Jim Morrison – Ninguém Sai Vivo Daqui

O ácido promeve a quebra dos padrões psicológicos. A viagem é transgressora em todos os níveis e subníveis. Talvez o foco seja algo que basicamente inexiste quando possuimos um punhado das pílulas favoritas de Aldous Huxley nas mãos, por isso que o trabalho de Jerry Hopkins e Danny Sugerman precisa ser ressaltado.
A dupla não só é responsável pelo melhor livro que já li sobre os Doors, como também foi capaz de ignorar a brisa e detalhar tudo. Até o consumo de ácido que foi a experimentação base de tudo que a banda fez, a força do mito Morrison e a essência de performance de uma das bandas mais peculiares de todos os tempos.
Se você reparar, verás que o Doors é uma banda pouco discutida. O motivo para esse desleixo é a falta de conhecimento sobre o tema, algo que é comprovado quando damos uma olhada em algumas matérias que saem no meio impresso… Vemos que é tudo igual, na essência, todo mundo fala a mesma coisa com palavras diferentes, algo que definitivamente não acontece aqui.
Mais do que saber sobre a história da banda, incluindo todos seus integrantes, essa biografia é excelente, pois além de contar com 2 nomes que conviveram com o combo, consegue promover uma dose cavalar de reflexão em relação a todos os campos que a banda desafiou.
Não existe o lado sensacionalista de construir um mito, até por que o mito das portas já existe, o lance aqui é explicar o motivo e trabalhar as possibilidades. São mais de 400 páginas onde nada se perde, muito pelo contrário, se exalta e ganha novos contornos ideológicos.

Os poemas de Morrison são interpretados, as letras da banda ganham novas justificativas e até o instrumental é desmembrado. Ficamos mais a par dos fatos sobre o Flamenco de Krieger, a batera Jazz de John Densmore, o senso performático de Jim e o as linhas do visionário Manzarek.
Tudo é revelado, eis aqui um registro que não tenta colocar pontos positivos em flancos naturalmente vazios, um olhar clínico que sempre se repete em livros desta natureza. A história começa lá atrás, aborda a vida infanto juvenil dos futuros astros, passa pelos excessos, as gravações míticas e os problemas com a lei.
O Rock ‘N’ Roll viu no Doors algo potente, um elemento promissor à ser explorado pela tendência que a banda tinha ao caos. O som promovia forças estranhas, ninguém sabia o que podia rolar no show, mas em texto, Jerry Hopkins e Danny Singerman possuem um controle absurdo sobre tudo isso.

No fim do livro sua cabeça borbulha ao som da mais fina e filosofica informação melodiosa. Com o passar do tempo, tudo ganha forma e percebe-se que eles realmente conseguiram ir para o outro lado e voltar, como gárgulas ao luar boreau da Sunset Strip. 

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