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Led Zeppelin: Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra

Existem muitas bandas que só ficam famosas depois de muito tempo de estrada. É até meio injusto ver como esse fenômeno acontece, mas são coisas da vida, muitas delas inclusive inexplicáveis.

Tenho amigos com bandas e muitos deles já passaram dos 20 anos. É normal vê-los com pressa para criar material e programar shows, pois eles não tem muito tempo para isso e a música que tanto amam é dividida entre a faculdade e o trabalho, ou seja, tem tempo de validade caso ela não lhes brinde com o futuro que tanto almejam. 

Muitos dos meus compadres andam de ônibus, contam moedas para a cerveja e vivem reclamando que estão duros, que música não paga bem e etc e tal, mas aos 21 anos o Robert Plant já estava milionário, ele e todo o Led Zeppelin, banda que com absoluto primor, é contextualizada por Mick Wall em ”Led Zeppelin: Quando Os Gigantes Caminhavam Sobre a Terra”, fantástico trabalho lançado em 2009.

O caso do Led Zeppelin é bem raro, poucas bandas explodem tão rápido como os britânicos da Black Country e creio que só eles deixaram este estrago. O lado ”injusto” da história é que pra eles parece ter sido fácil demais. De fato, tudo aconteceu muito rápido, mas fácil? Fácil nunca foi. Todos os envolvidos dentro da banda seguiram o caminho da música desde muito jovens, sendo que quando a banda entrou no estúdio, Page e Jones estavam em casa, Plant e Bonham nem tanto, mas esses também estavam bem engatilhados no processo.
Este grande registro histórico da Larousse, que dentre outras surpresas ainda conta com capa dura e um rico material fotográfico, é de fato um dos melhores livros sobre música que foram lançados em nosso país. São quase 560 folhas no padrão Mick Wall: informação de qualidade em profundidade e de forma objetiva, tudo diretamente da fonte, afinal Mick é uma autoridade no assunto.
Robert Plant foi observado por Jimmy Page e Peter Grant. Bonham também, e só Jones veio graças ao jornal para passar no teste com seu absurdamente técnico fraseado, e sua grande experiência nos estúdios como Page. E estava aí, uma das maiores bandas de todos os tempos, formada por quatro dos maiores nomes da história de suas respectivas áreas de atuação.
Teve Led Zeppelin I, II, III,IV. Muita história sendo escrita a cada passo, e que aqui está mais do que bem documentado, passando por todos os supostos plágios, pelas carreiras de coca, excessos alcoólicos, óbitos e problemas legais.

Mick Wall traça um panorama de dezenas de estilos musicais e consegue fazer conexão com tudo que o Led já fez. Desde o Blues nos campos de algodão, passando por Gene Vincent e a cena psicodélica da Bay Area de São Francisco, que dentre milhares de bandas contou com o excelente Moby Grape, grupo que Plant tanto idolatrava

Por que de resto os fãs já sabem, quando esses quatro indivíduos blindados de características completamente diferente se juntavam, o resultado era inexplicável, e só isso foi o que segurou John Paul Jones e alguns de seus companheiros no caminho, mas se você esqueceu de certos detalhes fique tranquilo, Mick vai repassar tudo.

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