumental com a nata da piração desse trio, doze minutos de muitos pensamentos periclitantes com o aditivo mor desse trabalho, a música mais pesado do registro, ”The Kings Voyage”, a síntese de hard work, barulho, feeling, psicodelia, fuzz, prog e muito bom gosto.

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