O II Seminário de Violão de Ponte Nova traz grandes nomes do instrumento e mostra que a Percepção Musical é mais que uma escola de música.
Em dez anos de vida a Percepção Musical se tornou uma das principais escolas de música da Zona da Mata Mineira. Nos últimos anos, após sua consolidação como escola de música, passou a expandir seus horizontes. Atualmente, além dos cursos oferecidos nos mais diversos instrumentos, promove eventos culturais como sarais, shows, festivais de música e teatro, workshops, seminários, oficinas de artes plásticas, fazendo da sede da escola o coração cultural de Ponte Nova.
O violão representa bem a musicalidade pontenovense. Grandes violonistas foram gestados nos botecos e casas de shows da cidade durante décadas. Na última década a Percepção Musical passou a ser outro polo formador, onde as novas gerações de violonistas da cidade são formados tanto na esfera popular quanto clássica. Isso mostra a força e interesse pelo instrumento na cidade. Devemos estar atentos que seja em qual ambiente for, grandes violonistas surgiram e deram uma dimensão maior não só ao violão, mas à musica pontenovense. José Carlos Daniel, Pedro Zaidan, Lauro Vicari, Victor Fernandes estão entre os principais expoentes do instrumento na cidade. Nos anais da música brasileira Ponte Nova contribuiu com um dos maiores violonistas brasileiros de todos os tempos, João Bosco.
Sendo o violão tão importante para a música da cidade nada mais justo que a promoção de um evento dedicado exclusivamente ao instrumento. Acontece entre os dias 22 e 24 de outubro o II Seminário de Violão de Ponte Nova produzido pelos professores da Percepção Musical Wesley Costa Melo e Davi Primavera. Serão 3 dias em que grandes violonistas de projeção nacional farão concertos dentro de um formato que promove a interação entre músicos e público. O palco da Percepção Musical permite essa aproximação mais íntima entre os concertistas e seus espectadores devido ao ambiente acolhedor da escola. Nada daquela formalidade que impõe o distanciamento entre o músico e seu público, tornando a apresentação enfadonha para aqueles pouco acostumados à dinâmica destes eventos. Há uma organicidade que rompe a ideia do palco como centro difusor da música, expandindo a percepção dos espectadores sobre a experiência musical com a qual estão em contato.
Gilvan de Oliveira, acompanhado do baterista e percussionista Serginho Silva, abriu o Seminário na quinta feira dia 22 quando realizou uma oficina. Gilvan falou a respeito da função do violão em diferentes estilos musicais, respondeu perguntas dos participantes e falou sobre sua carreira muscial. O artista plástico/ gráfico Ricardo Resente registrou o momento, confira aqui. Na sexta feira dia 23 Gilvan e Serginho, fizeram sua apresentação, dando seguimento ao evento. Novamente lá estava Ricardo Resende com sua câmera para registrar a apresentação da dupla (Confira como foi o show no vídeo no final da matéria).
Estando algumas milhas de distância pude conferir o show do Gilvan apenas pelos vídeos do Ricardo. Foi suficiente para perceber que, desculpem a expressão, foi du caralho!!! Entre as músicas tocadas está Vera Cruz, música de Milton Nascimento e Márcio Borges, que há tempos se tornou um standard da música instrumental brasileira. Nesta música o saxofonista pontenovense José Doné se une à dupla dando mais intensidade à apresentação. Veja como foi aqui. Sobre o repertório apresentado por Gilvan de Oliveira buscamos informações no site Clube do Choro. Entre as músicas autorais estão Samba do Neném, Saudades do Led Zep, Renascimento, Agente 00Silva e Astor (Homenagem a Astor Piazzolla). A pegada jazzística de Gilvan fez deste show um dos momentos mais marcantes do evento.
Para o dia 24, hoje, o Seminário terá duas apresentações. Carlos Walter e Sílvio Carlos serão as atrações. Segundo o Clube do Choro o concerto de Carlos Walter tem um sabor mais forte por se tratar do lançamento do álbum Calendário do Afeto, uma suíte composta por nove peças. Você pode ouvir o álbum clicando neste link. Após a parte solo da apresentação Carlos Walter convida Sílvio Carlos, violonista da escola de Dino Sete Cordas. O duo dedilha peças consagradas como cânones do choro.
O Seminário termina com uma atração internacional, também no dia 24. A franco-venezuelana radicada no Brasil Elodie Bouny finalista da edição de 2001 do Concurso Internacional de violão de l’UFAM (Paris) faz seu concerto com repertório autoral formado por músicas como Abraços do Sul. Soma-se ao repertório, clássicos do violão instrumental brasileiro em arranjos da própria Elodie. Segundo o Clube do Choro o concerto da violinista será finalizado com a participação de Carlos Walter e Sílvio Carlos.
Assista o vídeo abaixo, sinta o clima do II Seminário de Violão de Ponte Nova e reserve espaço em sua agenda para desfrutar desse momento fundamental para a música pontenovense.