Novo single do Mechanics escancara o caos do Brasil pandêmico contaminado pelo fascismo a caminho da barbárie total.
Muitos acham que a pandemia é o principal problema que assola nosso país. Existe um problema maior chamado bolsonarismo. Isso porque o bolsonarismo, versão tropical mambembe do fascismo europeu, foi responsável por amplificar os efeitos do Covid 19 em território brasileiro.
De forma irresponsável, Bolsonaro se colocou a favor da naturalização do convívio com o vírus desde o início. Graças aos esforços de boa parte dos governadores e prefeitos, que através de decretos estaduais e municipais estabeleceram o isolamento social durante alguns meses, foi possível evitar o colapso total do sistema de saúde brasileiro.
Contudo, a pandemia persistiu e o poder público nas esferas municipal e estadual não conseguiram resistir às exigências de reabertura do comércio e a maioria dos serviços e atividades socioeconômicas. A partir daí as medidas sanitárias para evitar a disseminação do vírus foram se afrouxando e vivemos uma realidade na qual a convivência com a doença foi normalizado.
Entretanto, há quem ainda permanece em isolamento e procurando tocar a vida profissional e pessoal respeitando as normas sanitaristas de combate à disseminação do Covid 19. Os Mechanics estavam desde 2017 sem lançar algo novo. Naquele momento haviam lançado o single Fracasso (Lombra Records/ Monstro Discos), foi preciso o isolamento social causado pela pandemia jogasse os caras no completo tédio.
Para se livrarem do tédio foram compor e gravar. O resultado é o single Século XXI, música raivosa e caótica, uma expressão feroz do estado de espírito no qual nos encontramos em meio ao caos político, social e sanitário em que vivemos. Os riffs rasgados e o andamento rápido através do qual a música vai se desembolando imprimem uma sensação mista de angústia e ansiedade.
Século XXI se apresenta como um dos registros desse momento crítico pelo qual o mundo, em particular o Brasil, passa nesse final de segunda década do século xxi. Os Mechanics somam sua voz àquelas que protestam contra a insanidade que nos governa, contribuindo para que esses abusos não passem desapercebidos.
Vocês devem ter notado algo de diferente na arte criada para Século XXI. Fica mais evidente se vocês puderem encara-la usando óculos 3-D. Gabriel Góes, quadrinista e artista gráfico brasiliense foi quem concebeu a capa. A estereoscopia da arte ficou a cargo do seu conterrâneo Mello.
O lançamento digital de Século XXI foi feito via Monstros Discos. A edição limitada em vinil saiu pela Lombra Records e ainda rolou capa/poster duplo em serigrafia, numerada e assinada pelo Góes, mais óculos 3-D no pacote pra você poder curtir os efeitos criados pelo artista nesse formato.
