Livro Graffiti Salvador – Pinaúna Editora Uma resenha sobre uma produção editorial que registra a magnânima qualidade do grafite em SalCity!!
Por Paulo Brasil
Resultado da parceria entre a antropóloga Bárbara Falcón e a jornalista e fotografa Carol Garcia, o projeto Graffiti Salvador e que deu origem ao livro de mesmo nome (Pinaúna Editora) nos apresenta um panorama da arte do graffiti na capital baiana, apresentando as singularidades da arte e que nos traz características muito fortes e próprias dos artistas da cidade.
Comum aos grandes centros urbanos, sobretudo, nas capitais, a arte do graffiti por se encontrar sempre exposta a céu aberto e acessível aos transeuntes, quase sempre distraídos ou apressados, não recebe a devida valorização, tanto da arte propriamente dita, bem como de seus artistas e-protagonistas.
Com a proposta de valorizar o graffiti como um conceito de arte urbana consolidada, embora ainda tida por muitos como marginal, depredação de patrimônio e outros adjetivos que depreciem o trabalho seus artistas. O livro consegue nos dar a ver e registra esses lindos trabalhos.
O livro dá voz e mostrar os rostos por trás dessas telas gigantes que embelezam e tira um pouco do cinza do concreto de nossa cidade, é que o projeto saiu das paredes e ganhou as páginas do livro, primeiro com essa proposta na cidade. Se consolidando como um marco na escassa bibliografia sobre a cultura hip hop baiana.
Um dos elementos primários, e pilar da Cultura e do Movimento Hip Hop, o graffiti transcende os conceitos de arte pura e simplesmente. Na medida em que se produz de um modo onde sua apreciação não depende de museus, no caso da arte pictórica. O grafite, além de tudo, é um manifesto, um grito que pode e deve ser visto em sua intenção estética e política.
Uma ferramenta de transformação social, uma arte inquieta que não poderia ficar enclausurada nas frias galerias de arte espalhadas pelo mundo, ainda que hoje possamos vê-la inserida em tais contextos.
A diversidade dos temas abordados pelos escritores/pintores urbanos de nossa cidade dão a singularidade do nosso graffiti, uma espécie de impressão digital local. Algo já reconhecido mundialmente, por diversos desses nomes.
Temas como folclore regional, abordagem sobre questões religiosas, mitológicas, sem esquecer das abordagens sobre temas sociais que desde sempre estiveram associados ao discurso visual do grafite e que juntos dão o recorte característico que norteiam e inspiram os nossos escritores (writers).
Informações Técnicas:
Pesquisa e texto: Bárbara Falcón
Fotos: Carol Garcia
Capa: Ricardo Fernandes
Projeto gráfico e diagramação: Lucas Kalil
Edição de texto: Gustavo Falcón
Edição de Fotografia: Fernando Vivas
Revisão: Christiana Fausto e Daniela Santana
Tratamento de imagens: Marcelo Campos
Produção Gráfica: Carolina Dantas
Assistam também o documentário Grafite SSA: