Luedji Luna canta para todos os Corpos no Mundo, e mais uma vez arrasou em sua última data em São Paulo, antes de mergulhar em novos projetos
A música brasileira precisa de artistas que se posicionem. Não adianta tocar nos maiores palcos do Brasil e do mundo sem um propósito. Quando se consegue uma voz, é importante valorizar esse alcance e esse impacto que a arte tem na vida, não só dos seus ouvintes, mas de todos que de alguma forma sejam atingidos por esse groove.
Representatividade importa. Ver e ouvir a lírica de um artista que consegue fazer os ouvintes se identificarem com algo… Nutrir o senso de pertencimento, esse é o significado da clássica frase: “a arte alimenta”.
Num momento onde poucos artistas do mainstream ousam escolher um lado, seja pra valorizar a nossa (riquíssima) cultura, ou pra de fato levantarem discussões importantes no contexto histórico que vivemos, cantoras como a Luedji Luna são um sopro de ar fresco num cenário cansado de hypes momentâneos e vazios.
Dona de uma baianidade cósmica que (com o perdão do trocadilho) emana acalanto por onde quer que ela passe, Luedji é uma das maiores cantoras do país e não é de hoje. Desde 2016 – com o lançamento de “Um Corpo No Mundo” – que sua belíssima voz e magnetismo são o porto seguro de muitos que almejam acalmar os tormentos da alma e de outros tantos que buscam um som de raiz brasileira pra dançar e valorizar o encontro, algo que a intérprete sempre ressalta.
E foi justamente numa de suas últimas celebrações, elevando os mantras de seu primeiro disco de estúdio, que a cantora lotou o teatro da FIESP, na Avenida Paulista e fez uma de suas últimas datas em São Paulo com um repertório que como ela mesmo disse: “me deu o mundo”.
Foi um show muito bonito. Com uma plateia que sabia todas as letras, a intérprete se prepara pra mergulhar em seu próximo trabalho, mas antes de começar sua próxima imersão, fez a plateia – que esgotou os ingressos para o espetáculo em questão de minutos – flutuar nas texturas, histórias e visões artísticas de uma artista de rara sensibilidade.
Brilhantemente acompanhada por Lua Bernardo (baixo), Rudson Daniel e Lenynha de Oliveira (percussão), Ravi Landim (violão) e Maurício Oliveira (guitarra), o grupo recriou o riquíssimo ecossistema que permeia a instrumentação do debutante de estúdio da cantora.
O set foi curto, durou pouco mais de 1h, mas foi uma grande troca. Valorizou cada indivíduo que estava lá e pelo clima no teatro, todos se sentiram tocados por essa troca de energia.
Já vi esse show umas 10 vezes, com banda, com o Nyack… Independente do formato é sempre um prazer. Quem ainda não viu, precisa passar por essa experiência.
Escute o último single da Luedji Luna feat Zudizilla:
-Luedji Luna canta para todos os Corpos no Mundo
Por Guilherme Espir