Segura essa lista de melhores EPs do ano de som extremo no cenário nacional segundo nosso colunista Tom Siqueira que assina a coluna Moshers Zine.
LISTA DE EPS:
1. THE MIST – The Circle of The Crow – Um dos maiores expoentes da música extrema mundial está de volta com um material que atualiza, de forma magnífica, seu thrash metal progressivo, místico e arrojado. Destaque sempre para as letras singulares do mestre Vladmir Korg, definitivamente, um dos maiores compositores do país.
2. UGANGA – Libre! – Manu Joker, ex-Sarcófago/Angel Butcher, é mais uma das grandes referências mundiais em metal extremo a sair do Brasil, e esse novo EP é mais um capítulo dessa história de textos críticos e contundentes que o incrível thrashcore/crossover cheio de atitude do Uganga vem escrevendo, há anos, na cena. Brutal!
3. CARNIFIED – Carnage For The Gods – O gigante do Death/Black Metal baiano fez sua volta triunfal ainda na pandemia, e consolida a nova fase e formação com a chegada de Carnage For The Gods, que adiciona ainda mais nuances à sinfonia apocalíptica do trio, que hoje tem, como ferramenta principal, a versatilidade vocal do impressionante King Wydryn, que consegue trazer uma ferocidade absurda até em curiosas passagens limpas, sem falar nos timbres arrojados de cada instrumento. Realmente, os veteranos, retornam sem medo de experimentar e revolucionar o estilo.
HELLWAY TRAIN/HELL GUN – Haunted trip – Não precisa dizer muito, duas bandas cabeças de chave dessa revolução que a NWOTHM tem feito no underground brasileiro. Cada uma com sua interpretação do mais puro heavy metal, sendo o Hellway mais ancorado em uma mistura entre hard/heavy de Los Angeles e a NWOBHM, e a Hell Gun apoiada na escola alemã e no US Power Metal, ambas com muita honestidade, garra e saudosismo. A abordagem de split, e toda a movimentação das tours, inclusive com bandas internacionais, já comprovam como o movimento tem sido forte. Impressiona como os dois grupos tem total domínio de seu som, e como conseguem equilibrar a viagem no tempo com a nova tecnologia. Viciante!
BRÍI – Corpos Transparentes – Acredite se quiser, um dos trabalhos que mais ouvi esse ano, mas que ainda não consegui definir. Só posso dizer que é a experiência mais emocionante e dilacerante que você terá ao mexer com música em 2022. Da ambiência do black metal ao frenesi do eletrônico, o Bríi é o pacote completo para uma verdadeira explosão sensorial.
SURRA – Sempre Seremos Culpados – O Surra se tornou, ao longo dos anos, a banda principal do cenário thrash/crossover pós o revival proposto por bandas como Municipal Waste e Iron Reagan, e nesse novo EP, buscam uma gama de sonoridades ainda mais ampla pro seu discurso sempre coerente e necessário.
MYSTIFIER/LUCIFIER´S CHILD – Under Satan’s Wrath – o gigante do Black metal grego se une a uma das maiores potências mundiais dentro do gênero, e orgulho nacional, Mystifier, para entregar um dos trabalhos mais velozes e brutais do ano. Impressionante como Beelzeebubth e seus companheiros continuam sendo uma das bandas que conseguem imprimir em estúdio toda a selvageria que entregam ao vivo. Arrepiante.
ESCARNIUM – Dysthymia – a grande autoridade do death metal baiano, hoje, banda internacional, aposta em um caminho mais direto, sem abandonar suas características mais marcantes: afinações baixas, muita atmosfera, e aquela influência do gélido death europeu. As baterias continuam velozes e insanas, mas o grupo, de forma muito madura, se arrisca em outros andamentos para construir um dos trabalhos mais coesos de 2022.
POISONOUS – Doomed Pillars – o supergrupo baiano já é conhecido por explorar as facetas mais old school do death metal, e dessa vez, vem mais direto, emulando o melhor do death tipicamente brasileiro dos anos 80, e equilibrando muito bem os ataques ultra velozes, quase thrash, com lamacentos momentos herdados do death/doom.
INTROSPECTIVE – Falsas Sensações de Estar Vivo – o supergrupo do grind/crust mostra que é uma das grandes revelações do cenário, com uma riqueza de sonoridades que vem do sludge ao post metal, recheado de temas tensos e obscuros.