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Incompreensível (2004), um álbum brutal e atemporal

Difícil compreender porque Incompreensível demorou tanto tempo pra ser lançado nos streamings. Eis um dos gratos lançamentos que só foram possíveis devido à pandemia do covid 19.

 

Capa do álbum

Um fenômeno dessa pandemia foi o aumento na quantidade de lançamento nas plataformas de streamings. Diversas bandas lançando trabalhos atuais fodas e outras muitas bandas e selos fazendo lançamentos de discos que ainda não se encontravam disponíveis nas plataformas digitais.

Marcelo Adam (Aphorism) entrou nesse ritmo de lançamentos no Spotify, disponibilizando alguns discos que bandas que ele fez parte. Um desses lançamentos foi o disco “Incompreensível” da banda Contenda, lançado em 2004 pelos selos Bode Records e Original 69.

A Contenda era formada por Rodrigo Gagliano (bateria), Paulo Meirelles (baixo), Ailson Rolemberg (guitarra), Marcelo Adam (Guitarra), Roberto Gomes (vocal) e Andrei Junquilho (vocal). Todos nessa época já tinham passado por diversas bandas da cena hardcore local e até hoje alguns integrantes são ativos na cena. Rodrigo faz parte da Äplästär, assim com Marcelo e Paulo são membros da Aphorism.

A banda tinha nítidas influências do Life is a Lie, Impalled Nazarene, Cripple Bastards e I Shot Cyrus, seguindo bem essa linha agressiva não apenas no som como na postura de palco. Todos os shows da Contenda eram bem caóticos, desde o palco ao público, onde dificilmente não tinha alguma desavença na pista, acho que tinha algo haver com algum encosto que acompanhava a banda. Eram shows deliciosos e sangrentos.

Voltando para o disco, como dito foi lançado em 2004 e gravado por Jera Cravo, sem sombra de dúvidas um dos melhores trabalhos de Jera. Eu tive o prazer de ver parte do processo de produção e o cara parecia um maestro dando vida ao disco. “Incompreensível” é um dos melhores discos já lançados na cena hardcore de Salvador, desde a sua produção até as próprias músicas que foram selecionadas para entrar no álbum.

São 08 faixas brutais, que começam com uma introdução que vai crescendo como se fosse uma preparação para dar ao ouvinte um soco desgraçado no pé dos ouvidos. Os vocais parecem agonizantes, desesperados e completamente enfurecidos, em uma alternância entre Robertinho e Andrei surpreendente, um vocal completando o outro.

O disco tem pouco mais de 25 minutos, o que não o torna chato, cansativo e maçante. Longe disso, ao terminar o disco você está com seu sangue pulsando, quero mais daquilo que foi despejado em seu corpo, ativo e na onda por uma trocação (de cu ou de soco, tanto faz).

Uma pena que a Contenda foi mais uma daquelas bandas da maldição soteropolitana, apenas um disco e acabou.

Mas taí o registro para vocês que não puderam desfrutar dessa fúria:

Se preferir ouça no youtube clicando aqui. 

 

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