Line Up:
Jack White (guitarra/vocal/piano/violão)
Daru Jones (bateria)
Dominic Davis (baixo)
Dean Fertita (órgão/piano/teclado)
Fats Kaplin (theremin/mandolin/violino/pedal steel guitar)
Lillie Mae Rische (violino/vocal/mandolin)
O evento de desenvolve sem frescura nenhuma, é um som atrás do outro, algumas jams entre as canções e um todo que corre com uma naturalidade assustadora, coisa que não é muito normal, ainda mais com uma música tão pouco usual como essa. E tudo que se escuta em disco é plenamente captado ao vivo, ”High Ball Stepper” por exemplo veio com solo de violino e escambal.
O ser, ”Jack White”, é bastante peculiar nos palcos, sua alegria é tão singular que se assemelha a de um garoto brincando de abrir o registro pra dar choque na família toda e, por mais que essa descrição seja meio confusa, quando o cara sobe no palco sua guitarra caótica se funde com todo o ar Jazz-purista de seu fantástico baterista Daru Jones e ainda faz sala para os eruditos Dean Fertita, Dominic Davis (e seu belo cosplay de Paul Chambers), o multi tarefa Fats Kaplin e a afinadíssima Lillie Mae Risch.
Citei o Sweeney Todd no título e não foi só para efeitos de semelhança física ou com o vestuário, mas sim por que um show do americano se assemelha e muito com um corte de cabelo com o Edward Mãos de Tesoura Assassino. O menino pode muito bem tocar um som na boa, levando o som na estica como também pode (e é de seu feitio), entrar no olho do furacão do som, encavalando todo o instrumental e soltar faíscas com sua guitarra de detritos não cósmicos, cortando cabeças, assim como sua versão Hairdresser.
O repertório mostrou foco no grande sucesso de ”Lazaretto” e nos brindou com eletrizantes versões da faixa que nomeia o disco, do Blues sacana de ”Three Women” (com Jack no piano), muito feeling com ”Just One Drink” e a bombástica ”That Black Bat Licorice”, tema que explodiu a platéia e deixa claro o motivo pelo qual esse cara é tão elogiado: Ele é diferente, desde a forma como sola até o modo como canta, ninguém faz igual e dentro de um mundo onde todos querem ter um som parecido com algo já feito isso é absolutamente louvável, grande momento, o branquelo dichavou o Lollapalooza e o Daru Jones deu um workshop gratuito com seus fundamentos jazzísticos e swing bombástico com pegada reggaeira pra sincompar o som.
Não foi só isso, o set list foi longo, a viagem fez uma geral pela vida e obra do ainda jovem (mas sacramentado talento), só que para efeitos de puro charme excêntrico a epifania do ”S” do Senna chega ao fim e agradeça por não querer degolar sua mente enquanto o senhor passava seus olhos por esta ideia. Foi bom fazer parte do ”Seven Nation Army” por um dia e ouvir Raconteurs pra variar… Não tivemos Plant mas quem estava presente viu algo ainda mais enérgico que uma chacina no cabeleireiro.