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27 nov 2024




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O Rap Baiano é o pioneiro no Trio, conheça a história!
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O Rap Baiano é o pioneiro no Trio, conheça a história! 

O Rap Baiano é o pioneiro no Trio, conheça e veja o que vai rolar em 2020, uma história rica seguindo ativa com novos agentes e iniciativas!

O grande pioneiro do rap nacional Thaíde no Bloco CEN (Coletivo de Entidades Negras) em 2006.

Esse breve artigo visa registrar, tornando “mais” pública parte de uma história que precisa ser melhor contada e que diz respeito ao pioneirismo do Rap BA em cima do trio elétrico. Ora, a terra de Dodô e Osmar, da fubica, da invenção do Trio Elétrico, da criação dos blocos Afro, jamais estaria atrás de qualquer outro local do país no que tange a qualquer manifestação expressiva do hip hop nesse palco andante. Hip Hop é a rua, e Salvador possui junto ao Recife os dois melhores carnavais de rua do Brasil, a associação é imediata! Possuíndo história tão rica e sendo ao mesmo tempo a cidade mais negra fora da África e ao mesmo tempo a capital do “Trio Elétrico” certamente iria conduzir também as expressões do rap em cima dos trios.

Sempre chamamos atenção aqui para a necessidade das mídias de rap nacional olharem para fora do eixo, e evitarem o apagamento do resto do país, assim como evitar a mera reprodução de release, fazendo o mínimo que o jornalismo pede: PESQUISAR. Ontem, por uma falha de comunicação e de conhecimento da produtora Boia Fria, alguns sites reproduziram a falsa informação presente no release, de que o bloco BeatLoko seria o primeiro bloco de rap no Brasil.

Certamente, o bloco BeatLoko (iniciativa pioneira do DJ CIA em SP e RJ) por estar em São Paulo/RJ possui bastante visibilidade, inclusive por ser uma manifestação muito grande envolvendo nomes nacionalmente conhecidos no rap e de estados diversos, tendo inclusive já levado o Rap Nova Era de Salvador para uma das suas edições. Tamanha visibilidade, aliada a uma certa ignorância do que se produz no resto do país levaram a um ruído e a um breve apagamento de todo uma história do rap baiano que já possui/existe no carnaval por mais de 20 anos. Aqui você pode ler a nota de esclarecimento sobre esse erro já reparado pelo bloco BeatLoko e sua assessoria. 

Cartaz de 2008 de uma iniciativa bastante importante para o rap se firmar em cima dos trios. MV Bill infelizmente não se apresentou, sendo substituído por Sombra (SNJ) Arte: Rangel Santana (Mobiu)

A juventude negra e periférica de Salvador sempre se fez presente em todas as instâncias do nosso carnaval, sendo a força motriz e criadora dessa manifestação. Não é diferente com o reggae, o rap, os blocos afro, os sambas, os blocos de índio e até com o rock e o metal, sempre presentes no famoso e tradicional Palco do Rock. O Carnaval de Salvador está longe de ser algo unidimensional, e não é preciso muito esforço para se perceber isso, bastaria lembrar senão da imensa diversidade da música baiana, pelo menos do fato de que nosso carnaval de rua já possui mais de 70 anos desde os pioneiros Dodô & Osmar. Em 1998, no trio do Petipreço, um dos grandes grupos pioneiros do rap baiano Erê Jitolú fazia o que era para ser uma participação e que virou a apresentação completa do seu repertório.

Lázaro Erê que fez parte do Erê Jitolú, hoje Opanijé nos conta como foi o convite e a importância de ter ao que consta a primeira aparição mais substancial do rap baiano num trio eletrico: 

“Nosso produtor na época era o Valdo Assis que conhecia quem estava por trás da organização do trio Petipreço e nos colocou lá, era para ser uma breve participação mas terminou que apresentamos todo o nosso repertório. Foi um sonho realizado, apesar de termos saído de madrugada, de todas as tvs já terem encerrado no Campo Grande, como o trio era de pipoca, alguns maloqueiros colaram atrás pulando. E se espantavam poque nunca tinham visto rap na avenida, e muito menos com a sonoridade que tinhamos na época, com formação de banda.”

Ainda em 2006, o bloco do CEN (Coletivo de Entidades Negras), trouxe a Salvador o grande pioneiro do rap nacional Thaíde, que se apresentou no trio elétrico deixando saudades em que pode ver esse bonito e forte episódio no rap baiano. Agradecemos a Lazaro Erê por nos ceder a foto que registra esse importante capítulo de nossa cultura. 

Numa conversa com DaGanja e também com Fall, recebemos a informação de que dois anos depois já em 2008, temos um registro fundamental da participação do rap baiano no Carnaval. O grande Afrogueto (OZ, DaGanja e Kiko), dividiu o trio com Sombra (SNJ), Makonnen Tafari, Calibre, 4 Preto, In.Vés (Yuri Loppo e Elvis Kazpa), DJ Leandro, Dimak, Fall Clássico, Edy Vox, Negreiras e 157 Nervoso. Aqui, estamos diante da primeira experiência do rap dentro de um bloco no Carnaval de Salvador, foram três dias de um trio com a maior parte de suas atrações oriundas do rap, produzido pelo Bloco Afto Pop 100 Censura e pelo Africa 900.     

Como podemos ver e ouvir em muito baixa qualidade de gravação, as experiências do rap baiano no trio é sobretudo algo novo e de alta qualidade, incorporando banda com uma groovadeira pesada. E nesse aspecto é também uma experiência pioneira em termos estéticos, ao adaptar as músicas dos artistas à necessidade de engordar e enriquecer o groove do rap no sentido de segurar a onda que é puxar um trio pelas ruas de Salvador.

Ali em 2009, outra excelente iniciativa aconteceu, reunindo no mesmo trio a banda OQuadro, DaGanja e o Ministereo Público, rap and soundsystem culture sacudindo tudo pelas ruas de Salvador. Um projeto muito interessante que estava calcado na relação da cultura jamaicana e do hip hop, numa iniciativa muito bacana do projeto aprovado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Dá pra imaginar né, o quanto a reunião desses três nomes foi o bagaço ao compor o trio independente:  BahiaS.S – Sound System.  

Na sequência já em 2013 DaGanja levou um dos grandes times de feras da música preta baiana para o trio: Dubstereo. Numa outra grande e pioneira demonstração de que não apenas o rap esteve em cima do trio, mas que também desenvolveu ou começou a elaborar uma linguagem própria para que o rap estivesse em cima do trio com a força que o Carnaval baiano exige. No vídeo aqui linkado podemos perceber Jeff (OQuadro), Dimak, Coscarque, Prince Addamo, Jorge Dubman e Alan DuGrave, nessa alquimia carnavalescahiphopreggae! Importante lembrar que também rolou um ensaio de verão com o KL Jay já presente e que o ícone do Racionais MC’s tocou Negro Drama na famosa passagem pelo Beco de Ondina, como bem lembrou Fall Clássico. 

Por último, mas não menos importante temos a criação do bloco Nova Saga pelo grande pioneiro Makonnen Tafari, que já se apresenta há 12 anos no carnaval de Salvador. Ele que faz rap desde criança, que é um dos introdutores da estética do Trap no rap nacional, está desde 2014 com o Bloco Nova Saga, sempre levando o rap para a avenida nomes consagrados e jovens talentos do rap local. Esse sim, o primeiro bloco totalmente Hip Hop a aparecer no Brasil e que vem segurando a onda ao logo dos últimos anos com muita qualidade e dignidade. Esse ano, estarão no circuito Barra-Ondina com muitos convidados, entre eles o emergente grupo local Underismo.

Além disso, há alguns anos que Vandal ajuda na condução do Navio Pirata do Baiana System, faz muitos anos que o Carnaval do Pelourinho recebe o Rap, e esse ano mais uma pá de apresentações estarão por lá, como o Rap Nova Era e Mr. Armeng por exemplo. O rap baiano é presença consolidade no carnaval, graças ao trabalho desse acima mencionados.

Uma parte fundamental dessa trajetória que traçamos rapidamente aqui, é o entendimento necessário de que cada dia mais, necessitamos registrar a nossa história e as nossas conquistas enquanto hip hop baiano. É próprio de quem está dentro de uma grande estrutura não observar outras iniciativas que fogem a essa mesma estrutura. Se houve um erro (já reparado) por desconhecimento da Boia Fria produções, houve um erro muito pior dos sites que reproduziram a informação sem checar devidamente.

O Oganpazan ao logo da sua curta existência segue buscando essa documentação e ao mesmo tempo produzindo conteúdo de qualidade no que tange a música, e aqui especificamente ao rap baiano e nordestino. Agradecemos ao DJ Cia e a pessoa da Mariana Bergel, assim como da Mari Vasconcelos pelo pronto atendimento, entendimento e esclarecimento sobre as informaões ontem divulgadas.

Você pode conferir as agendas das apresentações do rap baiano durante o carnaval através do instagram (@oganpazan), da nossa página no facebook e do nosso perfil no twiiter!  

-O Rap Baiano é o pioneiro no Trio, conheça e veja o que vai rolar em 2020!

Por Danilo Cruz

 

Ouçam um dos maiores clássicos do nosso rap/hip-hop e o quanto ele segue sendo atual!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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