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Judá MC estreia em disco com Poetas no Topo da Borborema, Rap paraibano pesado!

Judá MC

Judá MC traz em sua estreia um disco muito pesado em lírica e som, com diversos feats que apresentam a força do Rap paraibano!

Arte do álbum @deborahmaria0 e colaboração @etiel.leite .

Para quem está atento ao que ocorre pelo underground do rap nacional, 2024 tem sido um grande ano em termos de excelentes lançamentos. E obviamente o Nordeste brasileiro não ficaria de fora né? Judá MC em seu disco de estreia Poetas no Topo da Borborema, lançado em março deste ano, se insere nessa movimentação com um excelente álbum produzido pelo Taigo LP, dentro da estética boombap. Trazendo diversas participações que nos demonstram a força do Rap paraibano. 

Ao longo dos anos aqui no Oganpazan já tivemos a oportunidade de abordar outros artistas do cenário paraibano do Rap, a exemplo de Fontes, da Bixarte e da Lay Luz, mas sempre de modo pontual. Agora nesse contato com o disco do Judá MC nosso campo de atenção se amplia e de um só vez somos apresentados a outros 12 MC’s. Sim, em Poetas no Topo da Borborema, Judá MC e Taigo LP nos apresenta ao longo de 13 faixas a força de uma geração que emerge com muita qualidade. 

Esse aspecto coletivo do trabalho é algo importante de ser notado, além da cantora e MC KitKet que já tinha participado do EP “Lâminas” do Judá MC, neste primeiro álbum ele traz também: RobSom MC, DIDA MC, NXBR3, Head Li da 83, Dant, Pedro Mizera, Zero, S7T7, Dropê, LcMC e Spawn083. Longe de ser um amontoado de artistas, Poetas do Topo da Borborema possui bastante coesão estética e a diversidade de MC’s presentes em cada um das faixas, apresenta a riqueza lírica dessa nova geração.

Para conhecer um pouco mais dos trabalhos e da caminhada do Judá MC e sobre o rolê pelas bandas de Campina Grande, conversamos com ele e você confere abaixo: 

Oganpazan – Judá MC gostaria que você começasse nos contando como está a cena de rap em PB atualmente. Há espaço para o boombap, onde acontecem as apresentações em Campina Grande?

Judá MC – A cena nos últimos anos está crescendo consideravelmente, tanto em questão de artistas, quanto de público. Estamos trabalhando constantemente para trazer essa relevância para o rap paraibano, onde nosso principal encontro vem das batalhas de rima, local no qual temos oportunidade de participar das batalhas de rima, Slam (poesia marginal), compartilhar nossas músicas e projetos futuros. Não só o boombap é bem-vindo, mas também novos sub-gêneros derivados do rap, trazendo uma diversidade interessante para a roda cultural. 

Oganpazan – Poetas no Topo da Borborema saiu em Março, como você fez a divulgação? Existem páginas e sites especializados no Rap paraibano?  

Judá MC – Quando foi lançado o álbum, minha principal forma de divulgação foi através do meu Instagram e dos outros artistas que participaram do álbum, sem contar das outras pessoas que simpatizaram com o projeto. Com o tempo, algumas páginas foram criadas para divulgarem o rap paraibano e por consequência divulgaram o meu projeto também.  

Oganpazan – Vi no Spotify que você só lançou um single antes do disco, né? Ou existem mais trampos mocados? 

Judá MC – Meu primeiro projeto oficial no spotify foi o Poetas No Topo Da Borborema, entretanto, tenho vários outros no meu canal no Youtube, Judá MC. Lancei por lá diversos singles e um EP que pra mim se destaca entre os meus trabalhos, que eu cheguei a nomeá-lo de “Lâminas”, lançado no começo de 2023 e produzido por PC, produtor campinense que deu o toque mais underground para os instrumentais.

Oganpazan – A estética do boombap é muito bem utilizada em seu disco. Conta pra gente quais são suas referências locais, nacionais e gringas? 

Judá MC – Minhas principais referências são Eduardo Taddeo, Síntese, Mahal Reis e Ovelha Negra. Sem contar alguns grupos de rap gringo, como Wu Tang Clan, Fugees e etc 

Oganpazan – Com quantos anos e como você entrou em contato com a Cultura Hip-Hop? 

Judá MC – Desde criança, comecei a escrever, muito influenciado pelo meu pai, que era poeta. Quando ele faleceu, em 2015, me mudei para Brasília para morar com minha mãe. Lá, o rap tinha uma presença muito forte, e por influência dos amigos, meu interesse pelo gênero cresceu. Em 2017, perdi minha mãe, mas decidi ficar em Brasília por um tempo com minha irmã. Foi só em 2020 que escrevi meu primeiro rap, motivado por uma conversa inspiradora sobre poesia com um amigo, Gustavo, conhecido como Ovelha Negra. Depois dessa troca, decidimos formar o grupo de rap 3 Ratos Cegos, que incluiria também o primo dele. Porém, devido a algumas divergências familiares em Brasília, eu e minha irmã resolvemos voltar para Campina Grande, onde sigo firme no rap.

Oganpazan – O que te levou a começar a rimar e porque você escolheu o boombap como veículo sonoro para suas rimas?  

Judá MC – Como eu disse na pergunta anterior, meu pai foi minha primeira inspiração para começar a escrever, porém, o boombap vem muito do álbum Sem Cortesia do Síntese, esse álbum me fez me interessar pela batida mais seca e essa sonoridade mais underground, e a partir dele, foi na busca de novas referências.

Oganpazan – Você trouxe muitas participações em seu disco e gostaria de saber como se deu essa coligação e se todos são do cenário local. 

Judá MC – Veio muito de artista que eu conhecia das batalhas daqui de Campina Grande, artistas esses que tinha feat pendente e outros que eu tinha interesse de fazer algum projeto junto. Também, foi uma forma de dar visibilidade a mcs que tem muito talento, e às vezes não tem a oportunidade de gravar e lançar um som, sendo essa a primeira experiência no estúdio de alguns deles.

Oganpazan – Como foi a recepção local de Poetas no Topo da Borborema? 

Judá MC – A galera recebeu bem, e alguns não acreditavam que esse álbum era de artistas de sua própria cidade. Fiquei feliz com a recepção local e principalmente da galera das batalhas. Através desse álbum, mais pessoas conheceram não só meu trabalho, mas também de outros artistas, e vejo que conforme o tempo vai passando, mais pessoas vão chegando e indicando para as outras, por consequência disso, o álbum felizmente chegou em você. 

Oganpazan – Depois do disco, você lançou o single Revitaliza e já chegou em uma estética do Trap pesado. Quais os próximos planos de lançamento, você pretende explorar outras sonoridades?  

Judá MC – Para o começo do ano de 2025, estou com um EP no forno, pretendo explorar mais musicalidade do trampo, trazer uma diversidade musical que sempre tive vontade de abordar, porém, até então não foi explorado por mim e fora as participações em outros projetos. Entretanto, não pretendo deixar de explorar o boombap, até porque sempre tive um carinho enorme por esse estilo, mas também pretendo fazer novas coisas, explorar até onde eu posso ir.

Oganpazan – Se não perguntei algo que você gostaria de responder, ou apenas quiser deixar um salve, uma ideia aqui, manda ver, o espaço é seu. 

Judá MC – E é isso, queria mandar um salve ai pra geral, pedir para que vocês consumam o rap paraibano, e me sigam nas redes socias para acompanhar novos projetos, meu instagram é @judamc083, e lá estão os links de outras redes socias. Tamo junto geral, e obrigado pela atenção!

-Judá MC estreia em disco com Poetas no Topo da Borborema, Rap paraibano pesado!

Por Danilo Cruz

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