Lobão em vídeo recente aparece pós café da manhã junto de nada mais nada menos que Diogo Mainardi. Bom, juntos é modo de dizer, pois Diogo conversa com Lobão de sua casa na secular Veneza! Parece que Mainardi não se dá conta da distancia que o separa do seu “líder” (isso mesmo, Diogo Mainardi no início do vídeo se refere a Lobão não apenas como “nosso líder”, mas como “nosso comandante”). Isso porque o homem de Veneza pergunta a seu “líder” se este guiará seus seguidores, Mainardi se coloca entre estes, no dia 15 de março quando pedirão enlouquecidamente o “impitiman” da presidenta Dilma.
Não fosse bastante essa bizarrice, Lobão ainda afirma com todas as letras estarmos vivendo não só um período de esgotamento político, mas que também passamos por um momento de completa infertilidade musical no Brasil. Segundo o autor de Rádio BLÁ, BLÁ, BLÁ, BLÁ “nunca tivemos uma cena artística tão pobre”. A origem desse empobrecimento artístico, segundo o músico, deve-se, sim, sim, sim, ao PT. MAS além da chegada dos “petralhas” ao poder, devemos botar essa situação na conta do Tropicalismo.
Em outra parte da entrevista Lobão atribui ao “vale tudo” tropicalista a responsabilidade pela homogeneização da música brasileira feita nos últimos 40 anos, claro que agravado na última década. Hoje no que ele chama de mainstream da música brasileira, algo ao que parece próximo à MPB, não existem mais do que “clones” de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Ele faz um caricaturamento covarde e desonesto da cena musical atual. E o faz baseado na hipótese de nada haver de novo na música brasileira atual, reduzindo tudo o que é feito à mera cópia da dupla baiana. Caso não se trate de profunda ignorância a respeito do cenário musical brasileiro atual, só pode ser puro despeito ou mau caratismo mesmo.
A prova de que Lobão está errado, uma das provas aliás, vem da terra de Gil e Caetano, vem da Bahia, daqui de Salvador de onde escrevo este texto. Não há refutação maior que essa, Maglore é uma banda soteropolitana cuja sonoridade em nada se assemelha àquela dos seus ancestrais tropicalistas. Há anos em São Paulo, lançaram até aqui além de um EP (Cores do Vento de 2009), dois álbuns de inéditas, Veroz (2011) e Vamos pra Rua (2013). Não sei como a banda define seu estilo musical. Ouvi algumas músicas apenas, além de Mantra. Assim de sopetão definiria ser um som que transita entre o pop e a new wave.
Atualmente estão preparando o terceiro álbum, sem data de lançamento, mas tudo indica ser ainda para 2015. Enquanto isso não se define eles lançam o clipe da música Mantra. Não apostaria nenhum centavo ser Mantra influência de Gil e Caetano. Certamente nem o Lobão, este blefador compulsivo. O new wave que indiquei ali em cima como possível caracterização do som da banda deve-se muito por esta música do clipe especificamente. Será que teremos no novo álbum da Maglore algo que caminhe nesta direção? Vamos aguardar entrando em sintonia com Mantra!
Maglore é formada por:
Teago Oliveira – Voz e Guitarra
Felipe Dieder – Bateria e Percussão
Rodrigo Damati – Voz e Baixo
Website oficial: http://www.maglore.com.br/
Videoclipe oficial do single “Mantra”.
Baixe no iTunes: http://apple.co/1DNLMTD
Roteiro: Victor Marinho e Maglore
Direção, Edição e Fotografia: Victor Marinho
Produção: Hoka Films e Maglore
maglore.com.br
facebook.com/maglore