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Mascote de Midas da UGangue – Quando hip-hop toca vira ouro!

A UGangue soltou mais um hino, dessa vez extraido da mixtape Vol. 2, Mascote de Midas mostra a força de transmutação da cultura hip-hop!

“Forjando armas na fornalha, UGangue aqui é proceder!”

Dando prosseguimento a retomada artística da família, uma das bancas mais pesadas do Brasil eternizou mais um hino em audiovisual naquele modelo. A UGangue lança Mascote de Midas, videoclipe que fecha a dupla de singles iniciada com Na Trama, representam a importância histórica da banca com as duas mixtapes lançadas UGangue Vol. 1 (2014) e Vol.2 (2015). Nessa faixa, “Mascote de Midas” apresenta um remix da música do Lil Wayne, Cannon e nas mãos dos pitbulls das ruas de Salcity ela tá segura.

Desde sua fundação, a UGangue nunca parou de produzir juntos, seja nos eventos tocando e promovendo festas memoráveis, seja nas ações sociais, seja no dia a dia, nas vivências e nas batalhas pelas ruas. Neste ano conturbado, a volta das ações artísticas de lançamentos veio perfeitamente a calhar, pois nosso país passa por um momento histórico onde a luta se faz essencial. Uma das características centrais do trampo dessa banca é sua força dentro da cultura hip-hop, assumindo uma força de combate através de músicas que incitam o “revide”. 

Desde a iconografia inicial, a UGangue busca na guerrilha e no movimento coletivo – assumindo as imagens de Lampião e Maria Bonita e do cangaço – o cerne de sua atuação dentro da cultura hip hop soteropolitana e brasileira. A qualidade dos trabalhos de seus integrantes, suas trajetórias que remetem aos anos iniciais do rap baiano, aliada a sua singularidade e pioneirismo sonoro, os levaram a vários estados do Brasil. Daí ser fundamental o resgate de dois grandes singles, presentes nas duas primeiras mixtapes, jogando luz a uma construção que é já um marco histórico na cena.

“A formação é de quadrilha, nós vigia e ama!”

Seguindo também o mesmo padrão de qualidade do audiovisual de Na Trama, atualizando em imagens e com maestria esse hino do rap baiano, Mascote de Midas mete marcha no projeto sem perder nada. Pelo contrário, há nessa faixa o ganho de mais dois aliados da banca, o membro fundador Kiko Mc (Afrogueto) e DaGanja (Verbo de Malandro, Afrogueto e Testemunhaz), dois nomes imensos da história do rap baiano. Somando com Galf AC, Ravi Lobo (Nova Era) e Vandal, já presentes na faixa Na Trama, o bonde fica num peso grandioso e podemos ver brilhando como ouro a força do hip-hop. 

Com as imagens de Ícaro e Iury Taillan e Fernando Matias responsável pelo 3D e pelos efeitos, a edição ágil de Neto Freire consegue transmitir a força da faixa, e ainda trazer o mano Kiko Mc para perto, ele que está radicado em Floripa. Os tons de amarelo sabiamente pincelados ao longo do vídeo, proporcionam um contraste com o cenário de uma das favelas de Salcity, a invasão no Beco do Sabão – Liberdade. Deixando escuro, a ideia de que é o hip-hop quem transforma tudo em que toca em ouro, não os mc’s, dj’s e outros atores da cultura. 

Ao mesmo tempo, nos leva a pensar no mito de Midas que ao ser “abençoado” pelo deus Dionísio com o toque que transformava tudo em ouro, percebe a maldição em que a ganância lhe meteu. Ora, aqui estamos diante do Mascote de Midas, que podemos facilmente ligar a cultura hip hop e a potência que ela possui de estimular jovens pretos e periféricos a alcançar outros horizontes. Dito isso, é fácil notar que os MC’s aqui nessa faixa se colocam não como os portadores da maldição de tocar e transformar em ouro, antes são veículos da força da cultura hip hop, essa sim capaz de fazer brilhar intensamente os nossos e as nossas!

 “Alquimia de Gueto” 

-Mascote de Midas da UGangue – Quando hip-hop toca vira ouro!

Por Danilo Cruz    

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